Guinea-Bissau - Multiple Indicator Cluster Survey - 2010

Publication date: 2010

Guiné-Bissau Fundo das Nações UNidas para Infância Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional Fundo das Naçoes Unidas para a Alimentação e Agricultura Organização Mundial da Saúde Programa Alimentar Mundial Programa das Nações Unidas para a População Plan Guiné-Bissau Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Centro de Controle e Prevenção de Doenças Inquerito aos Indicadores Múltiplos 2010 Monitorização da Situação da Criança e da Mulher i Contribuíram para a redacção deste relatório: Bessa Vítor da Silva, Director do Departamento da Estatística Demográfica e Social do INE e Coordenador Nacional do inquérito MICS-4, António Có, Consultor Nacional e Estatístico do Inquérito MICS-4, Michele Seroussi, MICS, UNICEF Regional Coordinator Marie Melocco, Consultora Internacional, UNICEF, Iain Murray, Consultor para Seguimento e Avaliação, UNICEF, O 4º Inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS-4) e o 1º Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva (IDSR- 1) da Guiné-Bissau foram realizados conjuntamente entre 12 de Março e 11 de Julho de 2010, pela Direcção- Geral do Plano e o Instituto Nacional de Estatística (INE) em colaboração e com o apoio técnico do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/Atlanta) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Os apoios financeiros foram fornecidos pelo UNICEF, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), o Plan Guiné-Bissau, a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). É importante ressaltar que para a realização deste inquérito (MICS-4 e IDSR), o governo da Guiné-Bissau, decidiu, em colaboração com os parceiros, combinar o questionário básico elaborado para este ciclo de Inquérito MICS com o questionário do Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva (dirigido exclusivamente às mulheres com idade compreendida entre 15-49 anos). O objectivo deste inquérito conjunto é o de criar condições básicas para uma avaliação global das acções realizadas até a data presente em relação a um desenvolvimento sustentável das crianças guineenses, assim como situar-se melhor sobre o domínio da saúde reprodutiva, do planeamento familiar, da saúde da mulher, dos papéis de género, e da violência doméstica. O presente relatório abrange única e exclusivamente as informações sobre o questionário MICS-4. As informações relativas à segunda parte do Inquérito (IDSR-1) serão objecto de um outro relatório específico em curso de preparação e que ainda será publicado este ano. O MICS é um programa internacional de inquéritos junto das famílias desenvolvido pelo UNICEF. O MICS- 4/IDSR-1 da Guiné-Bissau foi realizado no âmbito do quarto ciclo global dos estudos MICS com o objectivo de fornecer informações actualizadas relativas à situação das crianças e das mulheres e medir o estado actual dos indicadores chave, permitindo ao país (Guiné-Bissau) a possibilidade de avaliar os progressos alcançados em relação aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) assim como outros compromissos do Governo Guineense a nível nacional e internacional. Este inquérito vai permitir ao governo dispor de informações fiáveis e actualizadas que servirão de suporte para a avaliação a meio percurso do Programa de Cooperação entre o Governo da Guiné-Bissau e o UNICEF (2008-2012) e do Plano Quadro de Ajuda ao Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDAF) 2008-2012, assim como para a elaboração do Documento Nacional de Estratégia para a Redução de Pobreza II (DENARP II). Os instrumentos com que o inquérito pretende avaliar a situação das crianças e das mulheres no mundo são baseados em modelos padrão elaborados pela Coordenação Geral do Projecto Global do MICS, sedeada no UNICEF- Nova Iorque. As informações complementares sobre este projecto estão disponíveis no sítio web: www.childinfo.org Bibliografia sugerida: Ministério da Economia, do Plano e Integração Regional – Direcção Geral do Plano, 2011 Inquérito aos Indicadores Múltiplos, Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva - Guiné-Bissau, 2011, Relatório Final. ii QUADRO SÍNTESE DOS RESULTADOS Principais indicadores do inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS) e dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), Guiné-Bissau, 2010. MICS ODM Tabela Rubrica Indicador 1.1 MDG 4.1 CM1 Taxa de mortalidade infanto-juvenil (crianças menores de 5 anos) 116 Por mil 1.2 MDG 4.2 CM1 Taxa de mortalidade infantil 63 Por mil MDG 1.8 NU1 2.1a (a) Moderada e Severa 18 porcento 2.1b (b) Severa 5 porcento NU1 2.2a (a) Moderada e Severa 32 porcento 2.2b (b) Severa 10 porcento NU1 2.3a (a) Moderada e Severa 6 porcento 2.3b (b) Severa 1 porcento 2.4 NU2 Crianças alguma vez amamentadas 98 porcento 2.5 NU2 Aleitamento inicial atempado 55 porcento 2.6 NU3 Aleitamento exclusivo (crianças de 0 - 6 meses) 38 porcento 2.7 NU3 Aleitamento contínuo (crianças de 12 - 15 meses) 97 porcento 2.8 NU3 Aleitamento contínuo (crianças de 20 -23 meses) 65 porcento 2.9 NU3 Aleitamento predominante para menores de 6 meses 86 porcento 2.10 NU4 Duração do Aleitamento 23 em meses 2.11 NU8 Alimentação através do biberão 13 porcento 2.12 NU6 Introducção de alimentos sólidos ou semi-sólidos (crianças de 6 - 8 meses) 43 porcento 2.13 NU7 Frequência mínima de refeições 23 porcento 2.14 NU5 Aleitamento adequado a idade 40 porcento 2.15 NU7 Alimentação com porções mínimas de leite não materno para as crianças que não estão amamentadas 23 porcento 2.16 NU9 Iodação do sal Consumo de sal iodado 12 porcento 2.17 NU10 Vitamina A Suplemento de Vitamina A (crianças menores de 5 anos) 79 porcento 2.18 NU11 Insuficiência ponderal ao nascer 11 porcento 2.19 NU11 Crianças pesadas ao nascer 46 porcento 3.1 CH1 Cobertura vacinal contra turbeculosis (BCG) antes do 1º ano (crianças de 12-23 meses) 94 porcento 3.2 CH1 Cobertura vacinal contra Poliomielite (3 doses) antes do 1º ano (crianças de 12-23 meses) 73 porcento 3.3 CH1 Cobertura vacinal de DPT (3 doses) antes do 1º ano (crianças de 12-23 meses) 76 porcento 3.4 MDG 4.3 CH1 Cobertura vacinal contra sarampo antes do 1º ano (crianças de 12-23 meses) 61 porcento 3.6 CH1 Cobertura vacinal contra fevre amarela antes do 1º ano (crianças de 12-23 meses) 49 porcento 3.7 CH3 Toxoide tetânico Protecção contra tétano neonatal 70 porcento 3.8 CH6 Utlilização de Terapia Oral de Rehidratante (TOR) e alimentação continua (crianças < 5 anos) 53 porcento 3.9 CH7 Cuidados com pneumonia presumida (crianças < 5 anos) 52 porcento 3.1 CH7 Tratamento de pneumonia com antibióticos (crianças < 5 anos) 35 porcento 3.11 CH9 Utilização de combustíveis sólidos Utilização de combustíveis sólidos 99 porcento 3.12 CH11 Agregados com mosquiteiros impregados (MI) 53 porcento 3.14 CH12 Crianças que dormiram debaixo de qualquer mosquiteiro (crianças < 5 anos) 62 porcento 3.15 MDG 6.7 CH12 Crianças que dormiram debaixo dum mosquiteiro impregado (crianças < 5 anos) 36 porcento 3.16 CH15 Diagnóstico do paludismo 7 porcento 3.17 CH14 Crianças com fevre tratados com antipalúdicos no mesmo dia (crianças < 5 anos) 37 porcento 3.18 MDG 6.8 CH14 Crianças com fevre tratados com antipalúdicos (crianças < 5 anos) 51 porcento 3.19 CH13 Mulheres grávidas que dormiram debaixo dum mosquiteiro impregado 32 porcento 3.20 CH16 Tratamento preventivo intermitente do paludismo 14 porcento 3.21 CH17 e 18 Água e sabão no lugar para lavar as mãos 81 porcento 4.1 MDG 7.8 WS1 Utilização de fontes de água melhoradas para beber 66 porcento 4.2 WS2 Tratamento da água 4 porcento 4.3 MDG 7.9 WS8 Utilização de instalações sanitárias melhoradas 11 porcento Valor MORTALIDADE INFANTIL Mortalidade infantil NUTRIÇÃO Estatuto Nutricional Prevalência de Insuficiência pondera: Prevalência do atraso de crescimento : Prevalência de perda de peso: Aleitamento materno e alimentação da criança Insuficiência ponderal ã nascença SAUDE DAS CRIANÇAS Vacinas Cuidado com as doenças de infancia Paludismo AGUA E SANEAMENTO Água e saneamento iii MICS ODM Tabela Rubrica Indicador 5.1 MDG 5.4 RH1 Taxa de fecundidade das adolescentes 141 Por mil 5.2 RH2 Gravidez precose 33 porcento 5,3 MDG 5.3 RH4 Prevalência da contracepção 14 porcento 5.4 MDG 5.6 RH5 Necessidades não satisfeitas de contracepção 6 porcento Cuidados de pré-natal: 5.5a RH6 (a) pelo menos uma consulta com pessoal de saúde qualificado 93 porcento 5.5b RH7 (b) pelo menos 4 consultas de pré-natal 68 porcento 5.6 RH8 Conteúdo dos cuidados de pré-natal 68 porcento 5,7 MDG 5.2 RH9 Partos assistidos por pessoal de saúde qualificado 43 porcento 5,8 RH10 Partos feitos em infraestruturas sanitárias 41 porcento 5.9 RH9 Partos com cesariana 2 porcento 7,1 MDG 2.3 ED1 Taxa de alfabetização das mulheres de 15-24 anos 40 porcento 7.2 ED2 Preparação a escola 29 porcento 7.3 ED3 Taxa líquida de acesso ao ensino primário 46 porcento 7,4 MDG 2.1 ED4 Taxa líquida de frequência escolar no ensino primário (ajustado) 67 porcento 7,5 ED5 Taxa líquida de frequência escolar no ensino secundário (ajustado) 24 porcento 7.6 MDG 2.2 ED6 Crianças que atingem a última classe do ensino primário 79 porcento 7.7 ED7 Taxa de sucesso do ensino primário 86 porcento 7.8 ED7 Taxa de transição para o ensino secundário 86 porcento 7.9 MDG 3.1 ED8 Índice de paridade no género (ensino primário) 0.94 racio 7.1 MDG 3.1 ED8 Índice de paridade no género (ensino secundário) 0.73 racio 8.1 CP1 Registro de nascimento Registro de nascimentos 24 porcento 8.2 CP2 Trabalho infantil 57 porcento 8.3 CP3 Frequência escolar das crianças envolvidas em trabalho infantil 55 porcento 8.4 CP3 Trabalho infantil das crianças escolarizadas 56 porcento 8,6 CP5 Casamento antes dos 15 anos de idade 7 porcento 8,7 CP5 Casamento antes dos 18 anos de idade 29 porcento 8.8 CP5 Mulheres jovens de 15-19 anos actualmente casadas ou em união de facto 19 porcento 8.9 CP5 Poligamia 48 porcento Diferença de idades entre cônjuges porcento 8.10a a) mulheres de 15-19 anos) 42 porcento 8.10b b) mulheres de 20-24 anos 39 porcento 8,11 CP10 Aprovação da prática da excisão feminina 34 porcento 8,12 CP8 Prevalência da excisão feminina nas mulheres de 15-49 anos 50 porcento - CP9 Prevalência da excisão feminina nas filhas de vida de 0-14 anos 39 porcento 8.14 adapt CP11 Violência doméstica Atitude face à violência doméstica 40 porcento 9.1 HA1 Conhecimento aprofundado sobre a prevenção contra SIDA (mulheres de 15-49 anos) 14 porcento 9.2 MDG 6.3 HA2 Conhecimento aprofundado sobre a prevenção contra SIDA nas jovens (mulheres de 15- 24 anos) 15 porcento 9.3 HA3 Conhecimentos sobre os modos de transmissão mãe -filho do VIH 42 porcento 9.4 HA4 Atitudes de aceitação das pessoas portadores do VIH 8 porcento - HA5 adap Mulheres que foram testadas e saberam do resultado nos últimos 12 meses 19 porcento - HA6 adap Mulheres Jovens que foram testadas e saberam do resultado nos últimos 12 meses 21 porcento - HA7 Informacoes detalhadas sobre VIH durante consultas de pré-natal 42 porcento 9.9 HA7 Teste do VIH durante cuidados de pré-natal 18 porcento 9.10 HA8 Mulheres jovens que nunca tiveram sexo 30 porcento 9.11 HA8 Mulheres jovens que tiveram sexo antes dos 15 anos 28 porcento 9.12 HA8 Relações sexuais com parceiros 10 ou mais anos mais velhos 19 porcento 9.13 HA9 Relações sexuais com parceiros múltiplos 5 porcento 9.14 HA9 Utilização do preservativo durante relações sexuais com multiplos parceiros 50 porcento 9.15 HA11 Mulheres jovens (de 15-24 anos) que tiveram sexo com pelo menos um parceiro sem ser o seu marido ou sem viverem juntos 64 porcento 9.16 MDG 6.2 HA11 Utilização do preservativo pelas mulheres jovens (de 15-24 anos) quando tiveram sexo com um parceiro sem ser o seu marido ou sem viverem juntos 47 porcento 9.17 HA12 Prevalência de crianças que não vivem com nenhum pai biológico 19 porcento 9.18 HA12 Prevalência de crianças com pelo menos um pai falecido 11 porcento 9.19 MDG 6.4 HA13 Frequência escolar das crianças orfãs 79 porcento 9.20 MDG 6.4 HA13 Frequência escolar das crianças que não são orfãs 72 porcento Excisão/mutilação genital feminina VIH/SIDA, COMPORTAMENTO SEXUAL E ORFÃS Conhecimentos e comportamentos face ao VIH/SIDA Comportamento sexual Crianças orfãs ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO Alfabetização e educação PROTECÇÃO DA CRIANÇAS Trabalho infantil Casamento precose e poligamia CP7 Valor SAUDE REPRODUCTIVA Contracepção e necessidades não satisfeitas Saúde maternal e neonatal MDG 5.5 iv ÍNDICE QUADRO SÍNTESE DOS RESULTADOS . ii LISTA DOS QUADROS . vi LISTA DOS GRÁFICOS . viii LISTA DE ABREVIATURAS . ix Resumo analítico . xi I. Introdução. 1 Histórico . 1 Objectivos do Inquérito . 3 II. Amostragem e Metodologia . 4 Questionários . 4 Formação e Recolha dos Dados . 5 Digitação e Tratamento dos Dados . 7 III. Taxa da Cobertura dos AF, Características das pessoas inquiridas e respectivas famílias8 Taxa de Cobertura . 8 Características dos agregados . 10 Características das Mulheres seleccionadas entre 15-49 anos e das Crianças menores de 5 anos . 12 IV. Mortalidade Infantil . 17 Níveis de mortalidade infantil baseados em histórias de nascimento . 18 Tendências da mortalidade infantil de acordo com as várias fontes de dados . 21 V. Nutrição . 22 Estado Nutricional . 22 Aleitamento Materno, Alimentação Infantil e Alimentação das Crianças Jovens . 26 Iodação do Sal . 37 Suplementos de Vitamina A para as Crianças . 38 Baixo Peso à Nascença . 40 VI. Saúde da Criança . 42 Vacinações . 42 Protecção contra o Tétano materno Neo-natal . 46 Terapia de Reidratação Oral . 48 Procura de Cuidados e Tratamento da Pneumonia por meio de Antibióticos . 55 Utilização de Combustíveis Sólidos . 59 Paludismo . 62 Lavagem das Mãos . 71 VII. Água e Saneamento . 74 Utilização de Fontes de Água melhoradas . 74 Utilização de instalações sanitárias melhoradas . 82 VIII. Saúde Reprodutiva . 88 Fecundidade . 88 Contracepção . 91 Necessidades não Satisfeitas . 93 Cuidados Pré-Natais . 95 Assistência no Parto . 99 v Local do Parto . 101 IX. Alfabetização e Educação . 103 Alfabetização entre Mulheres Jovens . 103 Preparação escolar . 104 Participação no Ensino Primário e Secundário . 105 X. Protecção da Criança . 115 Registo de Nascimento. 115 Trabalho Infantil . 117 Disciplina da Criança . 121 Casamento Precoce e Poligamia . 123 Mutilação Genital Feminina/Excisão . 131 Violência Doméstica . 137 Migração das Crianças dos 5 aos 17 anos . 139 XI. VIH/SIDA, Comportamento Sexual e Orfandade . 143 Conhecimento sobre a Transmissão do VIH e Ideias Erradas sobre o VIH/SIDA . 143 Atitudes de aceitação das pessoas vivendo com o VIH/SIDA . 150 Aconselhamento e despistagem do VIH/SIDA . 152 Comportamento Sexual Relacionado com a Transmissão do VIH . 158 Orfandade . 166 ANEXO (A) DESENHO DA AMOSTRA E PESOS AMOSTRAIS . 169 ANEXO (B) LISTA DOS TÉCNICOS QUE PARTICIPARAM NO INQUÉRITO . 173 ANEXO (C) ESTIMATIVAS DOS ERROS DE AMOSTRAGEM . 177 ANEXO (D) QUADROS SOBRE A QUALIDADE DOS DADOS . 202 ANEXO (E) INDICADORES DO MICS: NUMERADORES E DENOMINADORES . 216 ANEXO (F) QUESTIONÁRIOS . 221 vi LISTA DOS QUADROS Quadro HH.1: Resultados do inquérito junto dos agregados familiares, das mulheres e das crianças . 9 Quadro HH.2: Distribuição das idades por sexo no seio dos agregados familiares . 10 Quadro HH.3: Composição dos agregados familiares . 12 Quadro HH.4: Características socioeconómicas das mulheres . 14 Quadro HH.5: Características socioeconómicas das crianças menores de 5 anos . 16 Quadro CM.1: Taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil, segundo os grupos etários . 18 Quadro CM.2: Taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil, segundo a área de residência . 19 Quadro CM.3: Taxas de Mortalidade infantil e infanto-juvenil, por método directo, . 20 Quadro NU.1: Estatuto nutricional das crianças . 25 Quadro NU.2: Aleitamento materno inicial . 28 Quadro NU.3: Aleitamento (crianças com mãe no agregado familiar) . 30 Quadro NU.4: Duração do aleitamento (crianças com mãe no agregado familiar) . 32 Quadro NU.5: Aleitamento adequado à idade (crianças com mãe no AF) . 33 Quadro NU.6: Introdução de alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles (crianças com mãe no AF) . 34 Quadro NU.7: Frequência mínima de refeições (crianças com mãe no AF) . 35 Quadro NU.8: Alimentação através do biberão (crianças com mãe no AF) . 36 Quadro NU.9: Consumo de sal iodado . 37 Quadro NU.10: Crianças que receberam suplementos de vitamina A . 39 Quadro NU.11: Crianças recém nascidas com insuficiência ponderal . 41 Quadro CH.1: Vacinação durante o primeiro ano de vida . 43 Quadro CH.2: Vacinação em função das características socioeconómicas . 45 Quadro CH.3: Protecção contra o tétano néo-natal . 47 Quadro CH.4: Tratamento com SRO e misturas caseiras recomendadas . 50 Quadro CH.5: Práticas de alimentação durante a diarreia . 52 Quadro CH.6: Terapia de Reidratação Oral com alimentação contínua e outros tratamentos . 54 Quadro CH.7: Procura de cuidados e uso de antibióticos para as crianças suspeitas de pneumonia . 56 Quadro CH.8: (adaptado): Conhecimento de um sinal de alerta da pneumonia . 58 Quadro CH.9: Utilização de combustíveis sólidos . 60 Quadro CH.10: Utilização de combustível sólido segundo o lugar onde se cozinha . 61 Quadro CH.11: Disponibilidade de mosquiteiros impregnados cominsecticida no agregado familiar . 63 Quadro CH.12: Crianças que dormiram debaixo de mosquiteiros . 64 Quadro CH.13: Mulheres grávidas que dormiram debaixo de mosquiteiros . 66 Quadro CH.14: Tratamento com antipalúdicos - das crianças com paludismo . 68 Quadro CH.15: Utilização do diagnóstico da Paludismo . 69 Quadro CH.16: Tratamento preventivo intermitente do paludismo . 71 Quadro CH.17: (adaptado): Água e sabão no lugar onde se lavam as mãos . 73 Quadro WS.1: Utilização de fontes melhoradas de água para beber . 75 Quadro WS.2: Tratamento da água para beber . 78 Quadro WS.3: Tempo até alcançar a fonte de água . 80 Quadro WS.4: Pessoa responsável pela recolha de água . 81 Quadro WS.5: Utilização de instalações sanitárias melhoradas . 83 Quadro WS.6: Utilização e partilha de instalações sanitárias . 85 Quadro WS.7: Escalas de água para beber e saneamento básico . 87 Quadro RH.1: Taxa de fecundidade das adolescentes e ISF . 89 Quadro RH.2: Gravidez precoce . 90 Quadro RH.3: Padrão da gravidez precoce . 91 vii Quadro RH.4: Utilização de contraceptivos. 92 Quadro RH.5: Necessidade não satisfeita de contracepção . 94 Quadro RH.6: Pessoal de saúde que proporcionou os cuidados pré-natais . 96 Quadro RH.7: Número de consultas de cuidados de pré-natal . 97 Quadro RH.8: Conteúdo dos cuidados pré-natais . 98 Quadro RH.9: Assistência durante o parto . 100 Quadro RH.10: Local do parto . 102 Quadro ED.1: Alfabetização das mulheres jovens . 103 Quadro ED.2: Preparação ou instrução escolar . 104 Quadro ED.3: Entrada no Ensino Primário . 106 Quadro ED.4: Frequência no Ensino Primário . 108 Quadro ED.5: Frequência do Ensino Secundário . 110 Quadro ED.6: Crianças que atingem a última classe do Ensino Primário . 112 Quadro ED.7: Conclusão do ciclo primário e transição para o secundário . 113 Quadro ED.8: Paridade de género na Educação . 114 Quadro CP.1: Registo de nascimento . 116 Quadro CP.2: Trabalho infantil . 118 Quadro CP.3: Trabalho infantil e frequência escolar . 120 Quadro CP.4:(adaptado): Disciplina da criança . 122 Quadro CP.5: Casamento precoce e poligamia . 126 Quadro CP.6: Padrão no casamento precoce . 128 Quadro CP.7: Diferença de idade entre conjugues . 130 Quadro CP.8: Excisão feminina . 132 Quadro CP.9:(adaptado): Excisão feminina das filhas . 134 Quadro CP.10: Aprovação da prática de excisão feminina . 136 Quadro CP.11:(adaptado): Atitude face à violência doméstica . 138 Quadro MG.1: Migração das crianças . 140 Quadro MG.2: Migração das crianças para a escola corânica . 142 Quadro HA.1: Conhecimentos sobre a transmissão do VIH, ideias erradas sobre VIH/SIDA, e conhecimento aprofundado sobre a transmissão . 145 Quadro HA.2: Conhecimentos sobre transmissão do VIH, ideias erradas, conhecimento aprofundado sobre transmissão entre mulheres jovens . 147 Quadro HA.3: Conhecimento da transmissão do VIH de mãe para filho . 149 Quadro HA.4: Atitudes de aceitação das pessoas vivendo com o VIH/SIDA . 151 Quadro HA.5:(adaptado): Conhecimento de um centro de despistagem do VIH . 153 Quadro HA.6:(adaptado): Conhecimento de um centro de despistagem do VIH pelas mulheres jovens com actividade sexual . 155 Quadro HA.7: Informações sobre transmissão do VIH e teste durante as consultas pré-natais . 157 Quadro HA.8: Comportamento sexual favorável à infecção com o VIH . 159 Quadro HA.9: Sexo com parceiros múltiplos . 161 Quadro HA.10: Sexo com parceiros múltiplos (Mulheres jovens) . 163 Quadro HA.11: Sexo com parceiros não regulares (Mulheres jovens) . 165 Quadro HA.12: Acolhimento de crianças órfãs e orfandade . 167 Quadro HA.13: Frequência escolar das crianças órfãs e das não-órfãs . 168 viii LISTA DOS GRÁFICOS Gráfico HH.1: Distribuição percentual de população residente nos agregados familiares, . 11 Gráfico CM.1: Taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil, por sexo, Guiné-Bissau, 2010 . 20 Gráfico CM.2: taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil, por meio de residência, Guiné-Bissau, 2010 . 21 Gráfico CM.3: tendências da mortalidade infanto-juvenil (menores dos 5 anos), baseada em varias fontes, . 21 Gráfico NU.1: Percentagem das crianças menores de 5 anos que estão malnutridas, . 26 Gráfico NU.2: Percentagem das mães que começaram a amamentar menos de uma hora e . 29 Gráfico NU.3: Repartição percentual das crianças menores de 2 anos por tipo de alimentação, grupo etário, . 31 Gráfico NU.4: Percentagem de agregados familiares que consomem sal adequadamente iodado, . 38 Gráfico NU.5: Percentagem de crianças que se estima terem peso inferior a 2500 gramas ao nascer, . 41 Gráfico CH.1: Percentagem das crianças com idade entre 12-23 meses que receberam as vacinas recomendadas contra as doenças infantis antes de completarem o primeiro ano de vida, . 43 Gráfico CH.2: Percentagem de mulheres com filhos nascidos vivos durante os últimos 2 anos . 48 Gráfico CH.3: Percentagem de crianças de 0-59 meses com diarreia que receberam tratamento . 51 Gráfico CH.4: Percentagem de crianças com idade entre 0-59 meses com diarreia nas últimas 2 semanas e que receberam Terapia de reidratação Oral com alimentação contínua, Guiné-Bissau, 2010 . 53 Gráfico WS.1: Distribuição percentual da população dos agregados familiares segundo a principal fonte de abastecimento de água para beber,. 76 Gráfico HA.1: Percentagem de mulheres de 15-49 anos que têm conhecimento aprofundado . 144 Gráfico HA.2: Comportamento sexual favorável à infecção com VIH nas mulheres de 15-24 anos, . 160 ix LISTA DE ABREVIATURAS AF=> Agregado Familiar BCG=> Bacilo Calmette-Guérin CCA/UNDAF=> Plano Quadro de Ajuda ao Desenvolvimento das Nações Unidas CDC/Atlanta=> Centro de Controlo e Prevenção de Doenças CDC=> Convenção sobre os Direitos da Criança CEDAW=> Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher DDI=> Doenças por Deficiência de Iodo DENARP=> Documento Estratégico Nacional para a Redução da Pobreza DIU=> Dispositivo Intra-Uterino DPT=> Difteria, Tétano e Tosse Convulsa/pertussis, DR=> Distrito de Recenseamento FAO=> Fundo das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura IDSR=> Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva IMC=> Índice de Massa Corporal INE=> Instituto Nacional de Estatística ILAP=> Inquérito Ligeiro para Avaliação da Pobreza IST=> Infecções Sexualmente Transmissíveis ISF => Índice Sintético de Fecundidade JMP=> Joint Monitoring Programme/Programa de Monitorização Conjunta MI=> Mosquiteiro Impregnado MICS=> Inquérito aos Indicadores Múltiplos NU=> Nações Unidas ODM=> Objectivos de Desenvolvimento do Milénio OMS=> Organização Mundial de Saúde PAM=> Programa Alimentar Mundial PG=> Paridade de Género PNUD=> Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento SAB=> Sector Autónomo de Bissau TPI=> Tratamento Presuntivo Intermitente TRO/SRO=> Terapia de Reidratação Oral / Soro de Hidratação Oral UNICEF=> Fundo das Nações Unidas para a Infância UNFPA=> Fundo das Nações Unidas para a População UPA=> Unidade Principal de Amostragem USAID=> Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento VIH/SIDA=> Vírus de Imunodeficiência Humana/Síndrome da Imunodeficiência Adquirida x Agradecimentos Conduzidos em 2010 pelo Ministério da Economia, Plano e Integração Regional, através da Direcção Geral do Plano e do Instituto Nacional de Estatística, o quarto Inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS-4) e o primeiro Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva (IDSR-1), forneceram informações preciosas e indicadores pertinentes sobre a situação da criança e da mulher na Guiné-Bissau. O presente relatório, que resulta desse inquérito, responde também, em grande medida, às necessidades de seguimento dos progressos alcançados, com vista à realização dos objectivos e metas visados nos acordos internacionais como a Declaração dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, o Plano de Acção “Um Mundo Digno das Crianças”, assim como o Plano Estratégico Nacional de Luta contra a Pobreza (DENARP). O sucesso do MICS-4, materializado por este relatório, foi possível graças à colaboração e aos esforços constantes do Governo da Guiné-Bissau, do UNICEF, do CDC/Atlanta e dos parceiros de desenvolvimento que deram uma valiosa contribuição traduzida em apoios técnico, material e financeiro para a execução de todas as actividades programadas. A coordenação técnica foi assegurada pela equipa técnica da sede do UNICEF em Nova Iorque, pelo Escritório Regional do UNICEF em Dakar e pela Divisão de Saúde Reprodutiva do CDC/Atlanta. Todas estas instituições disponibilizaram uma generosa contribuição para o sucesso deste projecto. Esta contribuição de alto nível técnico ofereceu validação científica à qualidade dos resultados do inquérito e a este relatório final. Por isso, as três equipas de coordenação são tributárias dos sinceros agradecimentos da equipa nacional e do Governo Guineense. Os nossos agradecimentos vão também para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial (PAM), o Plan Guiné- Bissau, o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), o Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o UNICEF que, nos momentos cruciais forneceram importantes contribuições financeiras, sem as quais a continuidade do projecto poderia estar comprometida. Endereçamos igualmente os nossos sinceros agradecimentos às autoridades administrativas e locais pela sua prontidão e assistência ao inquérito, e às mulheres e aos homens que responderam ao inquérito, pela sua disponibilidade, a sua perfeita colaboração e a qualidade das informações fornecidas. Enfim, às crianças que suportaram a dura experiência das nossas diversas manipulações técnicas, durante as medidas antropométricas (peso e altura) no terreno, apresentamos a todas as nossas sinceras desculpas e votos de um futuro risonho para a Guiné-Bissau e a sua população no seu todo. Também esperamos que a boa utilização dos resultados deste inquérito contribua para tornar as suas vidas mais radiantes. xi Resumo analítico Os objectivos específicos do MICS-4 e IDSR-1 visam: a) fornecer informações actualizadas que permitam a avaliação da situação da criança e da mulher na Guiné-Bissau; b) fornecer dados necessários ao seguimento dos progressos na realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e outros objectivos fixados no plano internacional, como uma base para as acções futuras; c) contribuir para o melhoramento do sistema de recolha e de seguimento dos indicadores na Guiné-Bissau e para o reforço da capacidade técnica em matéria de concepção, implementação e análise desse sistema, e d) produzir dados sobre a situação das crianças e das mulheres, incluindo a identificação dos grupos vulneráveis e as disparidades, para uma melhor reorientação das políticas e intervenções. O MICS-4/IDSR-1 é um inquérito por amostragem de cobertura nacional, baseado numa amostra de 10.374 agregados familiares (AF), distribuídos equitativamente pelas 9 regiões/domínios de estudo a saber: Região de Tombali, Quinara, Gabú, Bafatá, Oio, Biombo, e Cacheu, com 1040 AF cada, a região de Bolama/Bijagós com 1014 AF e o Sector Autónomo de Bissau (SAB) com 2080 AF. A selecção dos AF foi feita de forma aleatória, para assegurar que todos os AF a nível dos sectores tivessem a mesma probabilidade de serem seleccionados. Dentro de cada AF, foi escolhida aleatoriamente uma mulher com idade entre os 15 e os 49 anos, para o preenchimento do questionário da mulher, e todos os filhos menores de 5 anos da mulher seleccionada. Foram igualmente recolhidas informações sobre todas as crianças menores de 5 anos que estão sem as mães no AF seleccionado. Os dados recolhidos no terreno entre 12 de Março e 11 de Julho vão permitir a actualização dos indicadores referentes à mortalidade, nutrição, saúde infantil, água e saneamento básico, saúde reprodutiva, alfabetização e educação, protecção infantil e VIH/SIDA. Os principais resultados do inquérito Mortalidade infantil A taxa de Mortalidade neonatal no período mais recente é de 45 por 1000 nascidos vivos. Esta taxa é maior do que a da mortalidade pós-neonatal, que é de 19 por 1000 nascidos vivos, no mesmo período. Isso mostra que três quartos das mortes infantis na Guiné-Bissau ocorrem durante o primeiro mês de vida. A taxa de mortalidade infantil é de 63 por mil nascidos vivos e a taxa de mortalidade infanto-juvenil (menores de 5 anos) é de 116 por mil nascidos vivos: o que quer dizer que 1 em cada 16 crianças morre antes de atingir a idade de um ano, enquanto 1 em cada 9 crianças não sobrevive ao quinto aniversário. Os resultados da pesquisa indicam que a mortalidade infantil tem vindo a diminuir a um ritmo bastante rápido durante os últimos 20 anos. Em relação ao sexo, tanto a mortalidade infantil como a infanto-juvenil é mais elevada entre as crianças do sexo masculino (69 e 126 contra 57 e 106 para o sexo feminino). As maiores taxas de mortalidade infantil são observadas na Província Leste, onde a taxa de mortalidade dos menores de 5 foi de 160 por 1000 nascidos vivos, cerca de 37 por cento superior à média nacional. Todas as outras regiões observam menores taxas de mortalidade nas crianças menores de cinco anos, comparativamente com a média nacional. Esta constatação também é válida para as taxas de mortalidade infanto-juvenil. As crianças residentes nas áreas rurais apresentam risco mais elevado de mortalidade, comparando com as residentes nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, tanto as taxas de mortalidade infantil como as de mortalidade infanto-juvenil são mais elevadas (64 e 121), comparativamente com as taxas de mortalidade infantil e infanto- juvenil (61 e 105) observadas nas áreas urbanas. xii Nutrição: De acordo com as informações recolhidas no inquérito, constata-se que dois terços (32%) da população infantil guineense menor de 5 anos sofrem de atraso de crescimento moderado ou severo, 10% de atraso severo, um quinto (18%) sofre de insuficiência ponderal moderada ou severa, 5% de insuficiência severa, 6% de perda de peso moderada ou severa, e 1% de perda severa. A obesidade toca 3% das crianças menores de 5 anos. Segundo os dados recolhidos, a prevalência do baixo peso à nascença (< 2500 g) na Guiné-Bissau está estimada em 11%. No país, menos de metade (46%) das crianças foram pesadas à nascença. A prevalência e a duração do aleitamento materno exclusivo na Guiné-Bissau estão aquém das recomendações da OMS. Apesar de cerca de 100% das crianças guineenses terem sido amamentadas alguma vez, apenas 38% das crianças menores de 6 meses são amamentadas exclusivamente. Quase todas as crianças entre 12-15 meses (97%) ainda são amamentadas e a prevalência da amamentação contínua até aos 2 anos é de 65%. Ao nível do país, a duração média e mediana da amamentação é de 23 meses, A introdução da alimentação complementar é feita de forma inadequada, sendo que apenas 40% das crianças menores de 2 anos são amamentadas de forma adequada. Do mesmo modo, menos de metade (43%) das crianças de 6-8 meses recebe comida sólida, semi-sólida ou mole e, no total, das crianças entre os 6 e os 23 meses, apenas 23% recebem refeições com uma frequência mínima adaptada à sua idade. Apesar do consumo de sal iodado pelos agregados familiares ser muito baixo (12%) observou-se um aumento na taxa de consumo em relação ao último MICS, que era menor em 11 pontos. O consumo é maior no meio rural, comparativamente com o meio urbano. A taxa de suplementação com vitamina A aumentou muito. Segundo os dados recolhidos, 79% de crianças de 6-59 meses receberam suplementos de vitamina A nos 6 meses que antecederam o inquérito, o que representa um incremento de quase 21 pontos em relação aos valores de 2006. Saúde da Criança: O MICS & IDSR em estudo indica que 94% das crianças (12-23 meses), foram vacinadas contra o BCG antes do primeiro ano de vida, 76% receberam as três doses de DPT, 77% receberam a vacina contra a Polio ao nascer (Polio 0), e 73% as três doses seguintes contra a Polio antes do primeiro ano de vida. As coberturas vacinais contra o sarampo e a febre-amarela são as mais baixas: 61% contra o Sarampo, e 49% contra a febre- amarela, antes do primeiro ano de vida. No total, quatro crianças em cada dez (43%) receberam todas as vacinas em conformidade com o plano de vacinação em vigor antes do primeiro ano de vida. As que não receberam nenhuma vacina até esta idade não chegam a 2%. O inquérito também mostra que 70% das mulheres estão protegidas contra o Tétano, sendo que 58% receberam pelo menos duas doses durante a última gravidez, 11% pelo menos duas doses nos três anos anteriores, e somente 0,3% receberam pelo menos três doses nos cinco anos que precederam o inquérito. Durante as duas semanas anteriores ao inquérito, 9% das crianças menores de 5 anos tiveram diarreia. A faixa etária de forte prevalência da diarreia é entre 12-23 meses (17%). Esta faixa etária coincide com a ablactação (o desmame), período durante o qual os riscos de contaminação pela má conservação dos alimentos e pelos factores ambientais são mais elevados. No total, a maioria (53%) das crianças que tiveram diarreia receberam Terapia de Reidratação Oral com alimentação contínua, segundo as recomendações da OMS. Apenas 3% das crianças menores de 5 anos foram suspeitas de pneumonia nas duas semanas anteriores ao inquérito. De entre as crianças que apresentaram sintomas de pneumonia, metade (52%) consultou um agente de cuidados de saúde apropriado e um terço (35%) recebeu antibióticos para o tratamento da pneumonia. xiii Em relação à preparação das refeições, constata-se que a quase totalidade (99%) dos agregados utiliza combustíveis sólidos qualquer que seja a categoria socioeconómica. Entre os AF que utilizam um combustível sólido para cozinhar, apenas 5% cozinham dentro de casa; 74% cozinham no exterior, e 21% numa casa separada. Em relação à disponibilização e utilização dos mosquiteiros nos AF, 83% das famílias possuem pelo menos um mosquiteiro, e 62% das crianças menores de 5 anos e 63% das mulheres grávidas dormiram debaixo de um mosquiteiro na noite que antecedeu o inquérito. São 53% os agregados que possuem pelo menos um mosquiteiro impregnado, e 36% das crianças menores de 5 anos e 32% das mulheres grávidas dormiram debaixo de um mosquiteiro impregnado na noite anterior ao inquérito. Dentre as crianças menores de 5 anos que tiveram febre nas 2 semanas anteriores ao inquérito (17%), metade (51%) recebeu um antipalúdico, 37% receberam um antipalúdico no próprio dia ou no dia seguinte à aparição dos sintomas e 7% fizeram a análise da malária (sangue tirado do dedo). Ao nível do país, 93% das mulheres que tiveram filhos nos últimos dois anos antes do inquérito fizeram pelo menos uma consulta pré-natal com pessoal qualificado. Entre elas, 14% receberam tratamento preventivo intermitente do paludismo, ou seja, receberam 2 doses ou mais de SP/Fansidar, 79% receberam um medicamento qualquer contra o paludismo durante a gravidez, e 19% receberam só uma dose de SP/Fansidar. Apenas 4% dos agregados tinham um lugar específico para lavagem das mãos. Dentre esses, 81% dos AF tinham água e sabão disponíveis no lugar específico, 11% só tinha água, e 6% só tinha sabão disponível. Água e Saneamento Em relação às fontes de água, 66% dos membros dos AF utilizam fontes melhoradas de água para beber. Embora três terços (75%) dos agregados façam algum tratamento à água que bebem, apenas 4% dos agregados com fontes de água para beber não apropriada fazem um tratamento apropriado à água. O inquérito mostra que 75% dos AF não têm água para beber no próprio local. Em 93% desses AF, são as mulheres com idade a partir dos 15 anos quem se responsabiliza pela procura de água para o consumo da família. Vemos também que 13% dos membros dos agregados necessitam de 30 minutos ou mais para ir e voltar da fonte de água mais próxima. No que concerne às instalações sanitárias, segundo os dados do MICS-4/IDSR-1, 18% da população vive em agregados com instalações sanitárias melhoradas para a evacuação de excrementos humanos, mas somente 11% da população utiliza instalações sanitárias melhoradas e não partilhadas, sendo 21% para a população urbana, e apenas 3% para população rural. No total, somente 9% da população têm acesso tanto a fontes de água melhoradas como a instalações sanitárias melhoradas não partilhadas. Saúde Reprodutiva Actualmente, a taxa de fecundidade das adolescentes na Guiné-Bissau é de 141 por mil, e a percentagem de gravidez precoce (antes dos 18 anos) é de 33% entre as mulheres de 20-24 anos. Ao nível nacional, 14% das mulheres entre 15-49 anos casadas ou em união de facto utilizam algum método contraceptivo (10% utilizam um método moderno) e o total das necessidades não satisfeitas de contraceptivos é de 6%, sendo 5% para espaçamento e 1% para limitação. A percentagem de necessidades não satisfeitas de contraceptivos é maior no meio urbano (9%) do que no meio rural onde é de apenas 5%. xiv Relativamente aos cuidados pré-natais, a quase totalidade (93%) das mulheres entre 15-49 anos que tiveram filhos nos 2 últimos anos recebeu cuidados pré-natais junto de um agente qualificado (médico, enfermeira ou parteira), pelo menos uma vez durante a gravidez. São apenas 6% as mulheres que não fizeram nenhuma consulta de pré-natal. 68% das mulheres fizeram 4 ou mais consultas com qualquer agente. A grande maioria (68%) das mulheres que tiveram filhos nos 2 últimos anos fizeram os 3 exames recomendados durante a gravidez: mediram a tensão arterial e fizeram análises de urina e sangue. Essa percentagem é muito mais elevada no meio urbano (88%) do que no meio rural (58%). Em relação aos partos, constata-se que 43% dos partos foram assistidos por um agente qualificado (parteira, enfermeira, médico) e 2% dos partos realizados nos últimos 2 anos foram por cesariana. A nível nacional também 41% dos partos foram realizados em unidades de saúde, enquanto que a maior parte dos partos são ainda realizados nas residências familiares (58%). Alfabetização e Educação Na Guiné-Bissau 40% das mulheres entre 15-24 anos são alfabetizadas. Esta taxa é maior no meio urbano (63%) do que no meio rural, com apenas 16%. A proporção de crianças a frequentarem actualmente a 1ª classe e que frequentaram o jardim infantil no ano lectivo anterior é de 29%. Quanto às crianças com idade de entrada no primário (7 anos), a taxa líquida de frequência ajustada é de 46%. A nível do país, a taxa líquida de frequência (TLF) no primário, ou seja a percentagem das crianças com idade de frequentar o ensino primário (7-12 anos) e que estão a frequentar realmente o ensino primário ou secundário é de 67%. Essa taxa líquida é quase igual para os rapazes (69%) e as raparigas (65%) mas é muito mais elevada no meio urbano onde a TLF é de 84% contra somente 57% no meio rural. No que se refere ao ensino secundário, a taxa líquida de frequência, ou seja a percentagem das crianças com idade de frequentar o ensino secundário (13-17 anos) e que estão a frequentar realmente o ensino secundário é de apenas 24% o que se explica, em parte, pelo forte atraso escolar dos alunos de 13-17 anos: 45% deles estão a frequentar o ensino primário. Essa taxa líquida é mais baixa para as crianças do sexo feminino (20%) do que para as crianças do sexo masculino (27%), e encontra-se particularmente baixa no meio rural (7% contra 42% no meio urbano). No total, 79% das crianças que entraram para a primeira classe do ensino primário conseguem atingir a última (a sexta) classe do primário. A taxa de sucesso do primário e a taxa de transição do primário para o secundário a nível nacional, são ambos de 86%. O Índice de paridade de género no primário para a TLF ajustada é de 0,94, e de 0,73 para o ensino secundário. Protecção da Criança De acordo com os dados do MICS-4/IDSR-1, apenas 24% das crianças com idade entre 0-59 meses foram registadas, 30% no meio urbano contra 21% no meio rural. Na Guiné-Bissau, mais de metade das crianças de 5-14 anos (57%) estão envolvidas no trabalho infantil. O trabalho infantil é mais frequente no meio rural (65% contra 45% no meio urbano), e é mais frequente entre as crianças de 5-11 anos, (63% contra 40% entre as crianças com 12-14 anos). A prática do trabalho infantil é também ligeiramente mais frequente nas meninas (60%) do que nos meninos (55%). A frequência escolar das crianças com 5-14 anos envolvidas em trabalho infantil é de 55%, taxa similar para o total das crianças dessa faixa etária. xv Sobre a disciplina das crianças, no total, 40% das mulheres entrevistadas acham que, para melhor educar uma criança, o castigo físico é necessário. Em relação ao casamento precoce, 19% das mulheres actualmente casadas ou em união conjugal tem uma idade compreendida entre 15-19 anos. 7% das mulheres entre 15-49 anos foram casadas ou começaram a viver em união conjugal antes dos 15 anos de idade, enquanto 29% das mulheres entre 20-49 anos foram casadas ou começaram a viver em união conjugal antes dos 18 anos. Entre as mulheres de15-49 anos casadas ou em união conjugal, 48% estão a viver em regime polígamo, o que quer dizer que o marido ou companheiro tem uma outra esposa ou companheira. Nas mulheres jovens entre 15-19 anos já casadas ou em união, 42% têm um marido/parceiro mais velho 10 anos ou mais . Essa taxa é de 39% entre as mulheres com 20-24 anos. A prevalência da excisão feminina no país é de 50% entre as mulheres dos 15 aos49 anos. No meio rural, 57% das mulheres inquiridas são excisadas, contra 43% no meio urbano., A prevalência nas raparigas de 0-14 anos é de 39% e hoje 34% das mulheres aprovam a prática de excisão. O nosso inquérito mostra que 6% das crianças entre os 5-17 anos vivem fora do AF. De entre elas, 53% saíram por causa dos estudos (escola) e 20% foram para a escola corânica. Dos que foram para a escola corânica, 28% ficaram no país, 56% foram para o Senegal e 12% foram para a Gâmbia. A idade mediana para saírem para a escola corânica é de 9 anos. VIH/SIDA, Comportamento sexual, crianças órfãs e vulneráveis A maioria das mulheres inquiridas com idade entre os 15-49 anos, (91%), já ouviu falar do VIH/SIDA, mas somente 14% têm um conhecimento aprofundado sobre as formas de transmissão do VIH/SIDA, ou seja, rejeitam as 3 ideias erradas mais comuns e conhecem 2 formas de transmissão; 42% conhecem as 3 formas de transmissão de mãe para o filho. Essas percentagens são semelhantes entre as mulheres jovens, entre 15- 24 anos. Em relação ao teste do VIH/SIDA, a nível do país, 19% das mulheres já fizeram o teste do VIH/SIDA (21% para as mulheres jovens entre 15-24 anos) e 17% receberam também o resultado do teste. Ademais, 17% das mulheres que tiveram filhos nos 2 últimos anos fizeram um teste ao VIH/SIDA e receberam os resultados durante consultas de pré-natal.Do mesmo modo, 42% receberam informações sobre a transmissão do VIH/SIDA durante aquelas consultas. Relativamente ao comportamento sexual, 30% das mulheres jovens entre 15-24 anos declararam nunca ter tido sexo, 28% tiveram relações sexuais antes dos 15 anos, e 19% tiveram relações sexuais nos últimos 12 meses com homens 10 anos mais velhos que elas. Das mulheres que tiveram sexo com múltiplos parceiros nos 12 últimos meses (5% das mulheres entre 15-49 anos), metade (50%) declarou ter utilizado um preservativo na última relação desse tipo. Das mulheres jovens que tiveram sexo com um parceiro sem ser o marido/companheiro (64% das mulheres jovens com actividade sexual), cerca de metade (47%) declarou ter utilizado um preservativo na última relação desse tipo. No país, 19% das crianças menores de 18 anos não vive com nenhum dos pais biológicos e 11% é órfã de pelos menos um dos pais. Em relação à frequência escolar das crianças órfãs e não órfãs, a nível do país, 2% das crianças entre 10-14 anos são órfãs de ambos os pais, e 65% são crianças não órfãs. Entre as crianças órfãs de ambos os pais, 79% frequentam actualmente a escola, enquanto que entre as não órfãs, a taxa de frequência é de 72%. 1 I. Introdução Histórico Este relatório é baseado no Inquérito aos Indicadores Múltiplos (MICS 4) e no Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva (IDSR-1) realizados conjuntamente na Guiné-Bissau em 2010 pelo Ministério da Economia, do Plano e da Integração Regional através da Direcção Geral do Plano e do Instituto Nacional de Estatística. Apresenta os resultados da parte MICS deste inquérito que fornece informações preciosas sobre a situação das crianças e mulheres na Guiné-Bissau, e baseia-se em grande parte na necessidade de seguir a progressão em direcção aos objectivos e alvos emanados dos acordos internacionais recentes: a Declaração do Milénio, adoptada por todos os 191 Estados membros das Nações Unidas em Setembro de 2000 e o Plano de Acção denominado um Mundo Digno das Crianças, adoptado por 189 Estados membros por ocasião de uma sessão especial das Nações Unidas sobre as crianças realizada em Maio de 2002. Esses dois compromissos baseiam-se nos compromissos assumidos pela Comunidade Internacional durante a Cimeira Mundial para a Criança em 1990. Ao assinar esses acordos internacionais, os governos comprometeram-se a melhorar as condições de vida das suas crianças e a seguir os progressos realizados nesse sentido. O quadro abaixo ilustra o papel do UNICEF no quadro desta missão. O inquérito MICS-4/IDSR-1 desenrolou-se na altura da avaliação a meio-percurso do Plano Quadro de Ajuda ao Desenvolvimento das Nações Unidas (CCA/UNDAF) e da elaboração do segundo Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza – DENARP, cujos resultados vão facilitar a reorientação de políticas e programas direccionados para a realização dos propósitos ou objectivos da Cimeira Mundial e da Sessão Especial das Nações Unidas sobre “Um Mundo Digno das Crianças”. Desde o fim do conflito de 1998-1999, que teve um impacto negativo sobre as condições de vida das populações, a situação económica, política e social da Guiné-Bissau contínua difícil. A taxa de crescimento real médio é de 3% entre 2008 e 2009. O alto nível de instabilidade não permitiu ao governo orientar/centrar as suas iniciativas na procura das vias e dos meios para fazer face aos desafios de desenvolvimento, nomeadamente a redução da pobreza e a realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). Apesar de todas essas dificuldades, a iniciativa de preparar e executar um Documento Estratégico para a Redução da Pobreza (DENARP) mantém a sua actualidade. Foi assim que em 2009 foram levadas a cabo as necessárias revisões do documento inicial (DENARP-1), para finalizar e validar a versão actual do Documento Estratégico para a Redução da Pobreza que inclui novas prioridades com destaque para a reforma dos sectores de defesa e segurança. 2 Um compromisso em acção: Responsabilidades nacionais e internacionais de relatórios periódicos Os Governos que assinaram a Declaração do Milénio assim como a Declaração e o Plano de Acção “Um Mundo Digno das Crianças” comprometeram-se também a seguir os progressos a realizar na materialização dos objectivos e metas que aqueles documentos contêm: “Vamos seguir regularmente a nível nacional e regional, se for necessário e avaliar os progressos no quadro da realização dos objectivos do presente Plano de Acção a nível nacional, regional e internacional. Da mesma forma, vamos reforçar a capacidade dos nossos serviços de estatística nacional na recolha, análise e separação de dados, de acordo com o sexo, a idade e outros factores pertinentes susceptíveis de fazer sobressair as disparidades e ajudar num grande leque de trabalhos de pesquisa sobre as crianças. Vamos reforçar a cooperação internacional a fim de apoiar actividades que favoreçam o reforço de capacidades estatísticas e de capacidade das comunidades para seguir, avaliar e planificar”. (Um Mundo Digno das Crianças, parágrafo 60). “…Vamos proceder a revisões periódicas dos nossos progressos a nível nacional e sub- regional a fim de ultrapassar os obstáculos de forma mais eficaz e acelerar as acções…” (Um Mundo Digno das Criança, parágrafo 61). O Plano de Acção (parágrafo 61) preconiza igualmente a implicação específica do UNICEF na redacção de relatórios periódicos de cada etapa: “… Num momento em que se solicita à agência mundial para as crianças, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, que continue a recolher e a difundir, em estreita colaboração com os Governos, os organismos apropriados de financiamento, os programas e as agências especializadas do sistema das Nações Unidas e todos os outros intervenientes/interessados, as informações sobre os progressos realizados na implementação da Declaração e do Plano de Acção”. Da mesma forma, a Declaração do Milénio, (parágrafo 31) sugere a redacção periódica de relatórios sobre esses progressos: “…Solicitamos à Assembleia Geral a revisão regular dos progressos realizados na aplicação dos dispositivos desta Declaração, e pedimos ao Secretário-Geral que publique os relatórios periódicos à serem submetidos à Assembleia Geral para servirem de base à outras acções”. O segundo relatório sobre a análise da pobreza realizado em 2010 por meio do inquérito denominado ILAP-2, assim como a situação real do estado de realização dos ODM, descreve de forma sincera e clara a situação económica e social da Guiné-Bissau. Esse relatório indicou que o país está a avançar muito lentamente na realização dos ODM. Dois terços dos guineenses vivem abaixo da linha da pobreza absoluta. O declínio económico persistente conduziu ao agravamento da pobreza no país. Os objectivos de educação para todos e de igualdade dos sexos progridem muito lentamente em relação ao calendário dos compromissos internacionais que fixam os prazos da sua realização para 2015. A taxa de mortalidade infantil continua elevada: Em 2006, a nível nacional, 138 crianças por 1000 nados vivos morriam antes de atingirem um (1) ano de idade e 223 por 1000 nados vivos morriam antes de completar os cinco anos de idade. O MICS-4/IDSR-1 de 2010 apresenta uma situação melhorada: em cada 1000 nascidos vivos, 63 crianças morrem antes de atingirem o primeiro ano de vida (mortalidade infantil) e 116 antes de completaram o quinto aniversário (mortalidade infanto-juvenil). A pandemia do VIH, o paludismo e a tuberculose continuam a alastrar e as tendências devem ser invertidas para um melhoramento notório da saúde das populações. O abastecimento de água potável, o melhoramento de instalações sanitárias e o acesso a condições decentes de habitação ainda continuam sendo um luxo no 3 país. A taxa de cobertura dos serviços sociais de base contínua fraca e as condições de vida repousam em equilíbrios frágeis, uma situação pouco favorável a um melhoramento da esperança de vida à nascença hoje estimada em apenas 45 anos, de acordo com os dados do 3º RGPH. A estratégia adoptada pelos decisores nacionais para o cumprimento dos compromissos assumidos aquando da Sessão Especial das Nações Unidas sobre as Crianças e inscritos no plano “Um Mundo Digno das Crianças” consistiu na elaboração de uma Agenda Política assinada por todos os Partidos políticos e Coligações que concorreram nas Eleições Legislativas de 2008 e uma Agenda Presidencial assinada por todos os candidatos que concorreram às Eleições Presidenciais de 2009. Essas duas agendas visam responsabilizar os partidos políticos e os candidatos participantes nas diferentes eleições, no sentido de trabalharem para melhorar a situação das crianças, em conformidade com as disposições da CDC. O seguimento sustentado da situação das crianças e das mulheres vai ser agora facilitado com a actualização do Banco de Dados sobre o Sector Social (que abrange crianças e mulheres) através da disponibilização de novos dados do MICS-4. Este inquérito também permitiu reforçar a capacidade dos técnicos do Governo na utilização de novas técnicas de recolha, tratamento e análise de dados. Este relatório final apresenta os principais resultados do inquérito tratando o conjunto dos temas cobertos no seu questionário. Objectivos do Inquérito O Inquérito a Indicadores Múltiplos da Guiné-Bissau tem como objectivos principais:  Fornecer informações recentes que permitam a avaliação da situação da criança e da mulher na Guiné- Bissau;  Fornecer dados necessários ao seguimento dos progressos na realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e outros objectivos fixados no plano internacional, como uma base para as acções no futuro;  Contribuir para o melhoramento do sistema de recolha e de seguimento dos indicadores na Guiné- Bissau e para o reforço da capacidade técnica em matéria de concepção, implementação e análise desse sistema;  Produzir dados sobre a situação das crianças e das mulheres, incluindo a identificação dos grupos vulneráveis e as disparidades, para uma melhor reorientação das políticas e intervenções. 4 II. Amostragem e Metodologia O inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva/MICS4 (IDSR/MICS-2010) foi um levantamento feito a nível nacional por amostragem dos agregados familiares (AF) no pais, no qual se colectaram dados sobre fecundidade, nupcialidade, planeamento familiar, mortalidade em crianças menores de cinco anos e saúde materno-infantil, VIH/SIDA, papéis de género e violência domestica, e indicadores socioeconómicos, bem como sobre os demais indicadores do UNICEF, a partir de entrevistas domiciliares. A população-alvo do inquérito é composta por todas as mulheres de 15-49 anos de idade, independentemente do estado civil, e moradores habituais nos agregados visitados na amostragem. As etapas para realização do inquérito são semelhantes às dos demais inquéritos por amostragem dos agregados, envolvendo uma série de procedimentos que são interligados. A amostra do IDSR/MICS é uma subamostra do censo feito em Março de 2009, feita em três estágios. O primeiro estágio compreendeu 10.374 agregados familiares e esteve distribuído equitativamente pelas 8 regiões mais o Sector Autónomo de Bissau (SAB) (9 domínios). Foram amostrados 1040 AF em cada região (1014 nos Bijagós) e 2080 no SAB. A razão da equidade na distribuição regional foi a necessidade de se poderem produzir estimativas a nível regional (o contrário seria a amostra ser proporcional ao tamanho das regiões). Como algumas regiões foram subamostradas e algumas sobre amostradas para ter estimativas a nível regional, foram calculadas ponderações para cada domínio tendo em consideração o diferencial da fracção de amostragem. Estimativas nacionais por áreas de residência urbanas e rurais foram também tidas como prioritárias. Desta forma, a amostra produz estimativas confiáveis para as áreas de residência a nível nacional, não sendo necessariamente confiáveis a nível regional. Foi assim que se decidiu obter uma amostra proporcional á distribuição urbano-rural em cada região com probabilidade proporcional ao numero dos AF em cada distrito do recenseamento (DR) no primeiro estágio. No segundo estágio de selecção, foi escolhido um número igual de AF dentro de cada sector (DR) da amostragem, de forma aleatória para assegurar que todos os AF no sector tivessem a mesma probabilidade de ser seleccionados. Para o terceiro estágio da amostra, foi incluído no questionário dos AF uma relação das mulheres em idade fértil (15-49), que foram registadas da maior à menor idade e foi seleccionado de forma aleatória uma mulher a ser inquirida conforme o último dígito do questionário e o número das mulheres no AF (Quadro de selecção de Kish). A probabilidade de cada inquirida seleccionada foi inversamente proporcional ao número de mulheres em idade fértil no AF e foi acrescentado um factor de ponderação para compensar esta desigual probabilidade de selecção. Nos anexos deste relatório vão ser incluídos mais detalhes sobre a amostragem (Anexo A) incluindo estimativas dos erros da amostragem (Anexo C). Questionários Para a realização deste inquérito, os questionários MICS4 standard1 e o questionário da CDC/Atlanta para a recolha de dados sobre a saúde reprodutiva foram combinados e adaptados ao contexto nacional da Guiné- Bissau, resultando na elaboração de dois questionários: um para o agregado familiar e o outro para mulheres de 15–49 anos. Após a concepção e aprovação dos conteúdos dos referidos questionários, seguiu-se a fase de teste dos mesmos (inquérito piloto), realizado em Bissau e num DR da aldeia de Ondame, no sector de Quinhamel na região Biombo. Esta operação foi realizada em Novembro do ano 2009. Durante o inquérito piloto, para além da administração dos questionários, as equipas responsáveis pelo trabalho de campo, também pesaram e mediram as crianças menores de 5 anos de idade. Com base nos resultados do inquérito piloto, procedeu-se 1 Ver www.childinfo.org para os questionários MICS4 standard. 5 a algumas modificações nos módulos dos questionários. A versão final dos questionários utilizados encontra- se em anexo do presente relatório. Conteúdo dos Questionários Questionário do Agregado Familiar Questionário de Mulheres de 15-49 anos Identificação; Listagem dos moradores; Educação; Trabalho das crianças; Migração das crianças; Água e Saneamento; Características do agregado; Lavagem das mãos; Mosquiteiros; Iodação do sal. Informações sobre crianças menores de 5 anos sem mãe biológica no agregado: Vacinação; Registo de nascimento; Tratamento das doenças; Antropometria; Identificação; Características da mulher (incl. Alfabetização); Reprodução e história de nascimentos; Gravidez e fístula; Contracepção; Preferência com relação à fecundidade; Gravidez e amamentação; Excisão feminina; Actividade sexual recente e atitudes; Situação matrimonial e características do marido/parceiro; VIH/SIDA; Papel de género e violência doméstica Antropometria; Informações sobre as suas crianças menores de 5 anos: Vacinação Registo de nascimento Alimentação Tratamento das doenças Antropometria Formação e Recolha dos Dados A formação de todos os intervenientes no processo da recolha dos dados foi realizada em quatro etapas distintas, como se segue: a) Formação inicial de Antropometristas, b) Formação de inquiridores, c) Formação complementar dos Antropometristas e d) Formação dos supervisores: a) Uma formação inicial de Antropometristas foi realizada antes do início da grande formação, com 20 técnicos, seleccionados pela sua experiência extensiva em recolha de dados (alguns já com experiência em Antropometria) e com uma duração de 5 dias. Esta formação inicial foi animada por uma especialista em nutrição, contratada pelo UNICEF, uma vez que a especialista em nutrição da UNICEF/Dakar, não pode deslocar-se para Bissau na data marcada para esta formação. Durante o processo desta formação, houve aulas teóricas e sessões de exercícios práticos no Centro de Saúde Materna em Bissau. b) A formação dos inquiridores teve início no dia 22 de Fevereiro e terminou no dia 10 de Março de 2010 e foi realizada em dois locais distintos, uma vez que o preenchimento do questionário devia ser feito em duas fases diferentes: o questionário do agregado (a ser preenchido pelos inquiridores) e o da mulher seleccionada dentro do AF (pelas inquiridoras). Essa formação compreendeu aulas teóricas sobre as técnicas do inquérito, a assimilação dos diferentes conteúdos dos questionários, a realização de uma entrevista, e o preenchimento de um questionário. Durante o período de formação, houve momentos em que a formação foi conjunta entre inquiridores e inquiridoras e houve momentos em que a formação foi separada. Participaram inicialmente 44 homens e 68 mulheres e ao fim de 2 semanas de formação e após a avaliação da aptidão dos participantes (provas escritas e exercícios práticos) foram seleccionados 8 supervisores logísticos, 8 supervisoras técnicas, 8 antropometristas, 16 inquiridores e 32 inquiridoras. 6 c) Foi decidido realizar uma segunda formação de antropometristas no final da formação dos Agentes, porque, durante a formação dos inquiridores constatou-se que muitos dos técnicos formados na formação inicial de antropometristas tinham também qualidades para ser supervisores de equipa. Preocupados com o sucesso da recolha de dados, decidiu-se escolher no meio dos formandos, 12 agentes com um bom conhecimento dos conteúdos dos questionários, a fim de os formar nas técnicas de medição e pesagem das crianças e das mulheres. Assim, durante 3 dias, foi dada uma formação suplementar aos seleccionados para finalmente escolher 8 (os melhores) para desempenharem as funções de antropometristas. Assim, caso um dos inquiridores estivesse doente ou incapacitado para proceder ao preenchimento dos questionários, o técnico formado em antropometria poderia apoiar, para evitar atrasos no trabalho da equipa, ficando também assegurado que cada equipa tinha pelo menos uma outra pessoa (inquiridor/a ou supervisor) que tinha participado numa das 2 formações de antropometria para poder assistir o antropometrista. d) A Formação dos supervisores foi realizada com a preocupação de se ter informações de qualidade. Neste âmbito foram escolhidos 16 técnicos (8 mulheres e 8 homens) dentre os melhores formandos, tanto no questionário do AF como no questionário das mulheres, para receberem uma formação adicional a fim de poderem rever os questionários antes de serem enviados para Bissau. Durante esta formação, não só foram reforçados todos os conteúdos dos dois questionários e transmitidas as técnicas de correcção ou de verificação das incoerências entre as partes do questionário como também foram ensinadas as técnicas de recolha das informações com GPS para a localização geográfica das tabancas. Foi durante esta formação que se transmitiram conhecimentos sobre o preenchimento do questionário do AF às mulheres (Supervisoras), a fim de lhes permitir substituir um inquiridor em situação de doença ou outro impedimento; por outro lado, também foram passados conhecimentos sobre o conteúdo do questionário das mulheres e as técnicas do seu preenchimento aos homens (Supervisores), a fim de lhes permitir rever os dois questionários com muita atenção. Missões de Supervisão à Recolha dos Dados no Terreno Para a deslocação das equipas de terreno de Bissau para as regiões, cada equipa foi acompanhada por um membro da equipa técnica do inquérito, com o objectivo de apresentar a equipa às Autoridades regionais e assim solicitar alguns apoios que pudessem facilitar a estada e o sucesso dos trabalhos na região. Durante todo o processo de recolha dos dados nas regiões, cada semana todas as equipas receberam pelo menos a visita de um membro da equipa de coordenação do inquérito. As missões de supervisão tinham como objectivo recolher informações dos supervisores de terreno e agentes sobre o estado de avanço dos trabalhos, transmitir medidas correctivas sobre as incoerências verificadas nos questionários que já tinham sido digitados, encorajá-los para garantir o bom ritmo do trabalho e tentar resolver problemas de incompatibilidade existentes entre os membros da mesma equipa (caso os houvesse). As missões tinham também por finalidade trazer para Bissau os questionários já preenchidos. É importante ressaltar que todas as missões foram bem sucedidas e contribuíram muito para o sucesso da operação de recolha de dados e do inquérito no seu todo. Houve também uma missão de supervisão do Bureau Regional do UNICEF/Dakar, na pessoa da especialista em recolha de dados contratada pelo UNICEF. Durante a estada de sete (7) dias, a missão, acompanhada pelo Coordenador Nacional do MICS-4/IDSR-1, visitou todas as regiões, com excepção da região de Bolama/Bijagós, devido às suas particularidades geográficas. Mas antes da conclusão dos trabalhos da recolha de dados, a equipa de recolha de dados na região de Bolama/Bijagós recebeu a visita da equipa de coordenação do inquérito acompanhada do Representante Residente Adjunto do UNICEF/Bissau. Foi durante essas missões de supervisão que as equipas regionais receberam reforço em alguns consumíveis, tais como medicamentos para a Farmácia, gasóleo para as viaturas e fichas técnicas para o seguimento da operação do terreno, tendo sido também efectuado o pagamento dos subsídios. 7 Semanalmente eram convocadas reuniões de coordenação afim de proceder ao balanço das missões e assim deixar informações adicionais sobre os trabalhos de supervisão e orientações para reforçar os trabalhos das equipas de terreno. Digitação e Tratamento dos Dados Para a digitação e tratamento de dados, como tinha sido feito em todas as outras fases, foi primeiramente organizada uma acção de formação durante a última semana de formação do pessoal de terreno. Nessa formação que teve uma duração de 10 dias e contou com a presença de um especialista informático do CDC/Atlanta, participaram 20 técnicos . Os formandos tiveram a possibilidade de introduzirem alguns dados dos questionários preenchidos durante as aulas práticas dos inquiridores. No final do período da formação, procedeu-se à selecção dos 14 melhores para a equipa de digitadores e alguns dias depois do final do processo de formação iniciaram-se os trabalhos de digitação dos dados. O processo da digitação e tratamento de dados decorreu em simultâneo com a recolha dos dados. Dois dias após o início dos trabalhos no terreno, os primeiros questionários que chegaram ao Departamento do Inquérito foram logo entregues ao serviço de controlo antes de serem distribuídos para a informática/digitação. Os dados foram digitados utilizando o software CSPro 4.0. Este software foi instalado em todos os computadores destinados ao trabalho de digitação assim como nos dois portáteis que foram adquiridos pelo projecto no quadro dos trabalhos de digitação, tratamento e arquivamento de dados. Foram utilizados no total 14 computadores com respectivos operadores de digitação tendo 2 supervisores trabalhado em duas sessões por dia. Com a finalidade de garantir uma boa qualidade de dados, foi realizada a dupla digitação dos dados, ou melhor a digitação e a verificação de todos os DR. Os trabalhos iniciaram-se no dia 21 de Março e terminaram no dia 16 de Agosto de 2010 (5 meses). Todo o processo da exploração dos dados do inquérito MICS-4/IDSR-1 decorreu num ambiente de camaradagem. 8 III. Taxa da Cobertura dos AF, Características das pessoas inquiridas e respectivas famílias Taxa de Cobertura Nos 3 primeiros inquéritos MICS já realizados no país, foram sempre aplicados 3 questionários separados: um para o AF, um para mulheres entre 15-49 anos e o terceiro para as crianças menores de 5 anos. Mas, neste 4º inquérito, a Guiné-Bissau decidiu recolher informações sobre a situação da saúde reprodutiva durante o mesmo inquérito. Neste âmbito, só foram aplicados dois questionários separados (Agregado Familiar e Mulheres entre 15-49 anos). As informações sobre a situação das crianças menores de 5 anos foram recolhidas quer através das perguntas do questionário do AF (para aquelas crianças cuja mãe não vive no agregado), quer ainda através das perguntas do questionário das mulheres (para as crianças filhas das mulheres seleccionadas e inquiridas). Na amostra do inquérito foram seleccionados 10.374 AF para serem localizados e inquiridos. Entre estes, 4.075 na zona urbana e 6.299 na zona rural. Mas, no terreno, durante os trabalhos só foram localizados 10.128 AF, repartidos da seguinte forma: 3.938 na zona urbana e 6.190 na zona rural. Entre os AF localizados, só se conseguiu proceder a entrevistas a 9.859 agregados, dos quais 3.800 na zona urbana e 6.059 na zona rural. O que nos leva a obter a seguinte taxa de resposta: a nível nacional, 97% dos AF localizados responderam à entrevista, 97% entre os residentes da zona urbana e 98% entre os residentes da zona rural (Quadro HH.1). Em relação às mulheres com idade compreendida entre 15-49 anos (mulheres em idade fértil), foram seleccionadas 9143 mulheres, das quais 3561 mulheres são residentes na zona urbana e 5582 na zona rural. Entre estas mulheres, só foram entrevistadas 8543 mulheres repartidas da seguinte forma: 3331 entre as residentes da zona urbana e 5212 entre as residentes da zona rural. Assim conseguiu-se uma taxa de resposta de 93% a nível do país, taxa similar para as residentes urbanas (94%) e as residentes da zona rural (93%). No que concerne às crianças com idade inferior a 5 anos, foram identificadas 7149 crianças elegíveis (as crianças filhas das mulheres entrevistadas e todas as crianças identificadas no agregado cuja mãe não vive no mesmo) das quais 2246 entre as que vivem na zona urbana e 4903 entre as residentes na zona rural. Entre as 7149 crianças elegíveis, foram recolhidas informações de 6990 repartidas da seguinte forma: 2200 da zona urbana e 4790 da zona rural. A taxa de resposta das crianças é de 98% a nível do país, 98% das crianças que vivem na zona urbana e 98% das que vivem na zona rural. Em relação à taxa de resposta dos AF, as regiões de Oio e Biombo, com respectivamente 99% e 98% foram as que tiveram a maior taxa de resposta, e mesmo superior ao observado ao nível do país que é de 97%. Enquanto que as regiões de Bolama/ Bijagós com 97%, Bafatá com 97% e o SAB com 96% foram as regiões com menor taxa de resposta, e mesmo inferior a média nacional. Já em relação à taxa de resposta das mulheres, as regiões de Biombo, Gabú e Oio, com respectivamente 96%, 96% e 95% são as regiões onde foram observadas as maiores taxas de resposta, e mesmo superior à média nacional, enquanto as regiões de Bafatá e Cacheu, com 91% ambas, são as regiões com menor taxa de resposta, e inferior a média nacional. No que diz respeito às taxas de resposta das crianças menores de 5 anos, as maiores taxas foram observadas nas regiões de Bolama/ Bijagós, Biombo, Quinara e Gabú (99% para todas), e as menores taxas foram observadas nas regiões de Bafatá (96%), Tombali (97%) e Cacheu (97%). 9 QUADRO HH.1: RESULTADOS DO INQUÉRITO JUNTO DOS AGREGADOS FAMILIARES, DAS MULHERES E DAS CRIANÇAS Número de agregados familiares, mulheres e crianças menores de 5 anos, e taxas de resposta, GUINÉ-BISSAU, 2010 Meio Região Total Urbano Rural Tombali Quinara Oio Biombo Bolama/ Bijagós Bafatá Gabú Cacheu SAB Agregados na amostra 4075 6299 1040 1040 1040 1040 1014 1040 1040 1040 2080 10374 Agregados ocupados 3938 6190 1006 1032 1019 1025 1004 989 1026 1026 2001 10128 Agregados entrevistados 3800 6059 978 1004 1008 1007 969 955 1022 996 1920 9859 Taxa de resposta dos agregados 96,5 97,9 97,2 97,3 98,9 98,2 96,5 96,6 99,6 97,1 96,0 97,3 Mulheres em Idade Fértil seleccionadas 3561 5582 889 907 962 957 883 898 942 899 1806 9143 Mulheres em Idade Fértil entrevistadas 3331 5212 815 856 914 922 824 816 900 816 1680 8543 Taxa de resposta das mulheres 93,5 93,4 91,7 94,4 95,0 96,3 93,3 90,9 95,5 90,8 93,0 93,4 Taxa de resposta global das mulheres 90,3 91,4 89,1 91,8 94,0 94,7 90,1 87,7 95,2 88,1 89,3 91,0 Crianças menores de 5 anos Elegíveis 2246 4903 772 761 801 835 693 779 805 686 1017 7149 Crianças < de 5 anos: Mãe/responsável entrevistada 2200 4790 745 750 780 826 689 750 794 663 993 6990 Taxa de resposta das crianças 98,0 97,7 96,5 98,6 97,4 98,9 99,4 96,3 98,6 96,6 97,6 97,8 Taxa de resposta global das crianças 94,5 95,6 93,8 95,9 96,3 97,2 96,0 93,0 98,2 93,8 93,7 95,2 10 Características dos agregados A distribuição por idade e por sexo da população inquirida durante os trabalhos do MICS-4/IDSR-1 está apresentada no quadro HH.2. Esta mesma distribuição também foi utilizada para a confecção ou produção da pirâmide etária da população (Cf. Gráfico HH.1). Nos 9859 AF ocupados entrevistados com sucesso, 75.446 indivíduos foram recenseados, dos quais 38.888 do sexo feminino e 36.558 do sexo masculino, ou seja, 52% da população total são do sexo feminino e 49% do sexo masculino. Por outro lado, com base nas informações recolhidas tanto em relação ao número dos AF assim como da população recenseada, o inquérito estimou o tamanho médio dos AF em 7,7 indivíduos por família. QUADRO HH.2: DISTRIBUIÇÃO DAS IDADES POR SEXO NO SEIO DOS AGREGADOS FAMILIARES Percentagem da população dos agregados familiares por grupo etário quinquenal, e de dependência, e número de crianças de 0-17 anos e de adultos, segundo o sexo, GUINÉ-BISSAU, 2010 Homens Mulheres Total Número Percentagem Número Percentagem Número Percentagem Total Idade 36558 100,0 38888 100,0 75446 100,0 0-4 6182 16,9 5891 15,1 12073 16,0 5-9 5703 15,6 5378 13,8 11081 14,7 10-14 4645 12,7 4568 11,7 9212 12,2 15-19 4314 11,8 4608 11,8 8922 11,8 20-24 3270 8,9 3752 9,6 7023 9,3 25-29 2750 7,5 3293 8,5 6043 8,0 30-34 1875 5,1 2228 5,7 4103 5,4 35-39 1733 4,7 2124 5,5 3857 5,1 40-44 1229 3,4 1459 3,8 2688 3,6 45-49 1256 3,4 1272 3,3 2528 3,4 50-54 983 2,7 1647 4,2 2630 3,5 55-59 779 2,1 837 2,2 1616 2,1 60-64 687 1,9 597 1,5 1285 1,7 65-69 454 1,2 420 1,1 874 1,2 70-74 314 ,9 363 ,9 677 ,9 75-79 195 ,5 196 ,5 391 ,5 80-84 105 ,3 151 ,4 256 ,3 85+ Grupos etários dependentes 84 ,2 105 ,3 189 ,3 0-14 16530 45,2 15836 40,7 32366 42,9 15-64 18876 51,6 21817 56,1 40693 53,9 65+ População de Crianças e de Adultos 1152 3,2 1234 3,2 2387 3,2 Crianças com 0-17 anos 19108 52,3 18502 47,6 37610 49,9 Adultos 18+ 17451 47,7 20386 52,4 37836 50,1 Como se costuma dizer, e segundo o exemplo de muitos países em vias de desenvolvimento, o inquérito MICS-4/IDSR-1 confirmou que realmente a Guiné-Bissau é um país muito jovem, com uma pirâmide etária com a base muito larga e um topo muitíssimo estreito. A população idosa com 65 e mais anos nem ultrapassa 4%, e esta proporção é válida tanto em relação ao sexo masculino como em relação à população feminina. Ainda para reafirmar que o país é composto maioritariamente por população jovem, por exemplo, a população recenseada neste inquérito de 0-14 anos representa 43%. Em relação à composição da população por sexo, nota-se uma pequena diferença entre o sexo masculino e o sexo feminino. 11 GRÁFICO HH.1: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE POPULAÇÃO RESIDENTE NOS AGREGADOS FAMILIARES, POR IDADE E SEXO, GUINÉ-BISSAU, 2010 Os quadros HH.3 até HH.5 apresentam a composição dos AF inquiridos e as características socioeconómicas das mulheres e das crianças inquiridas. Nesses quadros, apresentam-se ambos os números das observações, ou seja, o número de agregados/ mulheres/crianças efectivamente entrevistadas durante o inquérito (a que chamamos de número não ponderado), e os números ponderados. Pelo desenho da amostra e pelo uso de ponderadores normalizados, o número ponderado dos agregados, ao nível do país, é o mesmo que o número não ponderado – as diferenças entre números ponderados e não ponderados observam-se aos níveis de análise mais baixos (meio de residência, província, etc.). Ao contrário, como foi inquirida uma só mulher em cada agregado (onde se encontram duas (2) ou mais mulheres elegíveis), as 8543 mulheres entrevistadas correspondem a um número ponderado de 18734 mulheres no total, e as 6990 crianças entrevistadas correspondem a um número ponderado de 12767 crianças recenseadas pelo inquérito. É importante ressaltar que, nos próximos capítulos, todos os indicadores e números apresentados nos quadros são ponderados. Em relação à composição dos AF, retratado no quadro HH.3, o inquérito demonstrou a existência de uma boa parte de AF da Guiné-Bissau chefiados por mulheres. Esta constatação é tanto no meio urbano como no rural, assim como nas 8 regiões administrativas da Guiné-Bissau. As informações do MICS-4/IDSR-1 ressaltaram a existência de 21% de famílias sob a responsabilidade de mulheres e 79% sob responsabilidade dos homens. A maior parte dos AF inquiridos vivem no meio rural (55%) contra 45% na zona urbana, o que corresponde às informações do 3º RGPH, realizado em 2009. A maior parte dos chefes (49%) não têm nenhum grau de instrução, 26% dos chefes só têm o nível primário e 24% o nível secundário ou mais. Os agregados com 10 ou mais membros representam um pouco mais de um quarto dos agregados inquiridos (26%). 12 QUADRO HH.3: COMPOSIÇÃO DOS AGREGADOS FAMILIARES Distribuição percentual dos agregados familiares consoante as características seleccionadas, GUINÉ-BISSAU, 2010 Percentagem ponderada Número ponderado de agregados Número não ponderado de agregados Total Sexo 100,0 9859 9859 Homem 79,2 7808 7836 Mulher Meio de Residência 20,8 2051 2023 Urbano 45,1 4449 3800 Rural Províncias 54,9 5410 6059 SAB 30,0 2955 1920 Leste 22,7 2242 1977 Norte 34,0 3351 3011 Sul Regiões 13,3 1311 2951 Tombali 6,4 630 978 Quinara 4,2 411 1004 Oio 12,9 1272 1008 Biombo 7,6 744 1007 Bolama/Bijagós 2,7 270 969 Bafatá 10,5 1033 955 Gabú 12,3 1208 1022 Cacheu 13,5 1334 996 SAB Número de membros por A.F. 30,0 2955 1920 1 1,8 176 184 2 4,6 449 431 3 7,4 733 710 4 10,6 1047 1013 5 11,7 1154 1193 6 11,5 1133 1131 7 10,8 1065 1074 8 9,2 903 899 9 6,9 685 707 10+ Nível de Instrução do chefe do A.F. 25,5 2514 2517 Nenhum 48,7 4805 4935 Primário 26,1 2570 2735 Secundário e mais 23,5 2316 2025 Não declarado 1,7 168 164 Características das Mulheres seleccionadas entre 15-49 anos e das Crianças menores de 5 anos Os dois quadros seguintes, HH.4 e HH.5, descrevem de forma bem detalhada a situação sociodemográfica e socioeconómica das populações alvo deste inquérito, que são: as mulheres com idade entre os 15-49 anos e as crianças menores de 5 anos. O quadro HH.4 mostra as principais características sociodemográficas e socioeconómicas das mulheres com idade entre 15-49 anos inquiridas. Neste quadro, nota-se que 54% das mulheres seleccionadas vivem no meio rural e 46% vivem no meio urbano. Constata-se na análise da pirâmide etária que na Guiné-Bissau existe uma predominância da população jovem. Neste quadro, a maioria das mulheres (25%) tem entre 15-19 anos, 20% têm entre 20-24 anos e apenas 7% têm entre 45-49 anos. Em relação ao estado matrimonial, 59% 13 das mulheres inquiridas afirmaram estar a viver no momento do inquérito em união de facto ou casada, enquanto que 36% das mulheres afirmaram que nunca na sua vida tinham sido casadas ou vivido em união de facto. Uma das possíveis explicações para um tão elevado número de mulheres que nunca foram casadas ou viveram em união de facto é a existência de uma população muito jovem com idade entre os 15-24 anos. De todas as mulheres entre 15-49 anos inquiridas, 70% tinham tido pelo menos um filho e 30% nunca tinham tido filhos à data do inquérito. Enquanto que em relação aos últimos 2 anos, 32% das mulheres inquiridas declararam que tiveram um filho nos últimos 2 anos que antecederam o inquérito, contra 68% que não tiveram filhos no mesmo período. O quadro também destaca o baixo nível de instrução das mulheres: do total das mulheres inquiridas, 50% nunca frequentaram a escola ou não concluíram nenhuma classe do Ensino Primário, 30% só frequentaram e concluíram uma classe do nível primário e apenas 20% das mulheres têm o nível secundário ou mais. Usando as respostas sobre os bens e as condições de habitação do questionário do agregado, foi possível classificar todos os agregados inquiridos em 5 Quintis de Bem-Estar Económico: dos mais pobres no primeiro quintil, até aos mais ricos no quinto quintil. O quadro HH.4 mostra que as mulheres inquiridas estão repartidas equitativamente entre os 5 quintis (aproximadamente 20% em cada um). 14 QUADRO HH.4: CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÓMICAS DAS MULHERES Distribuição percentual das mulheres entre 15-49 anos entrevistadas consoante as características seleccionadas, GUINÉ-BISSAU, 2010 Percentagem ponderada Número ponderado de mulheres Número não ponderado de mulheres Total Meio de Residência 100,0 18734 8543 Urbano 46,5 8708 3331 Rural Províncias 53,5 10026 5212 SAB 31,4 5878 1680 Leste 23,7 4441 1716 Norte 31,9 5976 2652 Sul Regiões 13,0 2440 2495 Tombali 6,3 1178 815 Quinara 4,5 836 856 Oio 13,5 2521 914 Biombo 6,4 1203 922 Bolama/Bijagós 2,3 426 824 Bafata 13,1 2451 816 Gabú 10,6 1990 900 Cacheu 12,0 2252 816 SAB Idade 31,4 5878 1680 15-19 anos 24,6 4601 1888 20-24 anos 20,1 3770 1674 25-29 anos 17,5 3286 1596 30-34 anos 11,9 2228 1145 35-39 anos 11,3 2120 1059 40-44 anos 7,8 1459 626 45-49 anos Estado Civil 6,8 1270 555 Actualmente casada ou em união de facto 59,1 11078 5487 Anteriormente casada ou em união de facto 5,4 1008 487 Nunca casada ou em união de facto Estatuto de Mãe 35,5 6647 2569 Já teve filhos 73,1 13688 6604 Nunca teve filhos Teve filhos nos últimos 2 anos 26,9 5046 1939 Sim 32,0 5994 3039 Não Nível de instrução da mulher 68,0 12740 5504 Nenhum 50,7 9505 4502 Primário 29,6 5544 2723 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 19,7 3685 1318 Mais pobre 20,0 3745 1902 Segundo 19,4 3638 1952 Médio 19,5 3661 1908 Quarto 20,7 3877 1555 Mais rico 20,4 3813 1226 15 Se o quadro HH.4 retrata a situação das mulheres com idade entre 15-49 anos seleccionadas na amostra, a repartição de crianças menores de 5 anos é apresentada no quadro HH.5, de acordo com variáveis tais como o sexo, a região e o meio de residência, a idade em meses, a educação das mães ou da tutora. Neste âmbito, as informações fornecidas pelas mães ou tutoras das crianças menores de 5 anos inquiridas no inquérito foram apresentadas e analisadas detalhadamente como melhor forma de facilitar a compreensão sobre muitas situações em que vivem as nossas crianças. O quadro abaixo mostra que 51% das crianças menores de 5 anos que foram inquiridas são do sexo masculino e 49% do sexo feminino. Dessas crianças 35% são residentes no meio urbano enquanto que mais de metade (65%) vivem no meio rural. Por outro lado, 21% têm entre 12-23 meses de vida e 19% têm entre 24-35 meses. 66% das crianças menores de 5 anos são filhos de mães ou tutoras sem nenhum nível de instrução, 23% de mães ou tutoras com o nível primário e apenas 11% de mães ou tutoras com o nível secundário ou mais. Em relação à existência ou não de pobreza nos agregados onde estas crianças vivem, o quadro reporta que a maior parte das crianças inquiridas vive nos agregados mais pobres e nos AF pobres (24%), 23% nos agregados de situação média, e apenas 13% das crianças menores de 5 anos vivem nos agregados mais ricos. 16 QUADRO HH.5: CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÓMICAS DAS CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS Distribuição percentual das crianças menores de 5 anos consoante as características seleccionadas, GUINÉ-BISSAU, 2010 Percentagem ponderada Número ponderado de crianças menores de 5 anos Número não ponderado de crianças menores de 5 anos Total Sexo 100,0 12767 6990 Masculino 50,9 6503 3558 Feminino Meio de Residência 49,1 6264 3432 Urbano 34,6 4417 2200 Rural Províncias 65,4 8350 4790 SAB 21,4 2728 993 Leste 28,6 3651 1544 Norte 35,1 4484 2269 Sul Região 14,9 1904 2184 Tombali 7,3 931 745 Quinara 5,1 650 750 Oio 14,9 1902 780 Biombo 7,4 951 826 Bolama/Bijagós 2,5 323 689 Bafatá 16,0 2046 750 Gabú 12,6 1605 794 Cacheu 12,8 1631 663 SAB Idade em meses 21,4 2728 993 < 6 meses 11,7 1495 766 6-11 meses 10,7 1372 682 12-23 meses 21,1 2695 1414 24-35 meses 19,2 2445 1328 36-47 meses 18,9 2411 1409 48-59 meses Nível de instrução da mãe 18,4 2349 1391 Nenhum 65,9 8410 4542 Primário 23,0 2932 1794 Secundário e mais 11,1 1423 653 Não declarado Quintis de Bem-Estar Económico * 1 1 Mais pobre 24,4 3112 1723 Segundo 23,7 3026 1816 Médio 22,5 2870 1685 Quarto 16,7 2138 1065 Mais rico 12,7 1620 701 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados 17 IV. Mortalidade Infantil Um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) é a redução da mortalidade infantil e infanto-juvenil. Em relação aos ODM, todos os Estados foram instados a empreender um esforço particular no sentido de reduzir em dois terços a mortalidade infantil entre 1990 e 2015. Monitorizar e avaliar os progressos realizados em cada pais em relação à concretização deste objectivo é um desafio muito importante, e também muito difícil de apreciar. Para o inquérito em análise, e para obter informações que permitam o cálculo da mortalidade infantil e infanto- juvenil, foi perguntado a todas as mulheres entre 15-49 anos seleccionadas se até à data do inquérito, tinham dado à luz uma ou mais vezes ou não. Às que responderam afirmativamente, foram solicitadas informações sobre o número de filhos que vivem com elas, o número de filhos que actualmente vivem noutro lugar, e o número de filhos que nasceram vivos e depois morreram. Estas informações permitem calcular a taxa de mortalidade infantil de uma forma indirecta. Para além dessas questões, também as mulheres foram convidadas a fornecer informações detalhadas sobre a história de nascimento dos seus filhos, em ordem cronológica inversa, indo do último até ao primeiro filho nascido vivo. Foi também perguntado às mulheres se algum dos partos tinha sido de gémeos, o sexo das crianças, a data de nascimento (mês e ano), se a crianças estavam vivas, a idade das crianças à data da entrevista, ou que idade tinham quando faleceram. As taxas de mortalidade infantil são expressas por categorias de idade e são habitualmente definidas como se segue2: A mortalidade neonatal (NN): é a probabilidade de uma criança morrer antes de completar um mês de vida; A mortalidade pós-neonatal (PNN): é a probabilidade de uma criança com exactamente um mês de vida morrer antes do primeiro aniversário: por outras palavras, é a diferença entre a mortalidade infantil e a neonatal; A mortalidade infantil (1q0): é a probabilidade de uma criança morrer antes do primeiro aniversário; A mortalidade juvenil (4q1): é a probabilidade de uma criança morrer depois de ter completado um ano porém antes do quinto aniversário; A mortalidade de menores de cinco anos, ou infanto-juvenil (5q0): é a probabilidade de uma criança morrer antes do quinto aniversário. Este capítulo fornece as estimativas das taxas de mortalidade com base nas histórias de nascimento, usando o método directo. Estes resultados são apresentados incluindo os níveis, tendências e diferenciais em mortalidade neonatal, infantil pós-neonatal e infanto-juvenil. A utilização do método directo no cálculo das taxas de mortalidade infantil através das histórias de nascimento é demorada, mais cara, e requer maior atenção, tanto durante a formação como durante as missões de supervisão da recolha dos dados. Enquanto que o método indirecto foi desenvolvido para medir a mortalidade infantil. Ele produz estimativas robustas que são comparáveis com as obtidas de outras fontes. Os métodos indirectos minimizam as armadilhas dos lapsos de memória. Em geral, a qualidade das informações produzidas pelas histórias de nascimento é de qualidade aceitável. Assim sendo, o método directo de estimação deve ser sempre preferido. 2 Todas as taxas são expressas por 1000 nascidos vivos, com excepção da mortalidade infantil que é expressa por 1000 crianças que sobreviveram ao primeiro aniversário (12 meses de idade). 18 Níveis de mortalidade infantil baseados em histórias de nascimento O Quadro CM.1 apresenta as taxas da mortalidade neonatal, pós-neonatal, infantil, infanto-juvenil (menores de cinco anos), para os cinco últimos períodos de cinco anos antes do inquérito, com base nas estimativas directas de histórias de nascimento. A taxa de mortalidade neonatal no período mais recente é de 45 por 1000 nascidos vivos. Esta taxa é maior do que da mortalidade do pós-neonatal, que é de 19 por 1000 nascidos vivos, no mesmo período. Isso mostra que três quartos das mortes infantis na Guiné-Bissau ocorrem durante o primeiro mês de vida. A taxa de mortalidade infantil é de 63 por mil nascidos vivos e a taxa de mortalidade infanto-juvenil (menores de 5 anos) é de 116 por mil nascidos vivos: o que quer dizer que 1 em cada 16 crianças morre antes de atingir a idade de um ano, enquanto 1 em cada 9 crianças não sobrevive ao quinto aniversário. O Quadro CM.1 também fornece informações sobre as tendências da mortalidade infantil durante o período mais recente, ou seja, durante os 5 anos que antecederam o inquérito. Especial atenção deve dada à interpretação dessas tendências, especialmente no que diz respeito às taxas de mortalidade estimadas para as faixas etárias dos 15-19 e 20-24, uma vez que os nascimentos observados neste estudo para o passado distante são retrospectivamente com base em mulheres que eram jovens na época, visto que a pesquisa não colectou informações sobre nascidos vivos para mulheres que estavam em idades mais avançadas durante esses períodos. Além disso, os erros na recolha são mais prováveis nos nascimentos e mortes durante os períodos anteriores. Os resultados da pesquisa indicam que a mortalidade infantil tem vindo a diminuir a um ritmo bastante rápido durante os últimos 20 anos. Durante o período que vai dos 10 aos14 anos anteriores a esta pesquisa, a taxa de mortalidade dos menores de 5 anos rondava os 148 por 1000 nascimentos, e parece ter diminuído cerca de 21 por cento no período de 5 anos imediatamente anterior à pesquisa. A maior parte deste declínio parece ter ocorrido na mortalidade pós-neonatal e infantil. Como consequência, a proporção de óbitos neonatais em todas as mortes infantis aumentou. No entanto, a proporção de óbitos infantis entre todos os menores de 5 anos parece ter-se mantido estável. QUADRO CM.1: TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL E INFANTO-JUVENIL, SEGUNDO OS GRUPOS ETÁRIOS Distribuição percentual das Taxas de mortalidade Neonatal, Pós- Neonatal, Infantil, Juvenil e Infanto-Juvenil, GUINÉ-BISSAU, 2010 Anos de vida antes do Inquérito, utilizando o Método Directo Taxa de Mortalidade Neonatal Taxa de Mortalidade Pós- Neonatal Taxa de Mortalidade Infantil Taxa de Mortalidade entre 1-5 anos Taxa de Mortalidade Infanto-Juvenil 0-4 44.56 18.55 63.11 56.89 116.41 5-9 42.15 29.79 71.94 67.88 134.94 10-14 47.88 33.36 81.24 72.69 148.03 15-19 51.31 37.15 88.46 92.03 172.35 20-24 51.52 40.71 92.23 92.63 176.32 O quadro CM.2 mostra as taxas de mortalidade infantil estimadas para o período de cinco anos anteriores à pesquisa, por Províncias e por área de residência (Urbana e Rural). As maiores taxas de mortalidade infantil são observadas na Província Leste, onde a taxa de mortalidade de menores de 5 anos foi de 160 por 1000 nascidos vivos durante o período dos cinco anos anteriores, cerca de 37 por cento superior à média nacional. Todas as outras províncias têm menor taxa de mortalidade infanto-juvenil, em comparação com a média nacional. Esta observação também é válida para todas as outras taxas de mortalidade infantil. As crianças residentes nas áreas rurais apresentam riscos mais elevados de mortalidade em comparação com as crianças residentes nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, tanto as taxas de mortalidade infantil como as de mortalidade infanto-juvenil são mais elevadas (64 e 121), em comparação com as taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil (61 e 105) observadas nas áreas urbanas. 19 QUADRO CM.2: TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL E INFANTO-JUVENIL, SEGUNDO A ÁREA DE RESIDÊNCIA Distribuição percentual das Taxas de mortalidade Neonatal, Pós- Neonatal, Infantil, Juvenil e Infanto-Juvenil, GUINÉ-BISSAU, 2010 Taxa de Mortalidade Neonatal Taxa de Mortalidade Pós- Neonatal Taxa de Mortalidade Infantil Taxa de Mortalidade entre 1-5 anos Taxa de Mortalidade Infanto-Juvenil Província SAB 41.57 16.89 58.47 44.60 100.46 Leste 64.46 23.46 87.92 79.52 160.45 Norte 34.79 16.17 50.96 52.88 101.15 Sul 32.01 16.82 48.83 39.90 86.78 Meio Urbano 44.80 16.34 61.15 47.54 105.78 Rural 44.43 19.68 64.12 61.68 121.84 Total 44.56 18.55 63.11 56.89 116.41 O quadro CM.3, apresenta as taxas de mortalidade infantil segundo várias outras características das crianças. Como já mencionado, a nível nacional a taxa de mortalidade infantil é de 63 por 1000 nascidos vivos e a mortalidade infanto-juvenil é de 116 por 1000 nascidos vivos. Em relação ao sexo, tanto a mortalidade infantil como a infanto-juvenil é mais elevada entre as crianças do sexo masculino (69 e 126) contra 57 e 106 para o sexo feminino, assim como também as duas taxas são mais elevadas entre os residentes do meio rural comparativamente aos residentes do meio urbano. Em relação às províncias, as maiores taxas são as das regiões que fazem parte da província leste, 88 para a mortalidade infantil e 160 para a infanto-juvenil, contra 49 e 87 para a província sul, onde se observam as mais baixas taxas. Tanto o nível de instrução da mãe como os quintis de bem-estar económico confirmam que quanto mais alto o nível de instrução da mãe menor é a taxa de mortalidade; 39 e 87 entre as mães com nível secundário ou mais, contra 65 e 124 entre as mães sem nenhum nível de instrução. O mesmo comportamento também se observa a nível dos quintis de bem-estar económico: quanto mais elevado o nível de bem-estar económico, menores são as taxas de mortalidade e quanto mais pobre é uma família maiores são as taxas de mortalidade, sendo de 46 e 65 entre os mais ricos contra 67 e 127 entre os mais pobres. 20 QUADRO CM.3: TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL E INFANTO-JUVENIL, POR MÉTODO DIRECTO, GUINÉ-BISSAU, 2010 Taxa de mortalidade infantil (1) Taxa de mortalidade infanto-juvenil (2) Total 63 116 Sexo Masculino 69 126 Feminino 57 106 Meio Urbano 61 106 Rural 64 121 Provincia SAB 58 100 Leste 88 160 Norte 51 101 Sul 49 87 Nível de instrução da mulher Nenhum 65 124 Primário 69 119 Secundário e mais 39 47 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 67 127 Segundo 56 116 Médio 64 116 Quarto 78 137 Mais rico 46 65 (1) Indicador MICS 1.2; Indicador ODM 4.2 (2) Indicador MICS 1.1; Indicador ODM 4.1 Os gráficos CM.1 e CM.2 ilustram as taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil tanto em relação ao sexo como em relação à área de residência. GRÁFICO CM.1: TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL E INFANTO-JUVENIL, POR SEXO, GUINÉ-BISSAU, 2010 63 116 69 126 57 106 Taxa de mortalitdade infantil Taxa de mortalidade infanto-juvenil (< 5 anos) P ar a 10 00 N as ci do s V iv os Total Masculino Feminino 21 GRÁFICO CM.2: TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL E INFANTO-JUVENIL, POR MEIO DE RESIDÊNCIA, GUINÉ-BISSAU, 2010 Tendências da mortalidade infantil de acordo com as várias fontes de dados O gráfico CM.3 mostra uma série de estimativas das taxas de mortalidade infantil, com base nas respostas das mulheres em diferentes faixas etárias, e referindo-se a vários pontos no tempo. As estimativas indirectas das diferentes pesquisas em referência, são mais altas do que as estimativas directas, especialmente para os períodos mais recentes. As estimativas baseadas no inquérito MICS-4/IDSR-1 mostram uma queda na mortalidade durante os últimos anos. As tendências dos dois métodos (directo e indirecto) do nosso inquérito estão muito próximas, com uma ligeira diferença no comportamento final, enquanto que a maior diferença é entre o MICS-3 realizado em 2006 e o MICS-4 realizado em 2010. As duas linhas estão muito afastadas uma da outra, a linha do MICS-4/IDSR-1 está muito abaixo da do MICS-3, o que deixa entender que existe um método de avaliação diferente da mortalidade entre as duas pesquisas, mesmo se ambos mostram uma queda na mortalidade. GRÁFICO CM.3: TENDÊNCIAS DA MORTALIDADE INFANTO-JUVENIL (MENORES DOS 5 ANOS), BASEADA EM VARIAS FONTES, GUINÉ-BISSAU, 2010 63 116 61 106 64 121 Taxa de mortalitdade infantil Taxa de mortalidade infanto-juvenil (< 5 anos)P ar a 10 00 N as ci do s V iv os Total Urbano Rural 0 50 100 150 200 250 300 1985,0 1990,0 1995,0 2000,0 2005,0 2010,0 MICS 2000 (Indirect) MICS 2006 (Indirect) RHS/MICS 2010 (Direct) RHS/MICS 2010 (Indirect) 22 V. Nutrição Estado Nutricional O estado nutricional das crianças reflecte o seu estado global de saúde. Quando as crianças têm acesso a uma alimentação adequada, não estão expostas a repetidas doenças, e são bem cuidadas, elas atingem o seu potencial de crescimento e consideram-se bem alimentadas. A malnutrição encontra-se associada a mais de metade de todas as mortes de crianças a nível mundial. As crianças subalimentadas estão mais sujeitas a morrer de doenças frequentes na infância e, as que sobrevivem, sofrem de doenças frequentes e de atraso no crescimento. A Meta de Desenvolvimento do Milénio é a redução para metade da proporção de pessoas que sofrem de fome, entre 1990 e 2015. Uma redução da prevalência da malnutrição ajudará também na redução da mortalidade infantil. No seio duma população bem alimentada, existe uma distribuição de referência respeitante ao peso e altura das crianças com menos de cinco anos de idade. A subnutrição de uma dada população pode ser avaliada comparando as crianças com uma população de referência. A população de referência utilizada neste relatório baseia-se nos novos padrões de crescimento da OMS. Cada um dos três indicadores do estado nutricional, podem ser expressos em unidades de desvio (z-pontos) da média da população de referência. Peso-por-idade é uma das medições indicativas de malnutrição aguda e crónica. As crianças cujo peso-por- idade se encontra mais de dois desvios padrão abaixo da média da população de referência são consideradas com insuficiência ponderal moderada ou severa, enquanto as crianças cujo peso-por-idade se encontra mais de três desvios padrão abaixo da média, são classificadas com insuficiência ponderal severa. Altura-por-idade é uma medição de crescimento linear. As crianças cuja altura-por-idade se encontra mais de dois desvios padrão abaixo da média da população de referência, são consideradas baixas para a sua idade e são classificadas como sofrendo moderada ou severamente de raquitismo (atraso no crescimento). Aquelas cuja altura-por-idade se encontra mais de três desvios padrão abaixo da média são classificadas como sofrendo severamente de raquitismo. O raquitismo é um reflexo da malnutrição crónica, como resultado da falta de uma alimentação adequada durante um longo período de tempo e de doenças recorrentes ou crónicas. Por último, as crianças cujo peso-por-altura se encontra mais de dois desvios padrão abaixo da média da população de referência são classificadas como sofrendo moderada ou severamente de emagrecimento (perda de peso), enquanto que as crianças cujo peso-por-altura se encontra mais de três desvios padrão abaixo da média são classificadas como sofrendo severamente de emagrecimento. O emagrecimento é habitualmente o resultado duma deficiência nutricional recente. O indicador pode revelar mudanças sazonais significativas associadas com mudanças na disponibilidade de produtos alimentares ou na prevalência de doenças. No MICS, os pesos e alturas de todas as crianças menores de 5 anos de idade foram medidos utilizando equipamento antropométrico recomendado pelo UNICEF (www.childinfo.org). As conclusões indicadas nesta secção baseiam-se nos resultados destas medições. O quadro NU.1 indica-nos que, na Guiné-Bissau, quase 18% de crianças menores de 5 anos sofrem de insuficiência ponderal moderada ou severa, sendo que 5% que sofrem de uma insuficiência severa, e quase um terço (32%) sofre de atraso de crescimento moderado ou severo, sendo que 10% sofrem dum atraso de crescimento severo. A prevalência da atrofia é menor: a atrofia moderada ou severa toca 6% das crianças menores de 5 anos e a atrofia severa toca 1%. O fenómeno de sobrepeso moderado ou severo observa-se em 3% das crianças. O indicador Altura/Idade é o único dos três indicadores onde observamos uma diferença entre os sexos. A prevalência do atraso de crescimento (A/I) é um pouco maior nas crianças de sexo masculino (34% contra 30% para as meninas no que se refere ao atraso de crescimento moderado ou severo, e 12% contra 9% no que se refere a insuficiência severa). Em relação ao meio, observamos mais insuficiência ponderal (P/I) no 23 meio rural (21% moderada ou severa, 6% severa) do que no meio urbano (respectivamente 13% e 3%), e igualmente mais atraso de crescimento (37% e 13% no meio rural, contra 23% e 6% no meio urbano), A província Norte é a mais afectada pela malnutrição. Tanto para o atraso no Crescimento (A/I) como para o emagrecimento (P/A) é a província que apresenta maior prevalência (39% de baixa estatura para a idade e 14% de muito baixa estatura para a idade; 7% de magreza e 0,9% de magreza acentuada). É também a província onde encontramos maior prevalência de excesso de peso (4%) seguida do SAB (4%) e da província Leste (3%). A província Sul é a que apresenta menor prevalência (2%). A magreza acentuada é maior na província Sul. A província Leste é a mais afectada pelo Baixo Peso (P/I) com uma prevalência de 22% de baixo peso moderado e 6% de prevalência de muito baixo peso. Seguem-se as províncias do Norte (20% e 5%) e as do Sul (16% e 3%). O SAB apresenta menor prevalência (12% e 2%). Quando se analisa a prevalência da malnutrição nas regiões para cada indicador utilizado, verifica-se que a região de Oio é a que regista a maior prevalência para todos os indicadores. A Insuficiência ponderal na região de Oio é de 26% e 9%, formas moderada e grave respectivamente, seguindo-se-lhe a região de Gabú (25 e 8%), Bafatá (20% e 6%), Tombali (17% e 5%), Quinara (16% e 2%), Cacheu (16 % e 2%) e SAB (12% e 2%). Em relação ao atraso no crescimento moderado e grave, Oio apresenta uma prevalência de 42%, sendo a forma grave é na ordem dos 18%. Gabú com 41% de prevalência é a região que aparece em 2º lugar e a forma grave atinge os 15%. A região de Cacheu é a que tem a 3ª maior prevalência de atraso no crescimento (40%), seguindo-se-lhe a região de Bafatá (32%), Biombo (29%), Tombali (28%), Bolama/Bijagós (26%), Quinara (24%) e por fim o SAB com 20%. A prevalência do emagrecimento encontrada na região de Oio é de 8% mas a forma grave (magreza ou perda de peso acentuada) é mais elevada na região de Bolama/Bijagós (2%). As regiões com menor prevalência são Biombo e Bolama/Bijagós ambas com 4%. A região com maior excesso de peso (P/A) é a de Cacheu (4%) e Oio aparece com a 2ª maior prevalência (4%). A prevalência mais baixa de excesso de peso é a da região de Quinara (1%). Como podemos observar no gráfico NU.1 abaixo a prevalência da desnutrição é maior na faixa etária dos 24 aos 35 meses (69%) logo seguida pela faixa etária dos 12 aos 23 meses (68%). A Insuficiência ponderal é o indicador que apresenta a 2ª prevalência mais alta. As crianças menores de 6 meses apresentam a prevalência mais baixa (14%). Observa-se um aumento gradual até à faixa etária dos 24 aos 35 meses (21%), baixa ligeiramente na faixa etária dos 36 aos 47 meses (16%) para voltar a subir para 18% na faixa etária dos 48 aos 59 meses. O emagrecimento ou perda de peso (P/A) é mais prevalente na faixa etária dos 12-23 meses (9%). A prevalência para os menores de 6 meses é de 5%, aumenta para os 7% na faixa etária dos 6-11 meses e observa uma queda até à faixa etária dos 36-47 meses (4%) para voltar a aumentar dos 48-59 meses (5%). Por estes valores podemos observar que o aumento da prevalência da desnutrição coincide com a fase crítica da introdução da alimentação complementar, com a fase do desenvolvimento motor em que a criança começa a gatinhar e agudiza-se quando a criança se torna mais independente em termos de locomoção (24-35 meses) e começa a alimentar-se sozinha. Nestas fases ocorre uma maior exposição ao ambiente externo, a criança fica mais susceptível às infecções e infestações e entra no ciclo desnutrição – infecção que a debilita ainda mais. A prevalência da desnutrição, tanto moderada como severa, diminui significativamente com o nível de instrução da mãe e com o nível socioeconómico do agregado onde vive a criança. A prevalência da desnutrição é duas vezes maior entre as crianças duma mãe sem nível de instrução do que entre as crianças duma mãe com nível secundário ou mais: 20% de insuficiência ponderal moderada ou severa no primeiro grupo, contra 10% no segundo, 36% de atraso de crescimento moderado ou severo no primeiro grupo, contra 17% no segundo, etc. A prevalência da desnutrição entre as crianças do primeiro quintil (mais pobre) é o dobro ou o triplo, segundo o indicador considerado, da prevalência entre as crianças do quinto quintil (mais rico). 24 O atraso no crescimento é o indicador que apresenta maior prevalência em todas as faixas etárias, atingindo um máximo de 41% na faixa etária dos 24-35 meses e um valor mínimo de 20% para os menores de 6 meses. Ao atingir os 5 anos 27% das crianças guineenses apresentam atraso no crescimento. 25 QUADRO NU.1: ESTATUTO NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS Percentagem de crianças menores de 5 anos segundo o estatuto nutricional através de 3 índices antropométricos: peso para idade, altura para idade, e peso para altura, GUINÉ-BISSAU, 2010 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados 26 GRÁFICO NU.1: PERCENTAGEM DAS CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS QUE ESTÃO MALNUTRIDAS, GUINÉ-BISSAU, 2010 Aleitamento Materno, Alimentação Infantil e Alimentação das Crianças Jovens O aleitamento materno durante os primeiros anos de vida protege as crianças contra infecções, constitui uma fonte ideal de nutrientes, é económico e sem risco. Contudo, muitas mães param o aleitamento materno muito cedo e, frequentemente, são pressionadas para mudarem para leite em pó infantil, o que pode contribuir para falhas no crescimento e malnutrição provocada por falta de micro nutrientes e risco de infecções nos casos em que a água potável não está facilmente disponível. A OMS/UNICEF apresentam as seguintes recomendações alimentares: • Aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses; • Prosseguir com o aleitamento materno durante dois anos ou mais; • Alimentação complementar sem risco, apropriada e adequada, a partir dos 6 meses; • Frequência da alimentação complementar: 2 vezes por dia, para as crianças dos 6 aos 8 meses de idade; 3 vezes por dia, para as crianças dos 9 aos 11 meses de idade. Também é recomendado que o aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida da criança (30 minutos após o parto). No quadro NU.2 observa-se que a quase totalidade (98%) das crianças menores de 2 anos foi amamentada pelo menos durante algum tempo, 55% foram amamentadas menos de uma hora após o nascimento, e 24% receberam um alimento que não era o leite materno. A prevalência do aleitamento materno precoce (< de 1 hora após o nascimento) é ligeiramente maior no meio rural (57%) do que no meio urbano (51%). Por outro lado, a alimentação dos recém-nascidos com outro alimento é maior no meio rural (26%) do que no meio urbano (21%). O gráfico NU.2 em baixo ilustra as disparidades geográficas. A província que apresenta maior percentagem de início de aleitamento materno menos duma hora após o nascimento é a do Norte (71%). Nesta óptica, é a região de Cacheu que apresenta maior prevalência de 27 aleitamento materno precoce (77%). Na província Leste a prevalência de aleitamento materno menos de uma hora após o nascimento diminui para 45%, com a região de Bafatá a apresentar a menor prevalência de aleitamento materno precoce do país, somente 22%. No SAB somente 46% das crianças menores de dois anos foram amamentadas até uma hora após o nascimento e 19% recebeu outro alimento nesse período. Quando o parto foi assistido por pessoal de saúde qualificado a prevalência do aleitamento materno precoce aumentou. Em 61% dos partos assistidos por pessoal de saúde qualificado as crianças foram amamentadas em menos de uma hora após o parto contra 54% quando a assistência ao parto foi realizada por pessoal não qualificado. O nível de instrução da mãe não parece afectar o início do aleitamento materno, mas a frequência do aleitamento precoce decresce mais ou menos com o nível de riqueza. A percentagem das mulheres mais pobres (61%) que declararam terem começado a amamentar na primeira hora após o parto é maior do que em qualquer outro quintil. 30% dos bebés destas mulheres receberam outro alimento que não o leite materno antes da descida regular do mesmo. Somente 46% das mulheres pertencentes ao 4º quintil amamentaram na 1ª hora após o parto. 28 QUADRO NU.2: ALEITAMENTO MATERNO INICIAL Percentagem de crianças nascidas nos últimos 2 anos que foram amamentadas alguma vez, percentagem das que foram amamentadas menos de 1 hora depois do nascimento, 1 dia depois do nascimento, e percentagem das que receberam leite não materno, GUINÉ-BISSAU, 2010 Foram amamentados alguma vez [1] Começaram a ser amamentadas: Receberam leite não materno Número dos últimos nascidos vivos nos últimos 2 anos Menos de uma hora depois do nascimento [2] Menos de um dia depois do nascimento Total Meio de Residência 98,3 54,6 82,6 24,3 5994 Urbano 98,0 50,5 82,8 20,8 2043 Rural Províncias 98,4 56,7 82,5 26,1 3950 SAB 98,1 46,4 81,3 18,7 1280 Leste 99,3 44,6 82,1 36,4 1699 Norte 97,9 70,8 83,6 18,7 2201 Sul Regiões 97,5 44,7 82,9 23,0 814 Tombali 98,5 47,3 86,5 15,5 382 Quinara 96,1 23,0 72,0 29,7 292 Oio 97,1 75,1 83,1 11,6 929 Biombo 97,4 53,2 80,4 29,4 489 Bolama/Bijagós 97,7 82,8 96,0 29,8 140 Bafatá 98,9 22,4 72,8 36,2 970 Gabú 99,8 74,1 94,4 36,6 729 Cacheu 99,1 76,6 86,4 20,3 783 SAB Meses desde o último nascimento 98,1 46,4 81,3 18,7 1280 0-11 meses 98,4 53,8 82,1 25,7 2940 12-23 meses Assistência durante o parto 98,4 55,6 83,7 22,5 2824 Pessoal de saúde qualificado 99,3 61,3 83,1 33,1 539 Outro/não sabe Local do parto 98,2 53,9 82,5 23,4 5455 Sector Médico público 97,8 51,6 81,6 19,4 2342 Sector Médico privado (100,0) (60,5) (89,9) (16,2) 137 Casa 98,6 56,5 83,1 27,8 3481 Outro/Não declarado Nível de instrução da mãe (85,9) (41,9) (73,3) (39,0) 35 Nenhum 98,3 55,4 82,8 27,0 3759 Primário 98,6 52,2 80,6 21,6 1534 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 97,3 55,3 85,7 15,6 700 Mais pobre 98,3 61,4 81,8 30,1 1443 Segundo 98,3 57,1 82,1 24,4 1450 Médio 97,6 53,0 83,3 22,4 1366 Quarto 99,1 45,8 83,1 20,9 1001 Mais rico 98,2 51,3 83,1 20,5 733 [1] Indicador MICS 2.4 [2] Indicador MICS 2.5 (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 29 GRÁFICO NU.2: PERCENTAGEM DAS MÃES QUE COMEÇARAM A AMAMENTAR MENOS DE UMA HORA E MENOS DE UM DIA DEPOIS DO NASCIMENTO, GUINÉ-BISSAU, 2010 Para os dados no quadro NU.3 as mães de 34% dos menores de 6 meses declaram que os seus bebés são exclusivamente amamentados e 86% recebem aleitamento materno predominante. O meio não parece afectar a prevalência do aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses A província com maior percentagem de aleitamento materno exclusivo é a Sul com 49% e a província Leste é a que apresenta menor prevalência, 31%. A região com maior percentagem de aleitamento materno exclusivo é Bijagós/Bolama (60%). Em Gabú é onde se verifica a menor prevalência de aleitamento materno exclusivo (15%). O nível de instrução não influencia a amamentação exclusiva. Quando se analisam os valores obtidos para o nível de riqueza, observamos que o quintil onde ocorre maior percentagem de amamentação exclusiva é o 4º (rico) com 42% logo seguido pelo quintil muito pobre com 42%. O quintil com menor percentagem de amamentação exclusiva é o muito rico (32%). Das crianças de 12-15 meses, quase todas (97%) continuam sendo amamentadas. São as províncias Norte e Leste que apresentam maior taxa de amamentação contínua até ao primeiro ano (99%), as duas outras, SAB e Sul, têm taxas de 92%. A região com menor taxa é a de Tombali com 88% de crianças amamentadas. São sobretudo as mães com baixo nível de instrução a amamentar os seus filhos (98% contra 93% entre as que têm o nível secundário ou mais . As mães do quintil muito pobre são as que mais amamentam (99%), as que menos amamentam são as mais ricas (90%). No que se refere à amamentação contínua até aos 2 anos, dois terços (65%) das crianças de 20-23 meses continuam a ser amamentadas. Observa-se portanto uma diminuição na percentagem de crianças que continuam a ser amamentadas aos 24 meses. A percentagem de crianças que são amamentadas até aos 24 meses é maior no meio rural (73%) do que no meio urbano (46%). É na província Leste que se observa a maior percentagem de amamentação de crianças entre os 20-23 meses (83%). O Sector Autónomo de Bissau regista a menor percentagem (40%). A frequência da amamentação continua até aos 2 anos decresce claramente com o nível de instrução da mãe e o nível de riqueza do agregado. O gráfico NU.3 em baixo ilustra a repartição percentual das crianças menores de 2 anos por tipo de alimentação e segundo os grupos etários. 30 QUADRO NU.3: ALEITAMENTO (CRIANÇAS COM MÃE NO AGREGADO FAMILIAR) Percentagem de crianças vivas segundo o estatuto do seu aleitamento, por diferentes grupos etários seleccionados, GUINÉ-BISSAU, 2010 Crianças de 0-5 meses Crianças de 12-15 meses Crianças de 20-23 meses Exclusivamente amamentadas [1] Predominantes amamentadas [2] Número de crianças Amamentadas (Aleitamento contínuo ao 1º ano) [3] Número de crianças Amamentadas (Aleitamento contínuo aos 2 anos) [4] Número de crianças Total 38,3 86,3 1492 96,5 1067 64,9 770 Sexo Masculino 34,4 85,0 725 96,4 567 65,7 362 Feminino 42,1 87,5 768 96,7 500 64,2 408 Meio Urbano 38,3 80,9 489 93,7 334 47,5 253 Rural 38,4 88,9 1004 97,8 733 73,4 517 Província SAB 39,6 74,3 310 92,2 213 39,9 162 Leste 31,3 95,0 425 98,6 336 82,7 178 Norte 39,3 85,3 565 99,1 352 69,8 323 Sul 49,0 89,0 193 92,8 167 58,3 108 Regiões Tombali 45,1 87,2 84 87,6 82 (52,8) 50 Quinara 47,3 88,5 68 96,9 61 (59,0) 38 Oio 47,1 90,3 267 100,0 164 (73,9) 120 Biombo 26,5 86,2 125 97,6 71 (77,4) 52 Bolama/Bijagós (60,3) (93,4) 40 100,0 24 (70,1) 21 Bafatá 42,1 96,1 257 97,6 198 (92,2) 100 Gabú 14,8 93,4 168 100,0 138 (70,4) 77 Cacheu 36,4 77,0 173 (98,6) 116 63,8 150 SAB 39,6 74,3 310 92,2 213 39,9 162 Nível de instrução da mãe Nenhum 39,4 90,3 953 98,0 714 73,6 503 Primário 35,9 82,6 376 94,2 236 53,5 175 Secundário e mais 38,0 71,2 163 (92,6) 117 (38,9) 92 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 41,6 88,5 321 98,7 253 82,6 186 Segundo 38,3 90,7 381 96,5 270 68,4 209 Médio 36,9 89,2 386 96,9 249 71,8 140 Quarto 42,1 79,4 206 98,0 162 51,6 139 Mais rico 31,9 75,5 198 90,1 133 (31,7) 96 [1] Indicador MICS 2.6 [2] Indicador MICS 2.9 [3] Indicador MICS 2.7 [4] Indicador MICS 2.8 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados Obs.: O cálculo dos 4 indicadores foram baseados só e exclusivamente nas informações das crianças com mães no AF 31 GRÁFICO NU.3: REPARTIÇÃO PERCENTUAL DAS CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS POR TIPO DE ALIMENTAÇÃO, GRUPO ETÁRIO, GUINÉ-BISSAU, 2010 O quadro NU.4 mostra que, baseando-se nas crianças menores de 3 anos, o aleitamento dura em média 23 meses, sendo que o aleitamento materno exclusivo dura dois meses e meio e o aleitamento predominante um pouco mais de 8 meses para a média das crianças. O quadro NU.4 apresenta sobretudo a duração mediana da amamentação segundo algumas características socioeconómicas. Metade das crianças guineenses menores de 3 anos foram aleitadas quase até aos 23 meses (22,5 meses). A recomendação da OMS é que o aleitamento deve ir até aos 24 meses ou mais. Observa-se que a duração média do aleitamento é mais prolongada em 2,5 meses na zona rural (23,5 meses contra 21 meses no meio urbano) e diminui com o nível de educação da mãe e com o nível de riqueza. 32 QUADRO NU.4: DURAÇÃO DO ALEITAMENTO (CRIANÇAS COM MÃE NO AGREGADO FAMILIAR) Duração mediana de qualquer aleitamento, do aleitamento exclusivo, e do aleitamento predominante das crianças de 0-35 meses, GUINÉ-BISSAU, 2010 Duração mediana (em meses) de Número de crianças de 0-35 meses Qualquer aleitamento [1] Aleitamento exclusivo Aleitamento predominante Sexo Masculino 22,7 1,3 7,7 3945 Feminino 22,4 2,0 7,3 3875 Meio Urbano 20,9 1,6 7,2 2593 Rural 23,5 1,8 7,6 5227 Província SAB 20,4 1,7 6,8 1602 Leste 23,7 1,0 9,7 2253 Norte 22,9 1,8 5,8 2881 Sul 23,4 2,4 7,9 1085 Regiões Tombali 23,0 2,3 7,2 524 Quinara 23,9 2,3 8,7 369 Oio 22,5 2,2 7,4 1216 Biombo 23,6 1,3 6,1 598 Bolama/Bijagós 23,4 3,5 7,9 192 Bafatá 24,3 2,2 10,1 1259 Gabú 23,0 ,5 9,1 993 SAB 22,8 1,7 4,3 1067 Nível de instrução da Mulher Nenhum 23,3 1,7 8,1 5056 Primário 21,7 1,9 7,0 1914 Secundário e mais 19,6 1,6 5,2 850 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 24,2 1,9 7,3 1956 Segundo 23,3 1,6 8,0 1905 Médio 22,4 1,8 7,4 1774 Quarto 21,2 1,9 7,7 1249 Mais rico 19,8 ,7 6,8 935 Mediana para todas as crianças (0-35 meses) 22,5 1,7 7,5 7820 Média para todas as crianças (0-35 meses) 22,7 2,5 8,3 7820 [1] Indicador MICS 2.10 Obs.: O cálculo do indicador baseou-se única eexclusivamente nas informações das crianças com mãe no AF O quadro NU.5 analisa quais as crianças menores de 2 anos que são amamentadas de forma adequada. No total cerca de 40% dos menores de 24 meses são aleitados de forma adequada, sem muita diferença entre os sexos. A província que apresenta a maior percentagem de crianças menores de 24 meses adequadamente amamentadas é a Norte com 46%. Na província Sul observamos a menor percentagem (26%). Cacheu é a região que apresenta a maior percentagem (59%) de crianças menores de 24 meses amamentadas de forma adequada. Em contrapartida a região de Quinará é a que apresenta menor percentagem (23%) de amamentação adequada para a idade. O nível de instrução da mãe e o nível de riqueza parecem influenciar muito pouco a capacidade de amamentar de forma adequada as crianças. A percentagem de mães com o nível primário de escolaridade 33 (43%) que alimentaram adequadamente os seus filhos é ligeiramente superior à das que têm o nível secundário e mais (41%). Cerca de 39% das mães sem qualquer nível de instrução também conseguiram amamentar adequadamente os seus filhos. 42% de mães do quintil muito rico (5º) conseguiram alimentar adequadamente as suas crianças. O quintil com menor percentagem de mães que amamentaram adequadamente os seus filhos (37%) é o 2º (pobre). A diferença é de 5 pontos percentuais. São 41% as crianças de 6-23 meses que foram amamentadas de forma adequada. A Província com maior percentagem de crianças amamentadas adequadamente até aos 24 meses é a Norte (49%). A nível das regiões, é na região de Cacheu que encontramos a maior percentagem (66%). No arquipélago dos Bijagós esta percentagem é extremamente baixa (apenas 9%) QUADRO NU.5: ALEITAMENTO ADEQUADO À IDADE (CRIANÇAS COM MÃE NO AF) Percentagem de crianças de 0-23 meses que foram amamentadas de forma adequada durante o dia precedente, GUINÉ-BISSAU, 2010 Crianças de 0-5 meses Crianças de 6-23 meses Crianças de 0-23 meses Aleitamento exclusivo [1] Número de crianças Ainda amamentadas e recebendo alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles Número de crianças Amamentadas de forma adequada [2] Número de crianças Total Sexo 38,3 1492 40,8 4027 40,2 5520 Masculino 34,4 725 41,3 2015 39,5 2739 Feminino Meio 42,1 768 40,4 2013 40,9 2780 Urbano 38,3 489 42,3 1370 41,3 1858 Rural Província 38,4 1004 40,1 2658 39,6 3661 SAB 39,6 310 45,0 858 43,6 1168 Leste 31,3 425 39,0 1114 36,9 1539 Norte 39,3 565 48,6 1486 46,0 2050 Sul Região 49,0 193 18,0 569 25,9 762 Tombali 45,1 84 23,1 283 28,1 368 Quinara 47,3 68 14,7 194 23,2 263 Oio 47,1 267 32,4 569 37,1 835 Biombo 26,5 125 45,5 315 40,1 440 Bolama/Bijagós (60,3) (40) 9,4 92 24,8 132 Bafatá 42,1 257 44,2 645 43,6 902 Gabú 14,8 168 31,9 469 27,4 637 Cacheu 36,4 173 65,5 602 59,0 775 SAB Nível de instrução da mãe 39,6 310 45,0 858 43,6 1168 Nenhum 39,4 953 38,7 2539 38,9 3492 Primário 35,9 376 45,6 1016 42,9 1393 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 38,0 163 42,3 472 41,2 635 Mais pobre 41,6 321 40,5 998 40,7 1320 Segundo 38,3 381 36,8 975 37,2 1356 Médio 36,9 386 44,3 860 42,0 1246 Quarto 42,1 206 38,8 705 39,6 911 Mais rico 31,9 198 46,7 489 42,4 687 [1] Indicador MICS 2.6 [2] Indicador MICS 2.14 Obs.: O cálculo dos 2 indicadores baseou-se única e exclusivamente nas informações das crianças com mãe no AF (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 34 A idade recomendada pela OMS para a introdução da alimentação complementar é a partir dos seis meses. Na Guiné-Bissau apenas 44% das crianças de 6-8 meses com mãe no agregado familiar recebem alimentação complementar (quadro NU.6). No meio urbano é ligeiramente maior a percentagem de crianças que recebem alimentação complementar (46%) do que no meio rural (42%). QUADRO NU.6: INTRODUÇÃO DE ALIMENTOS SÓLIDOS, SEMI-SÓLIDOS OU MOLES (CRIANÇAS COM MÃE NO AF) Percentagem de crianças de 6-8 meses que receberam alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles durante o dia ou a noite anterior, GUINÉ-BISSAU, 2010 Ainda amamentadas Não amamentadas Todos Recebendo alimentos sólidos, semi- sólidos ou moles Número de crianças de 6-8 meses Recebendo alimentos sólidos, semi- sólidos ou moles Número de crianças de 6-8 meses Recebendo alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles [1] Número de crianças de 6-8 meses Total Sexo 44,3 711 * 20 43,3 731 Masculino 41,0 353 * 11 40,0 364 Feminino Meio 47,6 358 * 9 46,4 367 Urbano 47,6 266 * 10 46,0 275 Rural 42,3 446 * 10 41,6 456 [1] Indicador MICS 2.12 Obs.: O cálculo dos indicadores baseou-se única e exclusivamente nas informações das crianças com mães no AF * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados A alimentação complementar adequada das crianças de 6 meses a 2 anos de idade é particularmente importante para o seu crescimento e desenvolvimento e para a prevenção da desnutrição. A continuação do aleitamento após os 6 meses deve ser acompanhada pelo consumo de alimentos complementares adequados, seguros e apropriados no plano nutricional, que ajudem a suprir as necessidades nutricionais em leite materno, quando este já não é suficiente. Para as crianças com idade compreendida entre 6-8 meses que ainda continuam a ser amamentadas, duas ou mais refeições de alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles são necessárias. Para aquelas de 6-23 meses de idade que já não são amamentadas, quatro ou mais refeições de alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles ou alimentos lácteos são necessárias. O quadro NU.7 apresenta a proporção de crianças de 6-23 meses que receberam comida sólida, semi-sólida ou mole com a frequência mínima recomendada para a sua idade e o seu estatuto de amamentação durante o dia precedente . No total só 23% das crianças guineenses fazem refeições com a frequência mínima recomendada. Das crianças não amamentadas apenas 23% recebem pelo menos 2 porções de leite e somente 20% fazem um mínimo de 4 refeições. Uma percentagem muito baixa de crianças amamentadas (23%) recebeu pelo menos 2 refeições complementares (6-8 meses) ou 3 refeições complementares (8-23 meses). Há um número muito elevado de crianças amamentadas de 6-8 meses (65%) que ainda não iniciou a alimentação complementar com a frequência adequada de refeições, e esta percentagem é ainda maior para as crianças amamentadas de 9-23 meses, atingindo cerca de 80%. Entre as províncias observa-se disparidade na percentagem de crianças que receberam refeições com a frequência mínima recomendada , sendo o valor máximo observado no SAB (33%) e o valor mínimo no Sul (9%). Considerando os dados das regiões, a que apresenta maior percentagem de crianças dos 6-23 meses a receber refeições diárias com a frequência mínima recomendada é o SAB (33%) sendo o valor mínimo observado em Bolama/Bijagós (6%). A percentagem de observância da frequência alimentar adequada para a faixa etária e tipo de amamentação parece acompanhar o nível socioeconómico e também o nível de instrução materno. A frequência é maior para o nível socioeconómico muito rico e para as mães com o maior nível de instrução e menor para o nível socioeconómico muito pobre e mães sem escolaridade. 35 QUADRO NU.7: FREQUÊNCIA MÍNIMA DE REFEIÇÕES (CRIANÇAS COM MÃE NO AF) Percentagem de crianças de 6-23 meses que receberam alimentos sólidos, semi-sólidos, moles, ou leite não materno para as crianças não amamentadas, no número mínimo de vezes ou mais, segundo o estatuto de aleitamento, durante o dia ou a noite precedentes , GUINÉ-BISSAU, 2010 Ainda amamentadas Não amamentadas Todos Recebendo alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles o número mínimo de vezes Número de crianças de 6- 23 meses Recebendo pelo menos 2 porções de leite não materno [1] Recebendo pelo menos 4 vezes alimentos sólidos, semi-sólidos ou moles ou leite não materno Número de crianças com 6- 23 meses Frequência mínima de refeições [2] Número de crianças de 6- 23 meses Total 22,9 3593 23,1 19,9 434 22,6 4027 Sexo Masculino 22,1 1819 22,0 21,7 196 22,1 2015 Feminino Meio 23,7 1775 24,0 18,4 238 23,0 2013 Urbano 27,7 1134 34,8 31,3 235 28,3 1370 Rural Província 20,7 2459 9,1 6,3 198 19,6 2658 SAB 32,4 689 39,7 37,4 169 33,4 858 Leste 20,7 1069 (22,6) (7,7) 45 20,1 1114 Norte 24,8 1332 12,2 11,1 154 23,3 1486 Sul Região 9,6 503 6,0 3,8 66 8,9 569 Tombali 12,3 246 (2,1) (2,1) 37 11,0 283 Quinara 7,4 174 * * 20 7,4 194 Oio 11,7 524 * * 45 12,1 569 Biombo 28,4 291 (3,4) (5,8) 24 26,7 315 Bolama/Bijagós 6,0 83 * * 9 5,7 92 Bafatá 13,8 630 * * 15 13,7 645 Gabú 30,5 439 * * 30 29,0 469 Cacheu 35,9 517 (9,6) (9,6) 85 32,2 602 SAB Idade em meses 32,4 689 39,7 37,4 169 33,4 858 6-8 meses 34,8 711 * * 20 34,0 731 9-11 meses 19,7 620 * * 17 20,0 637 12-17 meses 19,8 1439 (36,7) (26,6) 69 20,1 1509 18-23 meses Nível de instrução da mãe 20,3 823 20,9 18,9 328 19,9 1150 Nenhum 20,1 2341 15,4 11,1 198 19,4 2539 Primário 23,6 879 24,0 17,8 137 22,8 1016 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 38,5 373 (37,2) (40,4) 99 38,9 472 Mais pobre 20,2 955 (,0) (2,7) 43 19,5 998 Segundo 17,9 880 6,3 5,3 95 16,6 975 Médio 22,7 784 (17,4) (14,2) 77 21,9 860 Quarto 27,8 588 30,2 20,4 117 26,6 705 Mais rico 33,7 386 (44,3) (44,3) 103 35,9 489 [1] Indicador MICS 2.15 [2] Indicador MICS 2.13 Obs.: O cálculo dos 2 indicadores baseou-se única e exclusivamente nas informações das crianças com mãe no AF * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 36 A prática contínua da utilização do biberão é uma preocupação, pela possibilidade de contaminação ligada ao uso de água inapropriada ou à falta de higiene na preparação. A prevalência da utilização do biberão por crianças guineenses menores de 2 anos é de 13% (quadro NU.8), sendo maior na faixa etária dos 6 aos 11 meses (18%). A sua utilização é maior no meio urbano (19%) do que no meio rural (10%). É em Bafatá (24%) e no SAB (22%) que se observa a maior prevalência. A utilização do biberão é directamente proporcional ao nível de escolaridade da mãe e ao nível socioeconómico do agregado familiar. QUADRO NU.8: ALIMENTAÇÃO ATRAVÉS DO BIBERÃO (CRIANÇAS COM MÃE NO AF) Percentagem de crianças de 0-23 meses que receberam alimentos através do biberão durante o dia ou a noite anterior ao inquérito, GUINÉ-BISSAU, 2010 Receberam alimentos através do biberão no dia ou na noite anterior [1] Número de crianças de 0-23 meses Total Sexo 13,0 5520 Masculino 13,7 2739 Feminino Meio 12,4 2780 Urbano 19,0 1858 Rural Província 10,0 3661 SAB 22,4 1168 Leste 14,2 1539 Norte 9,4 2050 Sul Região 6,1 762 Tombali 4,3 368 Quinara 9,8 263 Oio 13,9 835 Biombo 8,5 440 Bolama/Bijagós 3,5 132 Bafata 23,6 902 Gabú 0,8 637 Cacheu 5,1 775 SAB Idade em meses 22,4 1168 0-5 meses 9,2 1492 6-11 meses 18,3 1368 12-23 meses Nível de instrução da mãe 12,4 2659 Nenhum 11,4 3492 Primário 13,1 1393 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 21,8 635 Mais pobre 9,9 1320 Segundo 9,7 1356 Médio 12,5 1246 Quarto 17,2 911 Mais rico 21,1 687 [1] Indicador MICS 2.11 Obs.: O cálculo do indicador baseou-se única e exclusivamente nas informações das crianças com mãe no AF 37 Iodação do Sal As Doenças por Deficiência de Iodo (DDI) são a principal causa mundial de atraso mental previsível e prejudicam o desenvolvimento psicomotor das crianças muito jovens. Na sua condição mais extrema, a deficiência em iodo causa cretinismo. Aumenta também o risco de nados mortos e de abortos nas mulheres grávidas. A deficiência em iodo está vulgar e claramente associada ao bócio. As DDI fazem os seus maiores estragos no crescimento e no desenvolvimento mental, contribuindo por um lado para o fraco desempenho escolar e a redução da capacidade intelectual, e prejudicando por outro o desempenho no trabalho. A meta internacional era alcançar a erradicação sustentável da deficiência em iodo até 2005. O indicador é a percentagem de agregados familiares que consomem sal devidamente iodado (>15 partes por milhão). A melhor forma de prevenir as DDI é o consumo adequado de sal iodado respeitando os prazos de validade, as condições adequadas de armazenamento e de conservação; e a sensibilização para as consequências da deficiência de iodo e a importância da utilização do sal iodado. O consumo do sal bem iodado pelos agregados familiares é de 12% ao nível do país. Esse consumo é maior no meio rural (16%) e é a província Leste a que apresenta o maior consumo, com as regiões de Bafatá (64%) e Gabú (19%) a registarem as taxas mais altas. As percentagens de consumo mais baixas registam-se na região de Biombo (0,3%) e Bolama/Bijagós (0,6%). O consumo de sal iodado é maior nos níveis socioeconómicos mais baixos. A maioria dos agregados guineenses (71%) consome sal não iodado. QUADRO NU.9: CONSUMO DE SAL IODADO Percentagem dos agregados familiares segundo o consumo de sal iodado, GUINÉ-BISSAU, 2010 Agregados cujo sal foi testado Número de agregados Agregados com resultado do teste do sal Total Número de agregados cujo sal foi testado ou sem sal Agregados sem sal Não iodado (0 PPM) Pouco iodado (>0 e <15 PPM) Bem iodado (15+ PPM) [1] Total Meio 97,3 9859 2,2 71,4 14,6 11,7 100,0 9813 Urbano 97,0 4449 2,4 81,8 9,5 6,3 100,0 4420 Rural Província 97,6 5410 2,1 62,9 18,8 16,1 100,0 5393 SAB 97,2 2955 2,5 89,7 6,6 1,2 100,0 2947 Leste 95,4 2242 4,4 28,3 27,4 39,9 100,0 2236 Norte 97,9 3351 1,2 88,5 6,9 3,4 100,0 3319 Sul Região 99,2 1311 ,7 60,7 30,4 8,3 100,0 1310 Tombali 99,6 630 ,4 57,1 36,5 6,0 100,0 630 Quinara 98,6 411 1,2 44,0 38,0 16,8 100,0 411 Oio 95,9 1272 2,4 73,7 16,3 7,6 100,0 1250 Biombo 99,8 744 ,1 99,6 ,0 ,3 100,0 744 Bolama/Bijagós 99,4 270 ,4 94,3 4,6 ,6 100,0 270 Bafata 95,0 1033 4,8 15,0 15,9 64,2 100,0 1031 Gabú 95,7 1208 4,0 39,7 37,3 19,0 100,0 1205 Cacheu 98,7 1334 ,7 96,2 2,0 1,1 100,0 1326 SAB Quintis de Bem-Estar Económico 97,2 2955 2,5 89,7 6,6 1,2 100,0 2947 Mais pobre 97,6 1971 2,0 62,7 20,3 15,0 100,0 1964 Segundo 97,2 1972 2,1 63,3 18,1 16,5 100,0 1957 Médio 97,3 1972 2,1 64,9 16,8 16,3 100,0 1958 Quarto 96,8 1971 2,7 79,4 10,1 7,8 100,0 1962 Mais rico 97,6 1973 2,4 86,8 8,0 2,9 100,0 1971 [1] Indicador MICS 2.16 38 GRÁFICO NU.4: PERCENTAGEM DE AGREGADOS FAMILIARES QUE CONSOMEM SAL ADEQUADAMENTE IODADO, GUINÉ-BISSAU, 2010 Suplementos de Vitamina A para as Crianças A vitamina A é essencial para a saúde da vista e para o bom funcionamento do sistema imunológico. Encontra-se em alimentos tais como o leite, fígado, ovos, frutos vermelhos e cor de laranja, óleo de palma e vegetais de folha verde, muito embora a quantidade de vitamina A prontamente fornecida ao corpo a partir destas fontes varie grandemente. Nas áreas desenvolvidas do mundo, onde a vitamina A é ingerida em grande escala na forma de frutas e vegetais, a ingestão diária por pessoa é frequentemente insuficiente para preencher os requisitos dietéticos. A ingestão inadequada é ainda mais comprometida pelo aumento das necessidades de vitamina A à medida que as crianças crescem ou durante períodos de doença, assim como pelo aumento de perdas da vitamina durante as infecções frequentes na infância. Como resultado, existe uma grande prevalência de deficiência em vitamina A nos países em desenvolvimento e, especialmente, em países com as maiores taxas de mortalidade de crianças menores de cinco anos. A Cimeira Mundial da Criança de 1990 estabeleceu para o ano 2000 a meta da erradicação virtual da deficiência em vitamina A e das suas consequências, incluindo a cegueira. Esta meta foi igualmente endossada na Conferência sobre Políticas para Acabar com a Pobreza Oculta de 1991, na Conferência Internacional sobre Nutrição de 1992, e na Sessão Especial da Assembleia Geral da ONU sobre as Crianças, de 2002. O papel essencial da vitamina A na saúde da criança e na função imunológica torna também o controlo da sua deficiência numa das principais componentes dos esforços de sobrevivência da criança e, deste modo, essencial para se alcançar a quarta Meta de Desenvolvimento do Milénio: uma redução em dois terços da mortalidade de crianças com menos de cinco anos até ao ano 2015. Para os países com problemas de deficiência em vitamina A, as recomendações internacionais actuais aconselham a ingestão de suplementos de Vitamina A de alta dosagem a cada quatro ou seis meses, tendo como alvo todas as crianças com idades compreendidas entre os seis e os 59 meses que vivem em áreas afectadas. Ministrar às crianças jovens duas cápsulas de vitamina A de alta dosagem por ano, é uma estratégia sem risco, custo-eficaz, efectiva para a erradicação da deficiência em vitamina A e para o melhoramento da sobrevivência da criança. Fornecer vitamina A logo após o parto às mães que estão a praticar aleitamento materno ajuda a proteger as suas crianças durante os primeiros meses de vida e ajuda a mãe a repor as suas reservas de vitamina A que são depauperados durante a gravidez e o aleitamento. Para os países que têm programas de suplementação, a definição do indicador é a percentagem de crianças dos 6 39 aos 59 meses de idade que receberam pelo menos um suplemento de vitamina A de alta dosagem nos últimos seis meses. Segundo os dados apresentados no quadro NU.10, 79% de crianças de 6-59 meses receberam suplementação de vitamina A nos 6 meses que antecederam o inquérito. A taxa de suplementação é menor no meio rural (77% contra 84%) e na província do Leste (66%), em particular na região de Gabú onde mais de metade (52%) das crianças entre os 6 e os 59 meses têm recebido suplementação com vitamina A nos 6 últimos meses. Essa taxa cresce com o nível de instrução da mãe e o nível socioeconómico do agregado. QUADRO NU.10: CRIANÇAS QUE RECEBERAM SUPLEMENTOS DE VITAMINA A Percentagem de crianças de 6-59 meses que receberam qualquer dose de suplemento de vitamina (A) nos 6 últimos meses, GUINÉ-BISSAU, 2010 Receberam qualquer dose de Vitamina A nos 6 últimos meses [1] Número de crianças de 6-59 meses Total 79,4 11271 Sexo Masculino 79,7 5777 Feminino Meio 79,0 5495 Urbano 83,7 3927 Rural Província 77,1 7344 SAB 85,1 2416 Leste 64,7 3225 Norte 83,5 3920 Sul Região 89,5 1711 Tombali 89,2 847 Quinara 91,0 581 Oio 71,6 1636 Biombo 98,4 826 Bolama/Bijagós 87,3 283 Bafata 74,8 1788 Gabú 52,1 1436 Cacheu 88,3 1458 SAB Nível de instrução da mãe 85,1 2416 Nenhum 75,6 7455 Primário 87,0 2554 Secundário e mais 86,3 1261 Não declarado Quintis de Bem-Estar Económico * 1 Mais pobre 74,6 2790 Segundo 79,4 2645 Médio 77,4 2483 Quarto 85,6 1932 Mais rico (5ºquintil) 83,6 1421 [1] Indicador MICS 2.17 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados 40 Baixo Peso à Nascença O peso à nascença é um bom indicador, não somente do estado de saúde e nutricional da mãe, mas também das probabilidades de sobrevivência, crescimento, saúde a longo prazo e desenvolvimento psicossocial do recém-nascido. Baixo peso à nascença (menos de 2500 gramas) traduz-se numa gama de graves riscos de saúde para a criança. Os bebés que foram malnutridos no útero materno deparam-se com o risco acrescido de morrerem nos primeiros meses e anos de vida. Os que sobrevivem, apresentam uma função imunológica enfraquecida e um aumento do risco de doenças; provavelmente continuarão malnutridos, com reduzida força muscular ao longo das suas vidas, e sofrerão de uma maior incidência de diabetes e doenças do coração numa idade mais avançada. As crianças que nascem com pouco peso também têm tendência a possuir um quociente de inteligência (QI) mais baixo e deficiências cognitivas que afectam o seu desempenho escolar e as suas oportunidades de trabalho quando chegarem a adultos. No mundo em vias de desenvolvimento, o baixo peso à nascença deriva principalmente do mau estado de saúde e nutrição materna. São estes os três factores de maior impacto: o mau estado nutricional da mãe antes da concepção, a pouca altura (devido principalmente à subnutrição e infecções durante a sua infância), e a malnutrição durante a gravidez. O aumento de peso inadequado durante a gravidez é especialmente importante pois é responsável em grande proporção pelo atraso no crescimento do feto. Para além disso, doenças tais como a diarreia e o paludismo, que são vulgares em muitos países em vias de desenvolvimento, podem prejudicar significativamente o crescimento do feto se a mãe for infectada durante a gravidez. No mundo industrializado, fumar durante a gravidez é uma das causas primárias do baixo peso à nascença. Tanto nos países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento, as adolescentes que são mães enquanto os seus corpos ainda se encontram em processo de crescimento correm o risco de gerar bebés com baixo peso. Um dos maiores desafios na avaliação de incidência do baixo peso à nascença, é o facto de mais de metade dos infantes no mundo em vias de desenvolvimento não serem pesados. No passado, a maior parte das estimativas de baixo peso à nascença nos países em vias de desenvolvimento baseavam-se em dados compilados das unidades de saúde. Contudo, estas estimativas são parciais no que respeita à maior parte dos países em vias de desenvolvimento, pois a maior parte dos recém-nascidos não nascem em unidades de saúde, e aqueles que nascem, representam somente uma amostra privilegiada de todos os nascimentos. Dado que muitos infantes não são pesados à nascença, e aqueles que o são podem representar uma amostra parcial de todos os nascimentos, os pesos registados à nascença não podem habitualmente ser utilizados para avaliar a prevalência de baixo peso entre todas as crianças. Assim, a percentagem de crianças nascidas com peso abaixo dos 2500 gramas é avaliada por meio de duas rubricas no questionário: a avaliação materna do tamanho da criança à nascença (i.e., muito pequena, mais pequena do que o normal, normal, maior do que o normal, muito grande) e a lembrança da mãe acerca do peso da criança, ou o peso registado num cartão de saúde, no caso da criança ter sido pesada à nascença3. Segundo o quadro NU.11, menos de metade (46%) dos nascidos vivos nos 2 últimos anos foi pesada ao nascer. A percentagem é mais elevada no meio urbano (69% contra 34% no meio rural). É mais elevada na província de SAB (76%) e mais baixa na província do Leste (24%). No total, calcula-se que a nível do país 11% dos nascidos vivos nos 2 últimos anos tinham peso inferior a 2500 gramas. Parece que essa taxa é ligeiramente mais importante nas províncias do Leste (13%) e do Norte (12%). Também parece decrescer muito ligeiramente com o nível de instrução da mãe. 3 Para uma descrição detalhada da metodologia, ver Boerma, Weinstein, Rutstein e Sommerfelt, 1996. 41 QUADRO NU.11: CRIANÇAS RECÉM NASCIDAS COM INSUFICIÊNCIA PONDERAL Percentagem das crianças nascidas nos últimos 2 anos que forampesadas e que tinham peso inferior a 2500 gramas ao nascer, percentagem de nascidos vivos pesados ao nascer, GUINÉ-BISSAU, 2010 GRÁFICO NU.5: PERCENTAGEM DE CRIANÇAS QUE SE ESTIMA TEREM PESO INFERIOR A 2500 GRAMAS AO NASCER, GUINÉ-BISSAU, 2010 Nascidos vivos: Número de nascidos vivos nos últimos 2 anos Com peso inferior a 2500 gramas [1] Pesados ao nascer [2] Total Meio 11,0 45,9 5994 Urbano 10,1 68,7 2043 Rural Província 11,5 34,1 3950 SAB 9,0 76,0 1280 Leste 12,5 23,8 1699 Norte 11,5 46,1 2201 Sul Região 9,9 44,4 814 Tombali 11,7 39,3 382 Quinara 8,6 53,6 292 Oio 12,2 31,8 929 Biombo 8,4 61,9 489 Bolama/Bijagós 7,8 39,2 140 Bafatá 12,8 25,8 970 Gabú 12,1 21,2 729 Cacheu 12,4 53,2 783 SAB Nível de instrução da mulher 9,0 76,0 1280 Nenhum 11,5 33,4 3759 Primário 10,6 59,7 1534 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 9,2 83,0 700 Mais pobre 11,3 24,7 1443 Segundo 12,2 36,8 1450 Médio 10,1 43,1 1366 Quarto 11,2 67,8 1001 Mais rico 9,4 81,2 733 [1] Indicador MICS 2.18 [2] Indicador MICS 2.19 42 VI. Saúde da Criança Vacinações O quarto Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (OMD 4) é a redução da mortalidade infantil em dois terços entre 1990 e 2015. A Imunização ou vacinação tem um papel chave na realização desta meta. A imunização salvou a vida de milhões de crianças nas três décadas transcorridas desde que foi lançado o Programa Alargado de Vacinação (PAV) em 1974. Em todo o mundo, existem ainda cerca de 27 milhões de crianças que não beneficiam da imunização de rotina e, como resultado disso, as doenças que são preveníveis por meio da vacinação causam anualmente mais de 2 milhões de mortes. A meta de Um Mundo Digno das Crianças é a de assegurar a completa imunização das crianças menores de um ano de idade, numa percentagem de mais de 90% a nível nacional, com uma cobertura de pelo menos 80% em cada sector ou unidade administrativa equivalente. De acordo com as orientações do UNICEF e da OMS, uma criança com 12 meses de idade, deve receber a vacina de BCG como protecção contra a tuberculose, três doses de DPT como protecção contra a difteria, tosse convulsa e tétano, três doses da vacina contra a poliomielite, e a vacina contra o sarampo. Também está em vigor no país, o plano de vacinação de rotina adoptado pelo Ministério da Saúde desde a década de 1990, para além da campanha anual de vacinação que prevê que as crianças sejam vacinadas contra a febre- amarela antes dos 12 meses. Nota-se também que a vacina de DPT está a ser pouco a pouco substituída pela vacina Pentavalente (que inclui também a protecção contra a hepatite B, Pneumonia e Menigite). Durante o inquérito pediu-se às mães ou tutoras das crianças que apresentassem os cartões de vacinação das crianças menores de cinco anos de idade. Os inquiridores copiaram as informações relativas às vacinas recebidas dos cartões para o questionário do MICS-4/IDSR-1. De acordo com o quadro CH.1, assim como a figura correspondente (Gráfico CH.1) aqui apresentados em baixo, podemos analisar de forma detalhada todos os diferentes tipos de vacinas recebidas pelas crianças durante o primeiro ano de vida, quer dizer, antes dos 12 meses de idade. As informações que serviram de suporte para a concepção deste quadro provêm de 2 diferentes fontes: cartão de vacina da criança ou informações das mães. Neste âmbito, pode-se observar que 83% das crianças tinham cartão de vacina (quadro CH.2). Se a criança não tiver o cartão, pede-se à mãe que tente lembrar-se se a criança recebeu ou não todas as doses das vacinas recomendadas para a sua idade. A percentagem das crianças entre 12-23 meses que receberam as vacinas recomendadas encontra-se no quadro CH.1. O denominador do quadro são todas as crianças entre 12-23 meses de idade. Assim, somente as crianças com idade suficiente para serem completamente vacinadas foram tomadas em conta. Nas 3 primeiras colunas, o numerador inclui todas as crianças que foram vacinadas em qualquer momento antes do inquérito, segundo o cartão de vacina, a informação dada pela mãe ou qualquer dessas duas fontes. Para a última coluna, só as crianças vacinadas antes do seu primeiro ano de vida, como recomendado, foram incluídas. Para aquelas crianças declaradas vacinadas mas sem cartão de vacina, a proporção das vacinas dadas antes do primeiro ano de vida é supostamente idêntica à das crianças com cartão. Neste âmbito, observamos que 94% das crianças entre 12-23 meses, foram vacinadas contra o BCG antes do primeiro ano de vida, 92% receberam a DPT 1, 86% a DPT 2 e 76% a DPT 3. Da mesma forma 77% das crianças receberam a vacina contra a Polio ao nascer (Polio 0), 92% contra a Polio 1, 85% contra a Polio 2 e 73% contra a Polio 3 antes do primeiro ano de vida. As coberturas vacinais contra o sarampo e a febre- amarela são as mais baixas: cerca de 61% contra o Sarampo, e 49% contra a febre-amarela. No total, quatro crianças em cada dez (43%) receberam todas as vacinas do plano de vacinação em vigor antes do primeiro ano de vida. Enquanto que os que não receberam nenhuma vacina até ao final do primeiro ano de idade não chegam a 2%. 43 QUADRO CH.1: VACINAÇÃO DURANTE O PRIMEIRO ANO DE VIDA Percentagem de crianças de 12-23 meses vacinadas contra as doenças infantis em qualquer momento antes do inquérito e antes de cumprir o primeiro ano de vida, GUINÉ-BISSAU, 2010 Vacinadas em qualquer momento antes do inquérito segundo o Cartão de vacina Vacinadas em qualquer momento antes do inquérito segundo a Informação da mãe Vacinadas em qualquer momento antes do inquérito segundo o Cartão ou a mãe Vacinadas antes de cumprir o primeiro ano de vida BCG [1] 79,7 14,7 94,4 93,5 Polio 0 59,4 18,7 78,1 77,3 Polio 1 80,1 13,7 93,8 92,2 Polio 2 75,1 13,2 88,3 84,7 Polio 3 [2] 65,8 13,1 79,0 73,4 DPT 1 79,8 13,9 93,7 92,2 DPT 2 75,8 13,0 88,8 85,6 DPT 3 [3] 68,4 12,6 81,0 76,0 Sarampo [4] 54,3 14,8 69,2 60,7 Febre amarela [6] 43,6 13,2 56,9 48,9 Todas as vacinas 53,2 8,0 61,2 42,5 Não vacinadas 0,2 1,6 1,8 1,8 Número de crianças com 12-23 meses 2695 2695 2695 2695 [1] Indicador MICS 3.1 [2] Indicador MICS 3.2 [3] Indicador MICS 3.3 [4] Indicador MICS 3.4; Indicador ODM 4.3 [6] Indicador MICS 3.6 GRÁFICO CH.1: PERCENTAGEM DAS CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 12-23 MESES QUE RECEBERAM AS VACINAS RECOMENDADAS CONTRA AS DOENÇAS INFANTIS ANTES DE COMPLETAREM O PRIMEIRO ANO DE VIDA, GUINÉ-BISSAU, 2010 44 O quadro CH.2 apresenta as taxas da cobertura de vacinação das crianças entre 12-23 meses, segundo algumas características sociodemográficas do AF. As taxas apresentadas indicam as crianças de 12-23 meses que foram vacinadas em qualquer momento antes da data de entrevista, e estão baseadas em ambas as informações dadas, quer pelo cartão de vacina, quer pela mãe ou tutora da criança. De acordo com o quadro, 83% das crianças têm e apresentaram um cartão de vacina, com uma ligeira predominância das crianças do sexo masculino (85 %) em relação às meninas (81%). As meninas que receberam a totalidade das vacinas contra a pólio e a DPT (77% receberam a Polio 3 e 80% a DPT 3) são também em percentagem ligeiramente menor do que os rapazes (81% e 83%). Além disso, entre as crianças que não receberam nenhuma vacina, a maioria é do sexo feminino (3%), contra menos de 1% do sexo masculino. Da mesma forma, há pouca diferença entre crianças rurais e urbanas relativamente à cobertura vacinal, excepto para as 3 doses de DPT (86% no meio urbano, 78% no rural) e Poliomielite (87% no meio urbano, 75% no rural). Como resultado, dois terços (67%) das crianças urbanas foram totalmente vacinadas contra 58% das crianças rurais. O quadro também nos permite proceder a outras comparações, tais como o nível de instrução das mães e os Quintis de Bem-Estar Económico. Em relação ao nível de instrução das mães, quanto mais elevado for o nível de instrução da mãe, maior é a taxa de cobertura vacinal dos seus filhos, assim como a percentagem das crianças com cartão de vacinação. Também observamos que as taxas de cobertura vacinal assim como as percentagens de crianças com cartão de vacinação são maiores quando a família é considerada muito rica, comparativamente às famílias que fazem parte dos outros quintis. 45 QUADRO CH.2: VACINAÇÃO EM FUNÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÓMICAS Percentagem de crianças de 12-23 meses vacinadas contra as doenças infantis, GUINÉ-BISSAU, 2010 Crianças que receberam: Com cartão de vacina observado Número de crianças de 12-23 meses BCG Polio 0 Polio 1 Polio 2 Polio 3 DPT 1 DPT 2 DPT 3 Sarampo Febre amarela Nenhuma Todas Total Sexo 94,4 78,1 93,8 88,3 79,0 93,7 88,8 81,0 69,2 56,9 1,8 61,2 83,1 2695 Masculino 95,0 79,5 94,4 89,2 80,7 93,9 89,3 82,6 69,0 56,5 ,4 60,5 85,4 1340 Feminino Meio 93,8 76,8 93,1 87,5 77,3 93,4 88,3 79,5 69,4 57,2 3,1 61,9 80,8 1355 Urbano 96,3 84,1 93,3 91,2 86,5 92,5 90,9 86,3 70,7 59,3 1,4 66,6 80,6 923 Rural Província 93,4 75,0 94,0 86,8 75,1 94,3 87,7 78,3 68,4 55,6 2,0 58,4 84,4 1771 SAB 95,4 87,4 92,5 89,7 86,9 91,6 89,6 84,8 72,7 60,0 1,7 67,1 81,4 599 Leste 94,6 70,1 96,2 90,8 83,1 95,8 91,0 83,5 72,2 60,0 1,0 65,6 87,7 740 Norte 94,3 80,0 92,0 87,0 75,7 92,6 88,2 80,5 66,5 56,9 2,6 57,0 80,6 979 Sul Região 92,6 74,6 95,6 84,7 67,2 95,3 84,5 71,5 64,6 45,8 1,3 54,0 83,0 377 Tombali 93,5 75,1 95,8 82,3 61,0 96,2 83,0 66,5 61,1 42,5 ,4 44,6 79,5 175 Quinara 90,0 70,7 93,8 83,6 68,2 92,7 81,8 72,5 63,2 42,8 3,1 57,9 90,8 139 Oio 92,8 78,3 87,5 80,4 63,6 88,6 82,9 70,9 55,2 44,8 4,8 44,3 74,2 387 Biombo 96,8 88,2 95,3 90,2 83,2 95,6 90,9 85,9 81,5 73,7 1,5 73,1 87,0 201 Bolama/Bijagós 96,1 81,8 99,0 93,5 82,6 98,6 94,9 83,2 77,8 61,7 ,0 72,0 75,2 63 Bafatá 92,0 52,7 94,9 92,6 86,1 95,5 92,3 87,7 79,3 65,6 1,1 70,0 90,6 416 Gabú 98,1 92,3 97,9 88,6 79,3 96,4 89,3 78,2 63,2 52,9 ,7 60,1 84,0 324 Cacheu 94,4 77,4 94,8 91,9 83,9 95,1 92,2 87,4 70,0 60,3 1,0 61,5 83,8 391 SAB Nível de Instrução da Mãe 95,4 87,4 92,5 89,7 86,9 91,6 89,6 84,8 72,7 60,0 1,7 67,1 81,4 599 Nenhum 93,5 75,8 93,5 86,7 75,6 93,0 87,4 77,9 65,6 52,1 1,8 56,4 84,0 1743 Primário 95,2 77,0 94,0 90,5 82,2 94,8 90,3 84,9 73,5 63,2 1,7 66,7 80,8 658 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 97,7 94,9 94,8 93,0 91,7 94,8 93,5 90,7 81,3 71,4 1,8 77,6 83,1 294 Mais pobre 92,5 76,6 92,3 83,8 72,8 93,1 85,6 75,9 64,2 53,3 1,9 53,9 84,4 671 Segundo 94,9 74,8 93,7 87,0 75,4 94,7 88,9 79,1 71,8 55,7 2,9 62,4 83,5 639 Médio 94,1 75,4 96,7 90,6 80,4 94,6 89,1 82,2 69,2 57,2 1,1 60,7 82,1 571 Quarto 93,7 78,2 90,2 89,1 83,0 90,7 87,7 83,2 67,0 57,9 2,0 62,7 83,0 488 Mais rico 98,9 92,5 97,3 95,2 90,7 95,8 96,2 90,0 77,6 64,5 ,0 73,1 81,5 327 46 Protecção contra o Tétano materno Neo-natal Um dos ODM é a redução em três quartos da taxa de mortalidade materna por meio de uma estratégia para erradicação do tétano materno. Para além disto, outra meta é a de reduzir a incidência do tétano materno neonatal para menos de 1 caso de tétano neo-natal por 1000 nados vivos em cada distrito. A meta de um Mundo Digno das Crianças é a de erradicar o tétano materno e neonatal até 2005. A prevenção do tétano materno e neonatal deve assegurar que todas as grávidas recebam pelo menos duas doses da vacina da antitoxina tetânica. Contudo, se as mulheres não tiverem recebido as duas doses da vacina durante a gravidez, elas (e os seus recém-nascidos) podem ser considerados protegidos se se verificarem as seguintes condições: A mãe recebeu pelo menos duas doses da vacina do toxóide tetânico, sendo a última no prazo dos 3 últimos anos; A mãe recebeu pelo menos 3 doses da vacina do toxóide tetânico, sendo a última no prazo dos 5 últimos anos; A mãe recebeu pelo menos 4 doses da vacina do toxóide tetânico, sendo a última no prazo dos últimos 10 anos; A mãe recebeu pelo menos 5 doses da vacina do toxóide tetânico durante a sua vida. O quadro CH.3 mostra que 70% das mulheres estão protegidas contra o Tétano, sendo 58% as que receberam pelo menos duas doses durante a última gravidez, 11% as que receberam pelo menos duas doses nos três anos anteriores, e somente 0,3% as que receberam pelo menos três doses nos cinco anos que precederam o inquérito. As mulheres instruídas são as mais protegidas contra o Tétano neo-natal. 86% das mulheres de nível secundário ou mais estão protegidas, comparadas com 74% das mulheres de nível primário e 65% das que não têm nenhum nível de instrução. Da mesma maneira, as mulheres de famílias mais ricas estão muito mais protegidas (87%) do que as de outras famílias, com menos de 65% das mulheres de famílias do quintil mais pobre. O gráfico CH.2 mostra também a disparidade entre as mulheres dos meios urbanos e as mulheres dos meios rurais, assim como entre as províncias. 47 QUADRO CH.3: PROTECÇÃO CONTRA O TÉTANO NÉO-NATAL Percentagem de mães com nascidos vivos durante os últimos 2 anos protegidas contra o tétano materno e neonatal, GUINÉ-BISSAU, 2010 Receberam pelo menos 2 doses durante a última gravidez Não receberam 2 doses ou mais durante a última gravidez mas receberam: Protegidas contra o tétano [1] Número de mulheres que tiveram filhos nos últimos 2 anos 2 doses, a última nos 3 anos anteriores 3 doses, a última nos 5 anos anteriores 4 doses, a última nos 10 anos anteriores 5 ou mais doses na sua vida Total Meio 57,8 11,4 ,3 ,2 ,1 69,7 5994 Urbano 66,8 12,1 ,1 ,2 ,1 79,4 2043 Rural Província 53,1 11,0 ,4 ,1 ,1 64,7 3950 SAB 70,1 12,4 ,1 ,1 ,1 82,9 1280 Leste 53,1 12,5 ,5 ,2 ,1 66,5 1699 Norte 51,4 10,3 ,0 ,1 ,2 62,1 2201 Sul Região 65,3 10,4 ,7 ,1 ,0 76,5 814 Tombali 72,6 6,8 1,2 ,0 ,0 80,5 382 Quinara 63,3 8,6 ,5 ,0 ,0 72,3 292 Oio 43,4 10,0 ,0 ,0 ,6 54,0 929 Biombo 64,3 12,0 ,2 ,0 ,0 76,5 489 Bolama/Bijagós 49,8 24,1 ,0 ,4 ,2 74,5 140 Bafatá 53,0 13,4 ,9 ,4 ,1 67,9 970 Gabú 53,4 11,2 ,0 ,0 ,0 64,6 729 Cacheu 52,9 9,5 ,0 ,4 ,0 62,8 783 SAB Nível de instrução da mulher 70,1 12,4 ,1 ,1 ,1 82,9 1280 Nenhum 54,7 9,8 ,3 ,1 ,2 65,1 3759 Primário 59,9 12,9 ,3 ,4 ,0 73,5 1534 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 69,6 16,3 ,4 ,0 ,2 86,4 700 Mais pobre 54,4 9,9 ,5 ,0 ,0 64,8 1443 Segundo 50,2 11,0 ,1 ,1 ,5 61,9 1450 Médio 56,8 12,8 ,4 ,4 ,0 70,4 1366 Quarto 62,3 11,9 ,2 ,2 ,0 74,6 1001 Mais rico 75,1 11,5 ,2 ,0 ,2 87,0 733 [1] Indicador MICS 3.7 48 GRÁFICO CH.2: PERCENTAGEM DE MULHERES COM FILHOS NASCIDOS VIVOS DURANTE OS ÚLTIMOS 2 ANOS PROTEGIDAS CONTRA O TÉTANO MATERNO E NEONATAL, GUINÉ-BISSAU, 2010 Terapia de Reidratação Oral A diarreia é a segunda principal causa de morte de crianças menores de cinco anos a nível mundial. A maior parte das mortes de crianças relacionadas com a diarreia, são devidas à desidratação causada pela perda de grande quantidade de água e electrólitos do corpo devido a fezes líquidas. A gestão da diarreia – quer através de sais de reidratação oral (SRO) quer através de um fluido caseiro recomendado (FCR) – pode evitar muitas destas mortes. A prevenção da desidratação e da malnutrição através do aumento da ingestão de fluidos e da continuação da alimentação da criança são também estratégias importantes de gestão da diarreia. Os objectivos são os seguintes: 1) reduzir para metade as mortes devidas à diarreia entre as crianças menores de cinco anos, até ao ano 2010, em comparação com o ano 2000 (Um Mundo Digno das Crianças); e 2) reduzir em dois terços a taxa de mortalidade entre as crianças menores de cinco anos até 2015, em comparação com 1990 (Objectivos de Desenvolvimento do Milénio). Para além disto, o Mundo Digno das Crianças apela para uma redução de 25% da incidência de diarreia nas crianças menores de 5 anos. Os indicadores são: Prevalência de diarreia Terapia de reidratação oral (TRO) Gestão caseira da diarreia TRO com alimentação contínua 49 No questionário do MICS-4/IDSR-1 foram solicitadas às mães ou tutoras informações sobre se as suas crianças tinham tido diarreia ou não nas 2 semanas anteriores ao inquérito. No caso afirmativo, foi feita uma série de perguntas acerca do que a criança bebeu ou comeu durante o episódio de diarreia e se foi mais ou menos na mesma quantidade que a criança estava habituada a comer ou a beber. Os resultados do quadro CH.4 mostram que 9% das crianças menores de cinco anos tiveram diarreia durante as duas semanas anteriores ao inquérito. A prevalência da diarreia varia duma região a outra, sendo na região de Cacheu que a prevalência é mais importante (15%). Entre as crianças com idade entre os 0 e os 11 meses, a prevalência a nível nacional foi de 10%. Esta prevalência passou para 17% para as crianças de 12 a 23 meses, diminuindo depois para 9% para as crianças de 24 a 35 meses. A faixa etária de forte prevalência é a dos 12 aos 23 meses, e coincide com a ablactação (o desmame), período durante o qual os riscos de contaminação são mais elevados. De forma resumida, as informações do inquérito mostram-nos que um quinto das crianças (19%) que tiveram diarreia utilizaram uma solução de reidratação oral (SRO) preparada a partir de pacotes, enquanto que apenas 10% utilizaram uma mistura caseira recomendada, durante o período que estiveram doentes. O consumo de SRO ou da mistura caseira foi similar para ambos os sexos, mas foi maior entre as crianças do meio urbano (36% vs. 20%). 50 QUADRO CH.4: TRATAMENTO COM SRO E MISTURAS CASEIRAS RECOMENDADAS Percentagem de crianças de 0-59 meses com diarreia nas últimas 2 semanas que receberam Soluçãode Reidratação Oral (SRO) e misturas caseiras recomendadas, GUINÉ-BISSAU, 2010 Tiveram diarreia nas últimas 2 semanas Número de crianças de 0-59 meses Crianças com diarreia que receberam: Número de crianças de 0-59 meses com diarreia SRO (Sais ou mistura de Reidratação Oral dum pacote especial) Mistura caseira recomendada (água, sal e açúcar) SRO ou mistura caseira recomendada Total Sexo 9,0 12767 18,7 10,3 25,8 1155 Masculino 9,3 6503 20,4 8,0 25,9 602 Feminino Meio 8,8 6264 16,8 12,8 25,7 553 Urbano 9,5 4417 28,0 14,2 36,3 419 Rural Província 8,8 8350 13,4 8,1 19,8 735 SAB 10,1 2728 28,7 18,9 39,6 277 Leste 6,2 3651 16,7 5,1 21,8 226 Norte 11,2 4484 14,1 6,7 19,4 503 Sul Região 7,9 1904 18,4 14,2 27,6 150 Tombali 8,1 931 8,7 7,7 14,5 76 Quinara 10,9 650 28,7 21,3 41,6 71 Oio 8,5 1902 3,3 15,5 16,3 162 Biombo 10,6 951 13,0 4,4 13,8 101 Bolama/Bijagós 1,0 323 * * * 3 Bafatá 6,7 2046 20,6 6,6 27,3 137 Gabú 5,6 1605 (10,7) (2,7) (13,5) 89 Cacheu 14,7 1631 22,0 1,8 23,7 239 SAB Idade 10,1 2728 28,7 18,9 39,6 277 0-11 meses 10,3 2868 12,1 6,1 15,9 295 12-23 meses 16,5 2695 20,2 8,9 24,8 445 24-35 meses 9,4 2445 20,7 13,9 31,6 230 36-47 meses 5,0 2411 20,5 18,4 37,3 121 48-59 meses Nível de instrução da mãe 2,7 2349 (27,9) (11,0) (35,2) 64 Nenhum 8,7 8410 13,5 9,6 21,5 731 Primário 9,6 2932 19,7 12,0 24,0 283 Secundário e mais 9,9 1423 43,5 10,5 51,4 141 Não declarado Quintil de Bem-Estar Económico * 1 * * * 0 Mais pobre 7,8 3112 15,9 6,3 21,9 242 Segundo 9,8 3026 17,0 7,8 21,3 297 Médio 8,6 2870 12,8 9,5 20,9 248 Quarto 9,9 2138 17,9 12,0 28,9 212 Mais rico 9,6 1620 36,6 20,0 43,8 156 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 51 De acordo com o gráfico CH.3, 44% das crianças de mães ou tutoras com o nível secundário ou mais receberam SRO quando tiveram diarreia, contra 20% das crianças de mães ou tutoras com o nível primário e apenas 13% das crianças de mães ou tutoras sem nenhum nível de instrução. Também os pacotes de SRO são mais utilizados na província de SAB comparativamente com as outras províncias. É na província Norte, composta das regiões de Oio, Cacheu e Biombo, que foi observada a mais baixa taxa de utilização dos pacotes de SRO, durante o período em que as crianças manifestaram sintomas de diarreia. GRÁFICO CH.3: PERCENTAGEM DE CRIANÇAS DE 0-59 MESES COM DIARREIA QUE RECEBERAM TRATAMENTO COM SOLUÇÃO DE REIDRATAÇÃO ORAL (SRO), GUINÉ-BISSAU, 2010 O quadro CH.5 mostra que cerca de 76% das crianças que tiveram diarreia beberam mais líquidos do que tinham por hábito de beber, enquanto que 13% beberam a mesma quantidade do costume e 10% bebeu menos (um pouco ou muito menos) do que o habitual. A grande maioria das crianças (65%) continuaram a alimentação normalmente, comendo um pouco menos, a mesma quantia ou mais do que habitualmente, enquanto que 34% das crianças com diarreia comeram muito menos do que o habitual ou quase não comeram nada durante todo o período. 52 QUADRO CH.5: PRÁTICAS DE ALIMENTAÇÃO DURANTE A DIARREIA Percentagem de crianças de 0-59 meses com diarreia nas últimas 2 semanas, de acordo com a quantidade de líquidos e de alimentos que receberam enquanto estiveram com diarreia, GUINÉ-BISSAU, 2010 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados Teve diarreia nas últimas 2 semanas Número de crianças de 0-59 meses Práticas de ingestão de líquidos durante a diarreia Praticas de ingestão de alimentos durante a diarreia Total Número de crianças de 0-59 meses com diarreia Bebeu muito menos liquidos Bebeu um pouco menos de liquidos Bebeu a mesma quantidade de liquidos Bebeu mais liquidos Não bebeu nenhum liquido Não sabe/não declarado Total Comeu muito menos alimentos Comeu um pouco menos alimentos Comeu a mesma quantidade de alimentos Comeu mais alimentos Não comeu nenhum alimento s Total 9,0 12767 4,0 6,0 13,4 75,6 ,6 ,5 100,0 28,0 19,7 19,5 25,5 6,4 100,0 1155 Sexo Masculino 9,3 6503 3,3 4,9 12,3 78,9 ,5 ,0 100,0 29,6 17,4 19,4 28,3 5,3 100,0 602 Feminino 8,8 6264 4,6 7,1 14,5 72,0 ,7 1,0 100,0 26,2 22,2 19,7 22,4 7,7 100,0 553 Meio Urbano 9,5 4417 5,4 6,2 13,9 73,1 ,4 1,1 100,0 26,0 24,0 17,9 22,5 7,5 100,0 419 Rural 8,8 8350 3,2 5,9 13,1 77,0 ,7 ,1 100,0 29,1 17,3 20,5 27,2 5,8 100,0 735 Província SAB 10,1 2728 6,7 7,4 11,0 73,6 ,0 1,3 100,0 27,2 25,3 17,5 21,1 6,0 100,0 277 Leste 6,2 3651 2,2 5,7 7,6 83,0 1,5 ,0 100,0 40,6 29,2 9,2 16,6 4,4 100,0 226 Norte 11,2 4484 4,0 5,7 17,9 71,5 ,7 ,3 100,0 15,2 13,3 25,0 37,7 8,5 100,0 503 Sul 7,9 1904 1,6 4,6 11,4 82,2 ,0 ,2 100,0 53,2 16,8 20,7 5,8 3,5 100,0 150 Região Tombali 8,1 931 ,0 2,0 4,3 93,7 ,0 ,0 100,0 78,0 4,2 13,5 ,0 4,3 100,0 76 Quinara 10,9 650 2,6 7,7 17,4 72,3 ,0 ,0 100,0 27,3 30,8 27,4 11,7 2,7 100,0 71 Oio 8,5 1902 3,4 6,6 7,0 82,4 ,0 ,5 100,0 14,7 4,8 12,3 64,5 3,7 100,0 162 Biombo 10,6 951 ,0 5,0 12,9 79,5 1,8 ,8 100,0 12,5 7,4 36,2 29,2 14,7 100,0 101 Bijagos/Bubaque 1,0 323 * * * * * * 100,0 * * * * * * 3 Bafata 6,7 2046 1,7 4,3 8,4 84,0 1,6 ,0 100,0 60,7 18,8 7,8 9,1 3,7 100,0 137 Gabú 5,6 1605 (2,9) (7,9) (6,4) (81,4) (1,4) (,0) 100,0) (9,9) (45,1) (11,4) (28,2) (5,4) (100,0) 89 Cacheu 14,7 1631 6,1 5,3 27,3 60,7 ,7 ,0 100,0 16,7 21,5 28,8 23,3 9,1 100,0 239 SAB 10,1 2728 6,7 7,4 11,0 73,6 ,0 1,3 100,0 27,2 25,3 17,5 21,1 6,0 100,0 277 Idade 0-11 meses 10,3 2868 5,2 7,3 12,9 73,0 1,6 ,0 100,0 23,5 11,6 16,4 26,5 20,0 100,0 295 12-23 meses 16,5 2695 4,5 7,0 15,3 72,7 ,5 ,0 100,0 27,4 21,6 18,3 29,3 3,4 100,0 445 24-35 meses 9,4 2445 3,3 4,0 9,0 82,0 ,0 1,6 100,0 25,2 24,9 24,9 24,1 ,0 100,0 230 36-47 meses 5,0 2411 1,3 5,2 14,9 78,6 ,0 ,0 100,0 44,5 16,7 19,2 19,6 ,0 100,0 121 48-59 meses 2,7 2349 (2,0) (,7) (15,1) (79,3) (,0) (2,8) 100,0 (30,5) (31,5) (24,3) (10,1) (,7) 100,0 64 Nível de Instrução da Mãe Nenhum 8,7 8410 4,7 6,8 12,4 75,4 ,6 ,2 100,0 30,7 20,7 18,5 24,7 5,4 100,0 731 Primário 9,6 2932 2,9 6,8 14,0 73,8 ,9 1,6 100,0 29,9 18,0 18,2 21,5 9,0 100,0 283 Secundário e mais 9,9 1423 2,2 ,0 17,5 80,4 ,0 ,0 100,0 10,1 18,2 27,7 37,3 6,6 100,0 141 Não declarado * 1 . . . . . . 100,0 . . . . . 100,0 0 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 7,8 3112 4,5 5,3 9,4 79,5 ,9 ,3 100,0 18,9 18,2 17,1 37,6 8,2 100,0 242 Segundo 9,8 3026 2,4 7,1 20,0 70,2 ,0 ,4 100,0 30,7 16,0 22,9 25,1 5,3 100,0 297 Médio 8,6 2870 5,9 6,4 11,5 74,9 1,2 ,0 100,0 36,4 17,2 19,1 20,9 4,5 100,0 248 Quarto 9,9 2138 5,6 7,4 10,8 74,7 ,8 ,9 100,0 26,6 24,4 14,2 22,0 11,4 100,0 212 Mais rico 9,6 1620 1,0 2,2 13,4 82,2 ,0 1,2 100,0 25,4 26,9 25,0 19,4 2,2 100,0 156 53 O gráfico CH.4, mostra a taxa de utilização da Terapia de Reidratação Oral com alimentação contínua durante os episódios de diarreia segundo algumas características socioeconómicas. Observam-se poucas diferenças entre as crianças do meio rural e do meio urbano, mas o nível de instrução da mãe tem influência. GRÁFICO CH.4: PERCENTAGEM DE CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 0-59 MESES COM DIARREIA NAS ÚLTIMAS 2 SEMANAS E QUE RECEBERAM TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL COM ALIMENTAÇÃO CONTÍNUA, GUINÉ-BISSAU, 2010 O quadro CH.6 mostra a proporção das crianças de 0-59 meses com diarreia nas últimas 2 semanas que seguiram a Terapia de Reidratação Oral com alimentação contínua, como recomendado, e a percentagem das crianças que receberam outro tratamento durante o período com diarreia. Das crianças de 0-59 meses com diarreia nas últimas 2 semanas, 81% seguiram a Terapia de Reidratação Oral, 53% a TRO com alimentação contínua, 14% receberam comprimidos ou xarope, enquanto que 13% destas crianças não receberam nenhum tipo de tratamento ou medicamento. 54 QUADRO CH.6: TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL COM ALIMENTAÇÃO CONTÍNUA E OUTROS TRATAMENTOS Percentagem das crianças de 0-59 meses com diarreia nas últimas 2 semanas que receberam Terapia de Reidratação Oral com alimentação contínua, e percentagem das crianças com diarreia que receberam outros tratamentos, GUINÉ-BISSAU, 2010 Tiveram diarreia nas últimas 2 semanas Crianças com diarreia que receberam: Outro tratamento: Nenhum tratamento ou médicame nto Número de crianças de 0-59 meses com diarreia Número de crianças de 0-59 meses SRO ou aumento de líquidos Terapia de Reidratação Oral (TRO: Sais de Reidratação Oral, mistura caseira recomendada ou aumento de liquídos) TRO com alimentação continua [1] Comprimido s/xarobe Injecções Soros intraven osos Água de arroz Papas de cereais Chá de ervas ou de raizes Leite em pó/fresc o Chá, sumos, água de coco Remédio caseiro/Erva s medicinais Outro Total 9,0 12767 79,8 80,5 53,2 13,8 ,7 5,5 2,8 ,7 5,4 ,9 6,0 16,1 ,6 13,3 1155 Sexo Masculino 9,3 6503 82,0 82,3 54,3 12,4 1,0 5,6 2,9 ,5 3,8 ,6 6,8 15,3 ,8 11,1 602 Feminino 8,8 6264 77,5 78,5 52,1 15,3 ,3 5,5 2,7 1,1 7,1 1,2 5,1 16,9 ,5 15,6 553 Meio Urbano 9,5 4417 80,9 81,1 54,9 15,8 ,8 7,0 2,5 1,7 5,9 2,4 5,9 9,6 ,3 14,2 419 Rural 8,8 8350 79,2 80,1 52,3 12,6 ,6 4,7 3,0 ,2 5,1 ,0 6,1 19,7 ,8 12,7 735 Província SAB 10,1 2728 79,8 79,8 54,0 16,6 ,7 8,7 1,8 1,9 7,8 2,7 7,2 6,8 ,0 17,8 277 Leste 6,2 3651 83,0 83,0 47,8 14,2 1,9 4,5 10,1 ,6 4,9 ,0 1,1 23,4 1,5 9,2 226 Norte 11,2 4484 75,4 75,9 60,0 14,2 ,0 5,2 ,4 ,0 5,3 ,6 7,2 19,4 ,6 15,1 503 Sul 7,9 1904 89,8 93,4 37,4 6,5 1,0 2,5 2,0 1,4 2,3 ,0 7,4 11,2 ,6 4,7 150 Região Tombali 8,1 931 (96,9) (96,9) (14,6) (7,8) (,0) (4,5) (3,9) (2,7) (,0) (,0) (5,4) (8,9) (,0) (,0) 76 Quinara 10,9 650 (84,1) (91,3) (61,9) (5,0) (2,2) (,5) (,0) (,0) (4,5) (,0) (9,8) (14,1) (,4) (8,3) 71 Oio 8,5 1902 82,4 83,8 68,4 19,9 ,0 ,0 ,0 ,0 9,3 ,0 11,1 34,7 ,8 7,1 162 Biombo 10,6 951 79,5 79,5 60,7 14,9 ,0 8,1 1,8 ,0 2,5 ,0 5,2 10,5 1,6 18,2 101 Bolama/Bijagós 1,0 323 * * * * * * * * * * * * * * 3 Bafatá 6,7 2046 84,0 84,0 32,3 18,8 3,2 6,5 ,8 ,0 ,0 ,0 ,0 27,1 ,8 8,4 137 Gabú 5,6 1605 (81,4) (81,4) (71,5) (7,2) (,0) (1,4) (24,2) (1,4) (12,3) (,0) (2,8) (17,8) (2,5) (10,5) 89 Cacheu 14,7 1631 69,0 69,0 54,0 10,0 ,0 7,4 ,0 ,0 3,7 1,2 5,4 12,7 ,0 19,2 239 SAB 10,1 2728 79,8 79,8 54,0 16,6 ,7 8,7 1,8 1,9 7,8 2,7 7,2 6,8 ,0 17,8 277 Idade 0-11 meses 10,3 2868 74,7 74,7 43,4 12,5 2,2 11,4 ,0 1,8 1,1 ,0 2,5 11,4 ,1 19,1 295 12-23 meses 16,5 2695 77,9 78,6 55,0 18,9 ,3 4,4 2,6 ,4 4,3 ,8 8,0 16,8 ,6 13,7 445 24-35 meses 9,4 2445 85,3 87,0 65,0 9,3 ,0 3,7 3,5 ,6 8,9 1,2 5,3 20,3 1,8 8,8 230 36-47 meses 5,0 2411 84,9 85,3 43,4 8,7 ,0 1,0 7,5 ,0 9,1 ,0 9,3 20,2 ,3 8,0 121 48-59 meses 2,7 2349 (87,2) (87,2) (62,4) (9,7) (,0) (1,9) (6,2) (,0) (13,5) (5,8) (5,2) (9,8) (,0) (9,1) 64 Nível de Instrução da Mãe Nenhum 8,7 8410 77,9 78,6 51,3 11,2 ,6 4,2 3,2 ,5 6,3 1,4 5,9 18,3 ,5 13,8 731 Primário 9,6 2932 79,2 80,3 47,1 14,0 1,2 8,8 2,7 ,6 3,2 ,0 6,8 15,2 1,3 15,8 283 Secundário e mais 9,9 1423 90,7 90,7 75,2 26,7 ,0 6,1 1,3 2,2 5,1 ,0 5,3 6,2 ,0 5,4 141 Não declarado * 1 . . . . . . . . . . . . . . 0 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 7,8 3112 81,9 81,9 61,6 12,6 ,0 4,3 4,9 ,0 7,9 ,0 5,6 26,7 ,5 11,3 242 Segundo 9,8 3026 73,8 75,1 48,8 9,6 1,8 4,7 1,8 ,0 4,2 ,0 7,1 22,6 ,7 16,3 297 Médio 8,6 2870 79,9 81,5 44,5 18,1 ,1 5,8 2,7 ,6 3,1 1,1 4,1 10,9 1,1 9,2 248 Quarto 9,9 2138 80,2 80,2 53,6 13,3 ,1 6,1 3,3 1,7 6,9 ,0 7,1 6,8 ,5 16,3 212 Mais rico 9,6 1620 87,4 87,4 62,0 17,4 1,2 7,8 1,2 2,3 5,4 4,8 6,2 8,0 ,0 12,6 156 [1] Indicador MICS 3.8 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 55 Procura de Cuidados e Tratamento da Pneumonia por meio de Antibióticos A pneumonia é uma das principais causa de morte nas crianças e a utilização de antibióticos em crianças menores de 5 anos suspeitas de sofrerem de pneumonia é uma intervenção chave. O objectivo de Um Mundo Digno das Crianças é o de reduzir para um terço as mortes devidas a infecções respiratórias agudas. As crianças suspeitas de sofrerem de pneumonia são aquelas que apresentam uma doença caracterizada por tosse acompanhada de respiração rápida ou difícil e cujos sintomas não são devidos a um problema no peito ou ao nariz entupido. Os indicadores são: Prevalência da suspeita de pneumonia Procura de cuidados por suspeita de pneumonia Tratamento com antibióticos por suspeita de pneumonia Conhecimento dos sinais de perigo da pneumonia O quadro CH.7 em estudo mostra a situação real da procura de cuidados e o uso de antibióticos no tratamento de crianças suspeitas de pneumonia. Dentro do quadro, temos a percentagem de crianças de 0-59 meses suspeitas de pneumonia nas últimas 2 semanas que foram levados a um serviço de saúde e a percentagem de crianças que receberam antibióticos. Somente 3% das crianças apresentaram sintomas de pneumonia durante as 2 semanas que antecederam o inquérito. Entre as crianças que apresentaram sintomas de pneumonia, 52% consultaram um agente de cuidados de saúde apropriado: 42% num Centro/Posto de saúde público, 22% num Hospital Regional, 9% no Hospital Nacional, e 3% foram consultadas numa clínica privada. A maior parte das crianças que apresentaram sintomas de pneumonia no meio urbano consultaram um agente apropriado de saúde (60% contra 46% no meio rural). O quadro CH.7 mostra também que, dentre esses doentes, 35% receberam antibióticos (41% no meio urbano e 31% no meio rural). 56 QUADRO CH.7: PROCURA DE CUIDADOS E USO DE ANTIBIÓTICOS PARA AS CRIANÇAS SUSPEITAS DE PNEUMONIA Percentagem de crianças de 0-59 meses suspeitas de pneumonia nas últimas 2 semanas que foram levadas a um serviço saúde e que receberam antibióticos, GUINÉ-BISSAU, 2010 Suspeita de pneumonia nas últimas 2 semanas Número de crianças de 0-59 meses Crianças suspeitas de pneumonia que foram levadas a: Agente apropriado de saúde [1] Crianças suspeitas de pneumonia que receberam antibióticos nas últimas 2 semanas [2] Número de crianças com 0-59 meses suspeitas de pneumonia nas últimas 2 semanas Hospital Nacional Simão Mendes Hospital Regional Centro/Posto de Saúde Clínica Farmácia Privada Curandeiros e Familiares Igreja e Outros Privados Sem Resposta Total 3.3 12767 13 22.1 41.9 3 2.8 8.6 4.3 4.3 52.1 35.3 424 Sexo Masculino 3.3 6503 11 28 34.4 3.6 4 12.5 3.9 3.1 52.6 32.1 214 Feminino 3.4 6264 16 15.9 49.8 2.4 1.5 4.4 4.7 5.5 51.7 38.5 210 Meio Urbano 4.3 4417 21 19.7 38.3 4.1 4.1 4.2 3.7 5.1 59.7 40.8 188 Rural 2.8 8350 6 24.4 45.4 2 1.5 12.6 4.9 3.5 46.1 30.9 236 Provincia SAB 5.3 2728 29 6.3 42 5.8 2.7 3.7 3.9 6.6 58.6 42.9 144 Leste 1.6 3651 (1) (36.2) (40.5) (.0) (7.7) (6.3) (3.2) (5.2) (43.9) (31.4) 59 Norte 3.2 4484 7 31.5 38.1 2.8 1.4 13.1 3.5 2.1 43.4 28.9 142 Sul 4.2 1904 (2) (21.6) (52.9) (.0) (0.8) (11.5) (8.6) (2.8) (62.2) (35.6) 79 Região Tombali 2.4 931 * * * * * * * * * * 22 Quinara 8.2 650 * * * * * * * * * * 53 Oio 2.6 1902 * * * * * * * * * * 50 Biombo 1.9 951 * * * * * * * * * * 18 Bijagos/Bubaque 1.1 323 * * * * * * * * * * 3 Bafata 1.7 2046 * * * * * * * * * * 34 Gabú 1.5 1605 * * * * * * * * * * 25 Cacheu 4.5 1631 (11) (42) (39.7) (.0) (.0) (.0) (.0) (7.2) (36.4) (13.8) 74 SAB 5.3 2728 29 6.3 42 5.8 2.7 3.7 3.9 6.6 58.6 42.9 144 Idade em meses 0-11 meses 4.6 2868 16 28.1 41.9 3.6 1 5.9 1.9 2 55.7 46.6 132 12-23 meses 4.4 2695 17 19.9 41.3 1.6 4.7 11.5 2.3 1.4 58.7 40.6 118 24-35 meses 3 2445 (11) (22) (39.5) (1.9) (2.4) (7.6) (11.2) (4) (43.1) (21.1) 74 36-47 meses 2.2 2411 (4) (29) (41.9) (2) (4.1) (5.3) (8) (5.3) (50.2) (17.9) 54 48-59 meses 2 2349 * * * * * * * * * * 46 Nivel de instrução da mae Nenhum 3 8410 8 19.1 46.3 0.7 1.9 13.2 4.8 5.6 49.6 38.2 256 Primário 3.9 2932 10 27.6 37.8 6.5 6.2 3.6 5.7 2.7 54.6 30.7 115 Secundário e mais 3.7 1423 * * * * * * * * * * 53 Não declarado * 1 . . . . . * . . . . 0 Quintis de Bem- Estar Económico Mais pobre 3 3112 (8) (27.2) (42.7) (.0) (.0) (15.6) (2.4) (3.8) (46.4) (27.9) 93 Segundo 3.5 3026 4 25.3 44.7 1.7 2.1 10.3 7.2 4.4 49.6 26.2 107 Médio 2.3 2870 (5) (26.2) (50.2) (.0) (1.6) (10.4) (5.5) (1.5) (48.3) (31.2) 65 Quarto 4.5 2138 17 20.9 34.1 6 7.9 5.1 1.2 8 65.1 53.7 96 Mais rico 3.9 1620 * * * * * * * * * * 64 [1] Indicador MICS 3.9 [2] Indicador MICS 3.10 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 57 O quadro CH.84 apresenta a percentagem de mães de crianças menores de 5 anos que conhecem um sinal de pneumonia. Constata-se que somente 13% das mães/tutoras conhecem um sinal de pneumonia que é a respiração rápida. Este conhecimento é muito mais elevado entre as mães da região de Biombo (40%), com o nível secundário e mais (18%) e as mães dos AF do quintil mais rico (16%). A maior parte das mães (94%) reconhecem que uma criança deve ser levada a um centro de saúde quando tem febra alta e 31% quando a criança está muito fraca ou doente. 4 Esse quadro é apresentado de uma forma adaptada porque não foram recolhidas todas as informações necessárias para poder apresentar exactamente o mesmo quadro que o MICS 4 normalmente utiliza para esse tema. 58 QUADRO CH.8: (ADAPTADO): CONHECIMENTO DE UM SINAL DE ALERTA DA PNEUMONIA Percentagem de mulheres com crianças menores de 5 anos segundo os sintomas que indicam que deve levar a criança a uma unidade sanitária, e percentagem das mulheres que reconhecem a respiração rápida como sinal para procurar cuidados imediatos, GUINÉ-BISSAU, 2010 Mães que acham que a criança deve ser levada à unidade sanitária se a criança: Mães que reconhecem um sinal de alerta da pneumonia Número de mulheres com crianças menores de 5 anos Não come/não bebe/não mama Está fraca/muito doente Tem febre alta Respira muito rápido Tem convulsões Tem sangue nas fezes Tem a palma da mão branca Apresenta outros sintomas Total Meio 44,9 31,4 93,6 13,0 8,0 7,5 10,3 ,8 13,0 4666 Urbano 50,4 31,5 92,4 14,5 6,2 7,2 9,7 ,9 14,5 1494 Rural Província 42,4 31,4 94,1 12,2 8,8 7,6 10,6 ,8 12,2 3172 SAB 55,1 35,7 92,5 15,8 8,1 9,1 11,6 ,4 15,8 683 Leste 62,4 29,8 95,7 11,5 10,0 2,7 7,1 ,4 11,5 1052 Norte 32,5 30,3 89,7 16,9 7,0 15,0 17,8 1,2 16,9 1525 Sul Região 40,5 31,8 96,7 8,5 7,5 2,1 3,9 ,9 8,5 1406 Tombali 19,5 49,8 96,1 17,1 18,2 3,7 5,9 ,0 17,1 456 Quinara 50,1 29,4 98,2 6,7 2,8 ,4 3,4 2,0 6,7 493 Oio 27,1 15,8 85,7 2,4 2,2 ,8 9,1 ,0 2,4 505 Biombo 40,9 61,1 91,5 39,6 12,6 40,0 37,8 2,8 39,6 563 Bolama/Bijagós 51,2 16,4 95,6 1,8 1,8 2,2 2,4 ,4 1,8 457 Bafata 72,1 48,7 97,0 9,3 10,9 3,6 10,1 ,4 9,3 495 Gabú 53,7 12,9 94,6 13,5 9,2 1,8 4,5 ,4 13,5 557 Cacheu 28,0 8,3 91,9 4,8 5,5 ,0 2,6 ,4 4,8 457 SAB Nível de instrução da Mulher 55,1 35,7 92,5 15,8 8,1 9,1 11,6 ,4 15,8 683 Nenhum 44,2 31,0 93,0 12,6 8,2 6,8 10,3 ,8 12,6 2914 Primário 44,6 31,5 95,0 12,1 8,2 8,3 9,9 ,9 12,1 1285 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 50,5 34,0 92,9 17,8 6,0 9,2 11,3 ,4 17,8 467 Mais pobre 45,4 28,3 92,8 9,1 9,0 5,3 7,3 ,7 9,1 1135 Segundo 40,9 30,1 93,9 12,5 8,0 8,3 11,8 ,7 12,5 1219 Médio 44,5 32,3 94,4 13,4 7,4 6,8 9,5 1,2 13,4 1106 Quarto 45,1 34,5 92,5 17,5 8,0 8,9 12,7 ,7 17,5 710 Mais rico 54,6 35,5 94,2 15,7 6,9 9,9 11,7 ,4 15,7 496 59 Utilização de Combustíveis Sólidos Mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo dependem de combustíveis sólidos (biomassa e carvão) para as suas necessidades básicas de energia, incluindo para cozinha e aquecimento. Cozinhar e aquecer-se por meio de combustíveis sólidos conduz a altos níveis de fumo dentro das habitações, uma mistura complexa de poluentes perigosos para a saúde. Os principais problemas da utilização de combustíveis sólidos são os produtos da combustão incompleta, incluindo CO, hidrocarbonetos poliaromáticos, SO2, e outros elementos tóxicos. A utilização de combustíveis sólidos aumenta os riscos de doenças respiratórias, pneumonia, doenças crónicas de obstrução dos pulmões, cancro, e possivelmente tuberculose, baixo peso à nascença, cataratas e asma. O principal indicador consiste na proporção de população que utiliza combustíveis sólidos como fonte principal de energia doméstica para cozinhar. Segundo o quadro CH.9, na globalidade, 99% dos agregados utilizam combustíveis sólidos para preparar as refeições e, qualquer que seja a categoria socioeconómica considerada, a utilização destes combustíveis é quase generalizada. Quase sete famílias em cada dez (68%) utilizam a lenha para a preparação das refeições e 31% recorrem ao carvão vegetal. 60 QUADRO CH.9: UTILIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS Distribuição percentual dos membros de agregados familiares segundo o tipo de combustível utilizado pelo agregado, e percentagem dos membros de AF vivendo nos agregados que utilizam combustível sólido para cozinhar, GUINÉ-BISSAU, 2010 Tipo de combustível usado: Combustível sólido para cozinhar [1] Número de membros de agregados Gás Natural Petróleo/ Parafina/ Querosen e Carvão Lenha Fezes de Animais Aparro Outro Sem Resposta Total Total Meio ,6 ,0 30,8 67,7 ,1 ,8 ,1 ,0 100,0 99,3 75446 Urbano 1,3 ,0 69,5 27,4 ,0 1,7 ,1 ,0 100,0 98,6 31589 Rural Província ,0 ,0 3,0 96,7 ,1 ,1 ,0 ,0 100,0 99,9 43857 SAB 1,8 ,0 87,1 8,4 ,0 2,4 ,2 ,1 100,0 97,9 20441 Leste ,1 ,0 13,8 85,8 ,0 ,2 ,1 ,0 100,0 99,8 19540 Norte ,1 ,0 9,4 90,2 ,1 ,2 ,0 ,0 100,0 99,9 24830 Sul Região ,0 ,0 4,0 95,6 ,2 ,2 ,0 ,0 100,0 99,9 10636 Tombali ,0 ,0 2,5 97,2 ,1 ,2 ,0 ,0 100,0 100,0 5337 Quinara ,0 ,0 6,0 93,4 ,3 ,2 ,0 ,0 100,0 100,0 3529 Oio ,0 ,0 5,8 93,9 ,2 ,1 ,0 ,0 100,0 100,0 10893 Biombo ,2 ,1 13,8 85,4 ,0 ,4 ,0 ,1 100,0 99,6 4725 Bolama/Bijagós ,2 ,0 4,2 95,2 ,4 ,0 ,0 ,0 100,0 99,8 1770 Bafatá ,0 ,0 8,6 91,2 ,0 ,0 ,1 ,0 100,0 99,9 10682 Gabú ,3 ,0 19,9 79,4 ,0 ,4 ,0 ,0 100,0 99,7 8857 Cacheu ,1 ,0 11,5 88,2 ,0 ,2 ,0 ,0 100,0 99,9 9212 SAB Nível de instrução do chefe do AF 1,8 ,0 87,1 8,4 ,0 2,4 ,2 ,1 100,0 97,9 20441 Nenhum ,1 ,0 17,5 81,9 ,1 ,4 ,0 ,0 100,0 99,8 38045 Primário ,1 ,0 29,0 69,3 ,1 1,4 ,1 ,0 100,0 99,8 20373 Secundário e mais 2,3 ,0 64,1 32,7 ,0 ,8 ,1 ,0 100,0 97,6 15811 Não declarado Quintis de Bem-Estar Económico ,6 ,0 46,7 51,3 ,0 1,4 ,0 ,0 100,0 99,4 1217 Mais pobre ,0 ,0 ,1 99,9 ,0 ,1 ,0 ,0 100,0 100,0 16600 Segundo ,0 ,0 1,5 98,3 ,1 ,1 ,0 ,0 100,0 100,0 16081 Médio ,0 ,0 7,0 91,3 ,2 1,4 ,0 ,0 100,0 99,9 15546 Quarto ,3 ,0 66,6 30,5 ,0 2,3 ,2 ,0 100,0 99,4 14022 Mais rico 2,8 ,1 95,3 1,5 ,0 ,1 ,1 ,1 100,0 96,9 13198 [1] Indicador MICS 3.11 61 O uso de combustíveis sólidos é em si mesmo um bom indicador da poluição do ar, porque a concentração de poluentes é diferente quando o mesmo combustível é queimado de formas diferentes. A utilização de fornos fechados com chaminés reduz a poluição do ar, enquanto que o fogão aberto sem chaminé ou capuz significa que não existe nenhuma protecção contra os efeitos nocivos dos combustíveis sólidos. O lugar onde se cozinha em todos os AF seleccionados está apresentado no quadro CH.10. Entre os AF que utilizam combustível sólido para as suas necessidades, principalmente para cozinhar, 74% têm como lugar específico um espaço no exterior das suas casas (79% das famílias residentes no meio urbano e 71% das famílias do meio rural). Em relação ao nível de instrução do chefe do AF, não existe muita diferença. Já em relação aos Quintis de Bem-Estar Económico, as famílias que mais preparam as refeições no exterior são as do quarto quintil (83%), seguidas das famílias mais ricas (76%) e as famílias que menos preparam as refeições no exterior são as famílias mais pobres e as do segundo quintil (70%). Os AF mais ricos têm mais frequentemente a cozinha dentro de casa (18%) comparativamente com as outras famílias. Os AF do meio rural e os mais pobres são os que mais têm a cozinha numa casa separada. QUADRO CH.10: UTILIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEL SÓLIDO SEGUNDO O LUGAR ONDE SE COZINHA Distribuição percentual dos membros de agregado familiar utilizando combustíveis sólidos para cozinhar segundo o lugar de cozinha, GUINÉ-BISSAU, 2010 Lugar onde cozinham: Número de membros de agregados utilizando combustível sólido para cozinhar Dentro de casa Numa casa separada No exterior Sem resposta Total Total 5,2 20,5 74,3 ,0 100,0 74952 Meio Urbano 9,6 12,0 78,5 ,0 100,0 31133 Rural 2,0 26,5 71,4 ,0 100,0 43820 Província SAB 12,8 5,6 81,7 ,0 100,0 20021 Leste 1,1 20,4 78,5 ,0 100,0 19502 Norte 3,8 32,5 63,6 ,1 100,0 24800 Sul 1,4 20,8 77,8 ,0 100,0 10630 Região Tombali 1,0 9,5 89,4 ,0 100,0 5335 Quinara ,9 38,7 60,3 ,1 100,0 3529 Oio ,7 33,8 65,5 ,0 100,0 10890 Biombo 12,5 10,1 77,3 ,0 100,0 4708 Bolama/Bijagós 3,5 19,1 77,4 ,0 100,0 1766 Bafatá ,5 ,2 99,3 ,0 100,0 10670 Gabú 1,8 44,9 53,3 ,0 100,0 8832 Cacheu 3,1 42,3 54,4 ,2 100,0 9202 SAB 12,8 5,6 81,7 ,0 100,0 20021 Nível de instrução do Chefe do Agregado Nenhum 2,9 23,9 73,2 ,0 100,0 37972 Primário 4,2 19,3 76,5 ,0 100,0 20342 Secundário e mais 11,9 13,8 74,3 ,1 100,0 15429 Não declarado 6,4 20,5 73,1 ,0 100,0 1210 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 1,4 29,0 69,6 ,0 100,0 16600 Segundo 2,3 27,9 69,7 ,1 100,0 16080 Médio 1,5 23,5 74,9 ,0 100,0 15535 Quarto 5,1 12,1 82,8 ,0 100,0 13945 Mais rico 18,2 5,5 76,3 ,0 100,0 12793 62 Paludismo O paludismo é uma das principais causas de morte de crianças menores de cinco anos na Guiné-Bissau. Contribui também para a anemia nas crianças e é uma causa vulgar de absentismo escolar. As medidas de prevenção, especialmente a utilização de redes mosquiteiras tratadas com insecticida (RMTI), podem reduzir drasticamente a taxa de mortalidade causada pelo paludismo nas crianças. Nas áreas onde o paludismo é endémico, as recomendações internacionais sugerem o tratamento de qualquer sintoma de febre nas crianças como sendo paludismo, administrando imediatamente às crianças o tratamento completo recomendado de comprimidos anti-palúdicos. Crianças que apresentem graves sintomas de paludismo, tais como febre ou convulsões, devem ser conduzidas a uma unidade de saúde. De igual modo, as crianças que estão a convalescer de paludismo, devem receber líquidos e alimentação extra, e as crianças muito jovens devem continuar o aleitamento materno (com mais frequência). Em relação à disponibilidade de mosquiteiros nos AF, o quadro CH.11 mostra-nos que cerca de oito famílias em cada dez (83%) possui pelo menos um mosquiteiro: 82% nos centros urbanos e 84% nas zonas rurais. As regiões de Gabú e Biombo estão claramente abaixo da média nacional no que diz respeito à posse de pelo menos um mosquiteiro (respectivamente 56% e 76% dos AF No que diz respeito às outras variáveis, praticamente não existe nenhuma diferença em relação à posse. Já em relação ao mosquiteiro impregnado (MI), 53% dos AF a nível nacional têm pelo menos um MI, não se notando diferença entre centros urbanos e meio rural. Entre as famílias com chefes sem qualquer nível de instrução e aquelas cujos chefes têm o nível secundário ou mais a diferença é significativa: 49% das famílias cujo chefe não tem nenhum nível de instrução, 55% dos AF cujo chefe possui o nível primário e 59% das famílias cujo chefe tem o nível secundário ou mais, possuem pelo menos um MI. No que concerne aos Quintis de Bem-Estar Económico, a atitude de possuir ou não um MI não varia muito. Menos da metade dos AF da Guiné-Bissau possui pelo menos um mosquiteiro impregnado de longa duração (47%). Esta percentagem atinge 67% dos AF em Tombali e 57% nas regiões de Bolama/Bijagós. 63 QUADRO CH.11: DISPONIBILIDADE DE MOSQUITEIROS IMPREGNADOS COMINSECTICIDA NO AGREGADO FAMILIAR Percentagem dos agregados familiares com pelo menos um mosquiteiro, percentagem dos agregados com pelo menos um mosquiteiro impregnado de longa duração, percentagem dos agregados com pelo menos um mosquiteiro impregnado (MI), GUINÉ-BISSAU, 2010 Têm pelo menos um mosquiteiro Têm pelo menos um mosqueiro impregnado de longa duração Têm pelo menos um mosquiteiro impregnado (MI) [1] Número de agregados Total 83,0 47,2 53,3 9859 Meio Urbano 82,0 47,1 53,7 4449 Rural 83,9 47,3 53,0 5410 Província SAB 85,1 47,0 54,8 2955 Leste 70,3 44,0 47,6 2242 Norte 85,8 44,3 51,8 3351 Sul 93,0 60,5 63,3 1311 Região Tombali 95,7 66,5 66,9 630 Quinara 90,8 53,6 57,3 411 Oio 88,8 41,0 48,1 1272 Biombo 75,7 47,3 47,9 744 Bolama/Bijagós 90,2 56,9 64,2 270 Bafatá 87,6 51,3 52,6 1033 Gabú 55,6 37,8 43,4 1208 Cacheu 88,6 45,8 57,6 1334 SAB 85,1 47,0 54,8 2955 Nível de instrução do chefe do AF Nenhum 79,9 43,2 49,2 4805 Primário 86,9 49,3 54,8 2570 Secundário e mais 84,8 52,3 59,3 2316 Não declarado 88,3 60,2 65,8 168 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 83,0 43,1 48,5 1971 Segundo 84,1 48,8 54,8 1972 Médio 82,7 49,1 54,4 1972 Quarto 83,7 48,7 55,2 1971 Mais rico 81,5 46,3 53,6 1973 [1] Indicador MICS 3.12 O quadro CH.12 mostra a percentagem das crianças menores de 5 anos que dormiram debaixo de um mosquiteiro (impregnado ou não) durante a noite anterior à passagem do agente inquiridor. Neste âmbito, ficou claro que cerca de 62% das crianças menores de cinco anos dormiram sob a protecção de um mosquiteiro na noite que antecedeu o inquérito (sem muita diferença entre o sexo das crianças), 66% entre as crianças do meio urbano e 60% entre as das zonas rurais. A maior percentagem de famílias onde as crianças menores de 5 anos dormiram sob a protecção de um mosquiteiro na noite anterior à passagem do inquiridor foi constituída por famílias cujo chefe tem o nível secundário ou mais, assim como pelas famílias mais ricas. Em relação ao MI, a nível nacional foram 36% as crianças menores de 5 anos que dormiram sob a protecção de um MI. Entre as do sexo masculino e feminino não existe praticamente nenhuma diferença. Em relação ao meio de residência, 38% das crianças do meio urbano contra 34% do meio rural dormiram sob a protecção de um MI na noite anterior. À semelhança do que já foi referido relativamente ao comportamento das famílias, constata-se que é entre os AF cujos chefes têm o nível secundário ou mais, assim como entre as famílias consideradas mais ricas que a maior parte das crianças dormiu sob a protecçao de um mosquiteiro impregnado na noite anterior ao inquérito. 64 QUADRO CH.12: CRIANÇAS QUE DORMIRAM DEBAIXO DE MOSQUITEIROS Percentagem das crianças menores de 5 anos que dormiram debaixo dum mosquiteiro durante a noite anterior, segundo o tipo de mosquiteiro, GUINÉ-BISSAU, 2010 Dormiram debaixo de qualquer mosquiteiro [1] Dormiram debaixo dum mosquiteiro impregnado [2] Número de crianças de 0-59 meses Dormiram debaixo dum mosquiteiro impregnado em agregados que têm pelo menos um mosquiteiro impregnado Número de crianças de 0-59 meses vivendo em agregados com pelo menos um mosquiteiro impregnado Total 61,9 35,5 12073 58,5 7317 Sexo Homem 62,2 36,3 6182 59,7 3757 Mulher 61,6 34,6 5891 57,2 3560 Meio Urbano 66,3 38,0 4170 61,2 2591 Rural 59,6 34,1 7904 57,0 4727 Província SAB 73,8 41,9 2598 65,0 1676 Leste 47,3 30,4 3430 54,7 1906 Norte 59,6 31,8 4286 55,0 2481 Sul 78,4 44,5 1759 62,5 1255 Região Tombali 86,2 53,2 884 71,9 654 Quinara 66,4 31,7 584 45,9 403 Oio 70,3 31,6 1903 58,5 1029 Biombo 50,5 31,7 852 58,4 462 Bolama/Bijagós 78,8 44,0 291 64,9 197 Bafatá 74,2 45,1 1905 72,3 1187 Gabú 13,7 12,0 1525 25,5 719 Cacheu 51,4 32,2 1532 49,8 990 SAB 73,8 41,9 2598 65,0 1676 Idade Menos de 1 ano 65,5 40,6 2604 64,0 1651 1 ano 62,8 37,1 2422 61,5 1462 2 anos 60,2 32,9 2402 55,7 1419 3 anos 60,4 31,8 2420 54,8 1407 4 anos 60,4 34,3 2225 55,4 1379 Nível de instrução da mãe/responsável pela criança Nenhum 59,4 33,2 7967 56,7 4664 Primário 65,5 37,7 2555 59,5 1621 Secundário e mais 69,9 44,1 1460 66,5 968 Não declarado (52,1) (34,2) (38) * 28 Quintis de Bem-Estar Económico Mais pobre 54,9 30,4 3005 54,6 1670 Segundo 61,9 35,2 2923 57,1 1805 Médio 62,1 35,7 2579 58,0 1586 Quarto 65,1 37,2 1979 58,5 1257 Mais rico 70,7 42,9 1588 68,3 999 [1] Indicador MICS 3.14 [2] Indicador MICS 3.15; Indicador ODM 6.7 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 65 O quadro CH.13 apresenta a percentagem das grávidas que dormiram sob a protecção de um mosquiteiro (impregnado ou não) durante a noite anterior à passagem do agente inquiridor. Neste âmbito, ficou claro que cerca de 63% das grávidas dormiram debaixo de um qualquer mosquiteiro, na noite que antecedeu o inquérito, 73% das grávidas nos centros urbanos e 58% nas zonas rurais. A maior percentagem das famílias onde as grávidas dormiram sob a protecção de um mosquiteiro na noite anterior à passagem do inquiridor verificou-se entre as famílias onde o chefe tem o nível secundário ou mais (75%), assim como entre as famílias mais ricas (82%). Já em relação à utilização do MI, a nível nacional, 32% das grávidas dormiram sob a protecção de um MI, 36% entre as residentes do meio urbano e 29% no meio rural. O quadro mostra-nos também que a percentagem de mulheres grávidas a dormir sob a protecção de um MI cresce com o nível socioeconómico do agregado e que são as grávidas mais jovens (15-19 anos) que utilizam menos o mosquiteiro (apenas 24% delas dormiram sob a protecção de um MI). 66 QUADRO CH.13: MULHERES GRÁVIDAS QUE DORMIRAM DEBAIXO DE MOSQUITEIROS Percentagem das mulheres grávidas que dormiram debaixo dum mosquiteiro durante a noite anterior, segundo o tipo de mosquiteiro, GUINÉ-BISSAU, 2010 Dormiram debaixo de qualquer mosquiteiro Dormiram debaixo dum mosquiteiro impregnado [1] Número de mulheres grávidas Dormiram debaixo dum mosquiteiro impregnado, vivendo em agregados com pelo menos um mosquiteiro impregnado Número de mulheres grávidas vivendo em agregados com pelo menos um mosquiteiro impregnado Total Meio 63,2 31,7 1507 60,0 796 Urbano 72,9 35,8 551 64,1 308 Rural Província 57,6 29,3 957 57,3 489 SAB 80,7 40,1 371 68,7 216 Leste 49,7 28,5 417 57,8 206 Norte 56,0 24,9 514 51,6 248 Sul Região 77,1 40,0 205 64,7 127 Tombali 87,8 49,1 96 (85,1) 55 Quinara 62,5 28,8 80 44,1 52 Oio 59,3 25,5 224 47,9 119 Biombo 53,7 22,3 121 (53,4) 50 Bolama/Bijagós (81,6) (40,9) 29 * 19 Bafatá 79,7 41,4 224 (75,6) 123 Gabú 14,8 13,6 193 (31,6) 83 Cacheu 53,3 25,8 169 (56,2) 78 SAB Grupos Etários 80,7 40,1 371 68,7 216 15-19 anos 53,0 23,8 309 52,2 141 20-24 anos 67,9 42,6 378 76,3 211 25-29 anos 70,5 29,9 395 62,4 189 30-34 anos 58,9 33,6 206 50,9 136 35-39 anos 58,9 22,4 157 (37,9) 92 40-44 anos * * 50 * 19 45-49 anos Nível de instrução da Mulher * * 12 * 8 Nenhum 60,5 29,9 912 58,9 462 Primário 64,0 31,0 423 55,6 236 Secundário e mais Quintis de Bem-Estar Económico 75,0 42,8 173 (75,5) 98 Mais pobre 55,5 20,5 333 48,7 140 Segundo 53,0 33,6 404 58,3 232 Médio 67,6 30,1 287 61,3 141 Quarto 66,4 35,9 240 53,7 160 Mais rico 82,1 41,6 244 82,5 123 [1] Indicador MICS 3.19 * Valores baseados em menos de 25 casos não ponderados (.) Valores baseados entre 25-49 casos não ponderados 67 O quadro CH.14. apresenta a percentagem das crianças de 0-59 meses que tiveram febre nas últimas duas semanas e que receberam um tratamento antipalúdico. A prevalência da febre durante as duas semanas que antecederam o inquérito é de 17% a nível nacional, com muita pouca diferença entre os sexos. A maior percentagem situa-se entre os residentes do meio urbano (20%) contra 15% entre os residentes do meio rural e observa-se muita variabilidade entre as regiões Em relação ao nível de instrução das mães ou tutoras, a maior percentagem de manifestações de febre encontra-se entre as crianças das mães/tutoras com o nível secundário ou mais (talvez porque elas identificam mais os casos de febre). Em relação às crianças doentes e que foram tratadas, 51% foram tratadas com qualquer antipalúdico e 46% com antipalúdico/Cloroquina. As restantes foram tratadas com outros medicamentos. Das crianças que tiveram febre, 51% foram tratadas com qualquer tipo de antipalúdico (46% com cloroquina), a nível nacional. Não se observam diferenças significativas entre os sexos, mas sim entre o local de residência, situando-se 55% nos centros urbanos contra apenas 49% nas zonas rurais. É entre as mães ou tutoras com o nível secundário que se observa a mais elevada percentagem de crianças tratadas com antipalúdicos (59% contra 52% das crianças filhas de mães sem instrução. Somente 28% das crianças com febre foram tratadas com qualquer antipalúdico na região de Biombo, apesar de ser uma das regiões com mais alta prevalência de febre (22%). Em relação à utilização de um qualquer antipalúdico, as regiões de Tombali, Quinara e Cacheu estão também abaixo do nível nacional. Para além dos antipalúdicos, o inquérito mostrounos também que 62% das crianças com febre foram tratadas com outros medicamentos do tipo do paracetamol (Paracetamol, Panadol, e Acetaminofeno). Em relação àreacção rápida face aos primeiros sintomas, observamos que somente 37% das crianças com febre nas duas últimas semanas antes do inquérito tomaram logo algum antipalúdico, no mesmo dia ou no dia seguinte ao aparecimento dos sintomas. Não há diferenças entre os sexos e tão pouco entre o meio de residência mas observam-se muitas diferenças entre as regiões: Biombo (20%), Oio e Bolama/Bijagós (29%), Quinara (30%) e Cacheu (31%) são as regiões onde as crianças menos recebem tratamento antipalúdico pouco tempo depois do início da febre. A percentagem de crianças tratadas com antipalúdicos cresce rapidamente com o nível de educação da mãe e decresce com a idade da criança. 68 QUADRO CH.14: TRATAMENTO COM ANTIPALÚDICOS - DAS C

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